Exposição do Evangelho de João: Quem é João Batista? (Primeira parte):


Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu? Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não. Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus. E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis, o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias. Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando. (Jo 1:19-28).

I – INTRODUÇÃO:

Chegamos ao texto em que João Batista é questionado sobre sua própria pessoa. É importante notarmos neste ponto que o Evangelista após durante todo o prólogo, e agora na continuação de seu texto, mantém o seu mesmo objetivo: Apresentar o verbo Divino, O senhor Jesus Cristo. Assim, ao apresentar João Batista, o centro continua sendo Cristo. E na verdade é por isso que ele se refere ao Batista, e foi para isso que o próprio Batista exerceu seu ministério. Isto nos leva a refletirmos sobre a importância de conhecermos a Jesus. Sobre este fato que eu gostaria de meditar com você nas próximas linhas.

II – BUSCANDO CONHECER A JOÃO (Jo 1:19,24):

Uma comissão composta de sacerdotes e levitas, dos quais pelo menos uma parte deles era formada por fariseus (religiosos que procuravam guardar a Lei detalhadamente), foi enviada para questionar a João Batista. Podemos crer que foram enviados pelo sinédrio, a corte suprema, da qual o presidente era o sumo sacerdote. Assim tratava-se de uma comitiva oficial formada por religiosos. Ele estavam lá para investigar. Sabemos que a história posterior mostrou uma animosidade muito grande desta classe religiosa contra Cristo. Estes homens não creram em Cristo. Isso é bastante surpreendente vindo de religiosos. Normalmente espera-se que os religiosos sejam os homens tementes a Deus. Esperava-se que ois judeus recebessem a Cristo, por serem o povo possuidor da Lei de Deus. Já estudamos porém que assim não foi (Jo 1: 11). Aqueles homens foram lá para investigar o precursor de Cristo, e possuíam a Lei de Deus. No entanto o preconceito desta classe religiosa, e o fato de eles na verdade não seguirem a Lei, fez com que rejeitassem a Cristo (Mc 7:1-23, Jo 9). É tão surpreendente, mas acontece: É possível estar muito perto da Verdade e ainda assim desprezá-la.
Devemos aplicar esta realidade as nossas próprias circunstâncias. Cuidemos para não fecharmos os olhos para Cristo em nome de uma religiosidade humana. A tendência dos homens, devido aos seus corações pecaminosos, é deturpar a mensagem pura do evangelho substituindo-a por suas próprias idéias. Vemos que isso aconteceu com aqueles fariseus, como também com o cristianismo ao longo dos séculos. Isso tem acontecido sempre no correr da história. Isso tem acontecido em nosso tempo. Quando Cristo e seus mensageiros são desprezados, quando os homens e mulheres querem uma mensagem agradável a si próprios, é isso que está acontecendo! Alguém pode até falar em Cristo, em algum sentido respeitar a Bíblia, sem no entanto conhecê-lo. Tal pessoa pode afinal estar a menosprezar a Cristo. O Cristo que ela conhece pode ser o Cristo de sua mente, ou da mente de outro. O "cristianismo" que ela segue pode não passar de invenções humanas. É incrível que o que muitas vezes se chama de religioso no fundo no fundo não tem nada a ver com Deus. Devemos nos perguntar: Quanto do cristianismo de hoje passaria em um teste a luz do Cristo e do cristianismo da Bíblia? Quanto disso é apenas humano? Quantos fariseus há entre nós? Pena que a maioria nem cogita sobre estas questões, enquanto a Bíblia nos apresenta tantos exemplos de falsos religiosos, exemplos de homens que afinal desprezaram a Cristo mesmo estando diante Dele. Que pensemos mais sobre isso!

III – QUEM JOÃO BATISTA NÃO É? (Jo 1:20,21).

João Batista diante da pergunta sobre quem ele era diz claramente: “Não sou o Cristo!”. Ele afirma que não era o Messias. João nunca quis tomar o lugar de Cristo como já temos visto em estudo anterior. Ele sabia que era o que apontava para o verdadeiro messias. O que mais devemos notar é que ele na verdade quer tirar toda a atenção de si mesmo e colocá-la sobre aquele que de fato é o Cristo: O Senhor Jesus. João tomou esta iniciativa o tempo todo neste texto. Aqui ele está se humilhando diante de Cristo e nunca se exaltando. Assim o propósito de João Batista se une ao propósito do Evangelista: Ambos querem apresentar a Cristo. Todo o foco é colocado sobre Cristo. Este é um fato que salta aos nossos olhos ao lermos este texto. Por isso João diz claramente: "não, eu não sou o Cristo!". A verdadeira mensagem cristã sempre segue a mesma característica. Não podemos anunciar outra pessoa ou coisa. Cristo é o Centro porque Ele é o Verdadeiro messias, o ungido de Deus, o Rei e Salvador de seu povo! Todos os outros são usurpadores e devem ser desprezados.
Mas as perguntas prosseguem e João também nega que era Elias e o profeta. Quanto ao fato de ser Elias, apesar de Cristo o identificar como tal, ele o nega visto que seus questionadores possuíam um entendimento errado da questão. Ele não era Elias no sentido de sê-lo em pessoa. Assim provavelmente aqueles homens o entendiam, e por isso ele o negou. Porém ele era Elias no sentido em que Cristo ensinou, e não literalmente. (Leia por favor: II Re 2:11, Ml 4:5, Mc 9:13). Também ele nega ser o profeta. Aqui é uma referencia ao profeta de Dt 18:15, e o profeta em questão é Cristo (At 3:22,23). Assim, João também nega ser este profeta. Já afirmamos que João não quer em hipótese alguma assumir o lugar de Cristo. Diante de todas esta negativas fica a pergunta: Afinal quem é João? É isso que a comitiva quer saber e o que veremos no próximo tópico.
Continua...
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