Exposição de Gênesis 11: O projeto fracassado e o projeto vitorioso!

I – INTRODUÇÃO:

O pecado implantou na mente dos homens a ilusão medonha que os faz acreditar que podem conseguir o que planejam. Isto está enraizado em uma atitude que os faz confiar em suas próprias capacidades em vez de confiarem no Poder de Deus. Nessa atitude os homens apresentam o orgulho em uma busca constante de glorificarem seus próprios nomes. A respeito destas coisas temos o alerta constante das Escrituras e em especial neste texto que nos mostram que somente Deus tem a palavra final, e que só Ele tem o poder, e que também só ele deve ser glorificado. É especialmente na obra de Deus na redenção de seu povo que estas verdades são mais enfatizadas. Estudemos este texto refletindo em todas estas coisas.  

II - UM PROJETO FRACASSADO (Gn 11:1-9): 

Estes homens edificavam Babel que na Bíblia, conforme nos lembra Kidner, “veio a simbolizar crescentemente a sociedade ateísta com suas pretensões (Gn 11), perseguições (Dn 3), prazeres, pecados e superstições (Is 47:8-13), suas riquezas e sua eventual ruína” (Derek Kidner, Gênesis – Introdução e Comentário, Página 104). Eles não queriam espalhar-se contrariando a Vontade de Deus. Estavam cheios de autoconfiança, e queriam a glória do próprio nome. No entanto o Senhor os frustra a todos. Vejamos em alguns pontos as atitudes destes homens: 

1 – Confiavam em suas capacidades: Eles dizem: “vinde”, “façamos”, “edifiquemos”. Tais verbos indicam uma confiança, por assim dizer, no próprio braço. O homem é pecador, sendo assim suspeita de que realmente precise de Deus. Ou até podemos dizer, o homem crê que pode realizar coisas independente de Deus. Hoje não é diferente. Vemos as pessoas agindo nesta mesma autoconfiança. 

Podemos ilustrar da seguinte forma: O que dizer de um filho que se rebela contra seu pai que o mantêm? O que dizer de alguém que afirma não precisar de oxigênio para viver, ou de alimento e água? O que dizer de alguém que afronta o que lhe providencia estas coisas? Perguntemos também: De onde vem nossa vida? Quem nos deu o corpo e mente?  Quem faz crescer os animais e vegetais que nos servem de alimento? 

O apóstolo Paulo diz: “porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.”. (At 17:23-28). 

Meus amados, esta é a conclusão: Como é tolo confiar no próprio braço para executar planos que desafiam a vontade Daquele que nos mantêm! Pense nisso. 

2 – Buscavam sua própria glória: Eles dizem: “tornemos célebre o nosso nome”. Queriam que o nome deles fosse honrado pela obra que intentavam realizar. O ensino geral das Escrituras é que Deus deve ser glorificado em suas obras e não nós. Ele é o Senhor, o Único Deus, portanto a Ele toda a glória (Dt 6:4,5; Ex 20:1-5). No entanto o homem pecador é idolatra, pois adora si mesmo. Temos este quadro terrível no homem no pecado: Ele desonra o Único Deus, enquanto faz tudo para engrandecer seu próprio nome.  

Eis algumas manifestações desta atitude pecaminosa: 

A - Produzir coisas “grandiosas” para que o nome seja honrado. 

B - Falar de si mesmo o tempo todo em conversas informais, ou em outras ocasiões mais formais, procurando honrar suas próprias ações e sentimentos. 

C - Exaltar o nome de sua família. 

D- Exaltar a cor de sua pele em detrimento das outras pessoas. 

E – Praticar uma religião em que suas obras e justiças são enfatizadas em vez da justiça de Deus em Cristo. 

F – Orgulhar-se de seus bens materiais. 

Estas são apenas alguns exemplos. Mas o fato é que os homens e as mulheres estão sempre se exaltando em tudo o que fazem. Vivem defendendo-se procurando razões para tudo o que sentem e fazem, crendo que tais razões provam que são grandes. Devemos reconhecer, no entanto, que mesmo os mais piedosos cristãos sempre tiveram e terão que lutar contra esta atitude pecaminosa, pois a raiz do pecado ainda está nos corações dos melhores homens e mulheres. Vigiemos, pois! 

Mas vejam bem: A glória é do Senhor, pois só Ele é Deus, e é Ele que afinal faz todas as coisas. Como vimos nas palavras de Paulo “pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos”. E como diz-nos ainda em Ef 2:8-10 a respeito de nossa salvação: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”. Assim toda a nossa vida, quando somos convertidos, torna-se liberta do alvo de glorificar a si mesmo, pois este é um alvo absurdo visto que de nada temos que nos gloriar já que tudo o que possuímos recebemos de Deus. Somos dessa forma, levados a glorificar a Deus em todas as coisas. É assim que deve ser, pois Ele é Deus, Criador e Mantenedor de tudo, e o Único Salvador de nossos pecados. Á Ele a glória. Este é nosso alvo. 

Apesar de que os homens procuram exaltar-se em vez de dar glória a Deus, o Senhor Soberano sempre prevalece. No caso de Babel Ele confundiu a linguagem o que fez com que eles tanto interrompessem o projeto pecaminoso, como seguissem o plano de Deus de povoar a terra. Nunca devemos crer que não precisamos de Deus em nossos planos, mas humildemente em tudo reconhecer a completa Soberania de nosso Deus.  Nesta questão devemos sempre ouvir a Tiago: 

 Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo. Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna.” (Tg 4:13-16). 

Além disso, devemos destacar que Deus vê que os homens tendem a aumentar o mal em suas vidas, e ainda mais quando se unem para isso.  Leia: 

   ...e o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer.”. (Gn11:6). 

Mas o maior mal era tentar estabelecer seus planos contrariando o plano redentivo do Senhor com relação aos seus. Eles estavam tentando estabelecer sua própria salvação, o que era impossível. Observemos que em tudo isso estavam juntos, ou seja, havia uma unidade do mal. Nem toda unidade é boa. Assim o Senhor os separa confundindo suas linguagens. Devemos dar graças a Deus por isso, e sempre vigiar se não estamos nos unindo para pecarmos contra Ele. Que o Senhor destrua toda unidade pecaminosa em nosso meio. 

III – O PROJETO VITORIOSO (Gn 11:10-32): 

O texto volta-se agora para a família escolhida, em especial para Pelegue, um dos filhos de Héber. Joctã, o outro filho, já fora mencionado no capítulo 10. Como vimos, o escritor deixa o mais importante para depois. Pelegue é mais importante, pois dele veio Abrão. Assim temos Héber, Pelegue, e gerações depois temos Tera e finalmente a Abrão. Tera com seus filhos, incluindo Abrão, vai para Canaã, porém fica em Harã onde morre. Por essa ocasião Abrão já tinha sido chamado por Deus conforme Atos 7:2. 

Neste fato vemos o projeto vitorioso de Deus em pleno andamento. De Abrão viria Cristo o Salvador de seu povo. Meus irmãos, quando vemos o projeto humano da torre de Babel, e mesmo de Tera, que como alguns destacam, não entrou em Canaã, observamos a diferença ao contrastarmos com o projeto do Soberano Deus, que sempre se cumpre. O que fazer então? Confiaremos em nosso braço, para sermos salvos, ou alcançarmos bem- aventurança? Ora, essa é a loucura do pecado humano que se manifestou desde Genesis 3 lá no Éden. O que fazer então? Resposta: Confiar inteiramente na graça de Deus manifestada a nós em Cristo Jesus Nosso Senhor. Não sigamos o exemplo de Babel, mas de Abraão, homem de fé. A graça nos basta! 

IV – CONCLUSÃO: 

Os planos humanos, alheios a vontade de Deus, não passam de tolice, pois não se sustentam, tornando-se, assim, vãos. Mas os planos do Deus Único são certos, pois o que os sustenta é o Deus Fiel, Todo Poderoso, e Soberano. E sobre isso devemos ser-lhes gratos, pois em sua graça determinou salvar um povo para si em Cristo o seu Filho. Confiemos só Nele, pois, e abandonemos toda a loucura da auto-confiança!

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