Exposição do Evangelho de João: A adoração genuína (segunda parte)!
Para ler a primeira parte clique aqui.
“Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que tu és profeta. Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4:19-24)
V – INVESTINDO EM CONHECER A DEUS E ADORANDO CADA VEZ MELHOR:
Permitam-me agora fazer uma aplicação: Se é pela Escritura que conheço ao Senhor, e se sou um adorador apenas quando o conheço, e se ainda é verdade que só poderei adorá-lo em espírito se for nascido de novo, então preciso tanto do novo nascimento, como também buscar o conhecimento de Deus pela sua Palavra nas Escrituras.
Quanto ao novo nascimento, é uma obra sobrenatural que apenas Deus pode operar. Não podemos realizar esta transformação em nós mesmos. Assim, meu prezado leitor, clame a Deus por esta graça e se exponha a pregação de sua Palavra. Não se iluda com o fato de você ser uma pessoa que já há muito tempo pertence a uma igreja, caso não haja evidência de que nasceu de novo. Assim clame a Deus por sua graça se estiver nesta situação!
Mas desejo falar principalmente a aqueles que já creram em Jesus, já se arrependeram de seus pecados, e de fato amam ao Senhor, ou seja, são cristãos genuínos tendo assim de verdade nascido de novo. A vocês deixo uma exortação a que busquem crescer mais e mais no conhecimento de Deus através das Escrituras. Se você ama ao Senhor, isso significará que Ele é o seu Deus, e por conseqüência ocupa o primeiro lugar em sua vida. Deus é o seu maior tesouro, a sua maior necessidade. Outras necessidades existem, e você deve buscá-las, mas nada para você é mais interessante, importante que Deus. Isto é verdade? Se já nasceu de novo é verdade! Assim é correto esperar que você invista um tempo diário para Deus. Você deve todos os dias tirar um período para oração, e meditação em sua Palavra, com o desejo sincero de conhecê-lo pelas Escrituras.
Outra coisa importante é ouvir a pregação da Verdade. Exponha-se, meu irmão, semanalmente a pregação realmente bíblica. Sei da carência da verdadeira pregação em nosso país. Realmente este é um fato lamentável. No entanto, muitas vezes temos um ministério de pregação fiel em nossa cidade e simplesmente não o achamos porque não o procuramos. Alguns se conformam em freqüentar uma congregação, mesmo que a pregação não seja bíblica, porque é mais próximo de sua casa. Entre estes, muitos estão enganados, e seu cristianismo é falso, eles acham que ali onde freqüentam se prega a Verdade. Outros, porém amam ao Senhor, já nasceram de novo, já perceberam que o “evangelho” que se prega em sua “igreja” é falso, porém dizem: “Continuarei por aqui, afinal é o jeito”. A estes eu pergunto: Você já procurou diligentemente por um ministério fiel em sua cidade? Já se deu a este trabalho? Outra coisa: Quem sabe se você na providência divina não poderá no futuro abrir seu próprio lar para a pregação? As igrejas de Cristo neste país devem se esforçar em preparar obreiros, como também, dentro das possibilidades, devem dar apoio a pessoas que vivem em cidades carentes de pregação e que buscam ajuda. Se este é o seu caso amigo, ore a Deus a respeito. E disponha-se a ajudar no que for possível para que uma igreja fiel surja em sua cidade!
Mas como ouvir a pregação de forma proveitosa?
Faço as seguintes sugestões:
1 – Ore a Deus pelo pregador e pela pregação, e disponha-se a ouvir a Verdade com sincero desejo de conhecer a Deus:
Vocês que tem o privilégio de serem cuidados por um pastor fiel devem orar muito por ele. Peçam que Cristo seja glorificado cada vez mais por ele, que o Senhor lhe dê coragem de pregar só a sua Palavra, e que não queira agradar você, mas sim ao Senhor. Você será agraciado com o conhecimento de Deus na medida em que o pregador for fiel custe o que custar! Assim ore, e venha ouvir a pregação com sincero desejo de ouvir a Verdade para conhecer a Deus, mesmo que seja difícil para você ouvi-la, conforme se diz: “a verdade dói”.
2 – Ouça a com toda a atenção comparando com sua Bíblia:
Você já notou como os namorados ouvem com atenção um ao outro? Já observou que quando alguém ouve algo que lhe interessa (futebol, por exemplo) dá toda a atenção para o que esta sendo dito? Como então nós que dizemos que amamos ao Senhor, ao Rei dos Reis, ao Nosso Deus, O Único Deus Verdadeiro, vamos dormir, ou distrair-nos quando sua Palavra é pregada? Assim, se amamos ao Senhor, devemos ouvir com atenção, comparar com o que diz a Bíblia, e meditar, e aplicar a nós mesmos o que ouvimos.
3 – Continue meditando:
Após ouvir a pregação, na volta para a casa, e durante o resto do dia, e da semana, continue meditando e aplicando a Palavra a sua vida, ao cotidiano. Abandone qualquer pecado revelado e honre ao Senhor em tudo.
Há, ainda, um importante aspecto desta busca pelo conhecimento de Deus nas Escrituras: Devemos dar valor ao Dia do Senhor, ao domingo. Neste dia, em obediência ao quarto mandamento, devemos deixar os demais afazeres e dedicar-nos na busca ao Senhor, no culto público, familiar, e privado, orando e meditando em sua Palavra junto com nossa família e Igreja.
Deixo, portanto, estas breves palavras como um incentivo para que busquemos diligentemente conhecer ao Senhor, tornando-nos assim cada vez mais genuínos adoradores.
VI – A FORMA DE ADORAÇÃO:
Os tópicos anteriores estavam relacionados ao objeto de nossa adoração, que é Deus, e também a atitude do adorador, que é em espírito conforme a revelação da Verdade. Agora é hora de tratarmos da forma da adoração. Como vimos, isto se refere ao aspecto externo da adoração.
Mas será que a forma está presente neste texto? Por certo que sim! Lembra que Jesus diz que os samaritanos adoravam o que não conheciam, e os judeus, ao contrário, adoravam o que conheciam? Vimos que isso tem a ver com a totalidade do Antigo Testamento que os samaritanos não possuíam. É lógico que aqui também estão em vista as formas prescritas por Deus no Antigo Testamento. Assim, a adoração em Verdade também se refere a forma em que se manifesta.
Para muitas pessoas este ponto não é muito importante. Elas dizem: “o que importa é que adoremos ao Verdadeiro Deus, e que sejamos sinceros”. Mas pretendo mostrar que este é um equivoco muito grande, e tal idéia tem trazido enorme prejuízo ao chamado cristianismo. Na verdade pretendo demonstrar que não podemos separar estes aspectos da adoração. Não podemos considerar que importa apenas o objeto e a atitude do adorador. O fato é que a Bíblia nos mostra que se realmente conhecemos a Deus vamos nos importar muito com a atitude do adorador. Mas não ficamos só neste ponto, pois, se conhecemos a Deus, também avançaremos e nos preocuparemos com a forma com que o adoramos. Pretendo mostrar que é uma conseqüência necessária adorar a Deus da forma correta. O objeto, que é Deus, exige que o adoremos de forma correta e não de acordo com nossos gostos.
Sabemos que a forma é importante inclusive em nossas relações humanas. Quando amamos alguém o tratamos de maneira que lhe seja agradável. Por exemplo, quem ama sua esposa não a espanca. Não diríamos a um homem: “como você ama sua esposa” ao vê-lo espancá-la! Isso seria absurdo ou terrível ironia. Pensemos irmãos: Se amamos a Deus não vamos querer agradar-lhe inclusive na forma como o adoramos? A nossa prioridade, se o amamos, será agradar a Ele ou a nós mesmo, a nossos gostos, ou aos Dele?
Mas vamos a um pouco de história, pois isto nos ajudará nesta questão. No século XVII na Inglaterra os Puritanos lutavam, entre outras coisas, para purificar a forma do culto. Eles se opunham ao princípio normativo da Igreja da Inglaterra, princípio que orientava a forma do culto.
Assim diz o artigo trigésimo quarto, dos Trinta e Nove Artigos da Religião:
“Não é necessário que as tradições e Cerimônias sejam em toda parte as mesmas, ou totalmente semelhantes; porque em todos os tempos tem sido diversas, e podem ser alteradas segundo as diversidades dos países, tempo e costumes dos homens, contanto que nada se estabeleça contrário à Palavra de Deus.” (Clique aqui para ler todo o texto).
Assim a Igreja da Inglaterra acreditava que “o que não for diretamente proibido nas Escrituras é permitido no culto” (Paulo Anglada; O Princípio Regulador do Culto, página 12). Já os Puritanos ensinavam que só é permitido no culto o que for baseado nas Escrituras, ou seja, o que a Bíblia determina. Você percebe a diferença?
A questão que se levanta diante disso é: Quem estava com a razão? Estes fatos históricos são importantes para nós, e por isso os menciono aqui, porque a mesma pergunta precisa ser feita hoje em dia e na verdade em todos os tempos. A grande pergunta a ser feita, e que nos liga aos tempos dos puritanos é: Podemos adorar a Deus de qualquer forma, tendo como base algum argumento, ou existem limites prescritos nas Escrituras Sagradas? O fato é quem em nosso tempo o princípio defendido pelos puritanos simplesmente não é seguido. Vemos de tudo nos cultos atualmente. Não é verdade? E observamos isso tanto no meio católico, como no meio chamado “evangélico”. Meu propósito é provar pelas Escrituras que os puritanos estavam com a razão e aplicar o princípio deles a algumas situações comuns a nossos tempos.
Tratarei deste assunto dividindo-o em três partes:
1 – O que diz a Bíblia?
2 – Aplicando o princípio aos católicos, e evangélicos modernos.
3 – Como deve ser a forma de um culto, segundo a Bíblia.
Vamos lá então:
1 – O que diz a Bíblia?
Teriam os puritanos razão? Devemos aplicar o princípio que defenderam atualmente? É evidente que se tinham razão nós devemos aplicar o princípio que defenderam. Temos que aplicá-lo hoje, se este for o caso! Você percebe a importância do assunto? Examinemos, portanto, alguns textos das Escrituras:
Primeiro texto:
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (II Tm 3:16,17).
Este é o texto mais básico. Aqui se afirma que toda a boa obra que Deus quer que pratiquemos, e tudo que quer que creiamos, esta em sua Palavra nas Escrituras. A Bíblia é suficiente para sabermos a vontade de Deus em todas as áreas de nossa vida. É suficiente para nossa fé e prática. Assim, a minha vida como cristão deve ser em tudo, “toda boa obra”, e não apenas em algumas coisas, deve ser pautada na Palavra de Deus. Será que a forma de cultual a Deus está excluída desta orientação bíblica? Será que algo tão importante como o culto público não está incluído neste texto? Meu irmão leia este texto da Bíblia e responda por si próprio. É lógico que “toda a boa obra” inclui a forma do culto, se não, não seria “toda a boa obra”, mas seria: “algumas boas obras”, e o culto seria algo que poderíamos praticar a nosso bel prazer. Mas não é assim, pois “toda a boa obra” deve incluir a forma do culto que apresentamos a Deus.
Segundo texto:
“Quando o SENHOR, teu Deus, eliminar de diante de ti as nações, para as quais vais para possuí-las, e as desapossares e habitares na sua terra, guarda-te, não te enlaces com imitá-las, após terem sido destruídas diante de ti; e que não indagues acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviram estas nações aos seus deuses, do mesmo modo também farei eu. Não farás assim ao SENHOR, teu Deus, porque tudo o que é abominável ao SENHOR e que ele odeia fizeram eles a seus deuses, pois até seus filhos e suas filhas queimaram aos seus deuses. Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás.” (Dt 12:29-32).
Este capítulo trata de práticas da adoração. Deus vinha orientando tudo. No trecho acima o Senhor proíbe o seu povo de seguir as práticas das nações idólatras. Mas uma prática é mencionada, e percebe-se aqui a abominação de Deus a ela: Trata-se do sacrifício de crianças. O trecho termina determinando que seja seguido o que foi ordenado, que nada seja tirado e nem acrescentado. Assim, tanto se proíbe práticas idólatras, como se ordena o cumprimento exato do que Senhor determinou. Você percebe o que o texto mostra? Isso é o que ele mostra: Deus quer ser adorado como determinou! Nem mais, nem menos.
Terceiro texto:
“Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.” (Ex 20:4-7).
Este é o segundo mandamento. Nele o Senhor prescreve sobre a forma de culto. Aqui Ele proíbe o uso de imagens na adoração. Portanto, este é mais um texto que prova que existe uma maneira determinada por Deus na Bíblia sobre como devemos adorá-lo.
Quarto texto:
“Ora, reuniram-se a Jesus os fariseus e alguns escribas, vindos de Jerusalém. E, vendo que alguns dos discípulos dele comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar (pois os fariseus e todos os judeus, observando a tradição dos anciãos, não comem sem lavar cuidadosamente as mãos; quando voltam da praça, não comem sem se aspergirem; e há muitas outras coisas que receberam para observar, como a lavagem de copos, jarros e vasos de metal e camas), interpelaram-no os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos de conformidade com a tradição dos anciãos, mas comem com as mãos por lavar? Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens. E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição. Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte. Vós, porém, dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta para o Senhor, então, o dispensais de fazer qualquer coisa em favor de seu pai ou de sua mãe, invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes.”. (Mc 7:1-13).
Neste texto o Senhor condena as cerimônias religiosas baseadas na tradição humana. Os fariseus acusam Jesus porque seus discípulos não se purificavam (lavar as mãos como prática religiosa). Jesus, no entanto, os acusa de abandonar os preceitos de Deus para seguirem suas tradições. Observe que o Senhor mostra que o que importa é seguir a lei de Deus, e que os fariseus acabaram por abandoná-la para seguirem suas idéias, como no caso da honra aos pais. Assim, o Senhor estabelece que devemos nos basear na Lei de Deus, e não em tradições humanas, em nossas práticas religiosas.
Notemos, ainda, que o Senhor, citando Isaías, fala do coração: “este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”. Com isso o Senhor liga a questão do coração a prática. Se amarmos a Deus vamos procurar práticas que sejam baseadas em sua Lei não em nossas vontades, em nossas tradições. Isso é um alerta para aqueles que dizem que a prática no culto pouco importa desde que o coração seja sincero. Não, não é assim. Pois, segundo Jesus, quem realmente ama a Deus em seu coração, irá seguir a Lei divina, e não sua tradição, em suas práticas religiosas.
Conclusão desta parte:
Acredito que diante destes textos só podemos chegar a uma conclusão: Os puritanos estavam com a razão. Em tudo, inclusive no culto, precisamos basear-nos na Palavra de Deus, e não em nossas idéias, ou tradições. Se isto é verdade a questão não se restringe apenas aos tempos dos puritanos, mas se aplica diretamente a nós no Século XXI. Meus irmãos, não podemos inventar formas para cultuarmos a Deus, mas temos que basear-nos tão somente na Palavra de Deus nas Escrituras Sagradas. Nosso culto precisa ser bíblico. Este é o ponto. Você percebe? A questão é: O culto em nossas igrejas é bíblico ou humano? Seguimos a Bíblia ou as tradições e idéias humanas? O que dirige nossos cultos, Deus ou o homem? Como veremos a seguir, Deus rejeita o culto fora de sua Palavra!
Para fecharmos esta parte leiamos alguns textos que mostram a reação de Deus diante das práticas religiosas não prescritas nas Escrituras que algumas pessoas ousaram apresentar diante Dele. Leia e medite!
A – A oferta de Caim:
“Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do SENHOR. Depois, deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador. Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. Então, lhe disse o SENHOR: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” (Gn 4:1-7).
Deus aceitou a oferta de Abel, mas rejeitou a de Caim. Por quê? Com certeza o principal motivo era a diferença do coração dos adoradores. Caim não cria nem amava a Deus em seu coração, já Abel amava. Mas a forma, penso eu, não pode ser de todo descartada. Na oferta de Abel havia sangue, na de Caim não! Mas notemos a reação de Deus: Ele rejeita a oferta de Caim. Deus não aceita qualquer oferta, qualquer adoração.
B – Nadabe e Abiú:
“Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR. E falou Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou.” (Nm 10:1-3).
Eis um acontecimento trágico. Estes homens ousaram trazer um fogo estranho, e destaquemos, o que o Senhor não havia ordenado, e por isso Deus os matou. Esta foi a terrível reação de Deus diante de uma prática que Ele não ordenou: Ele os matou. Isso é sério demais meus irmãos! Parece que hoje muitos pensam que podem fazer diante de Deus qualquer coisa durante o culto. Vejam que Moisés fala da santidade de Deus. Oh meus amigos, repito que isto é muito sério. Deus não aceita que se faça diante Dele o que não ordenou. Ele rejeita e derrama sua ira sobre o que ousa praticar tal loucura. Pense nisso! Não será que a ira de Deus está sobre muitos hoje que cultuam de formas que Ele não prescreveu? Será que o Senhor mudou e age diferente nos tempos de hoje? Que reflitamos seriamente!
C – Uzá:
“Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris, com pandeiros e com címbalos. Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus. Desgostou-se Davi, porque o SENHOR irrompera contra Uzá; e chamou aquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje. Temeu Davi ao SENHOR, naquele dia, e disse: Como virá a mim a arca do SENHOR?” (II Sm 6:5-9).
As coisas santas não poderiam ser tocadas. Veja:
“...mas, nas coisas santas, não tocarão, para que não morram” (Nm 4:15).
Este episódio com Uzá é semelhante ao do texto anterior com Nadabe e Abiú. E devemos notar que sempre a prescrição de Deus está envolvida. No caso anterior, fora feito o que Deus não mandara, e aqui, foi feito o que Deus expressamente proibiu. Também semelhantemente notamos a questão da santidade. Assim, este texto é mais um alerta sobre a reação irada de Deus contra uma prática contrária a sua Lei, e sofrendo esta ira Uzá morreu.
D – Os vendilhões do Templo:
“Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio. Lembraram-se os seus discípulos de que está escrito: O zelo da tua casa me consumirá.” (Jo 2:13-17).
Jesus é Deus. Assim, em semelhança ao Antigo Testamento, a reação divina ao desrespeito com o que é de Deus é também de ira justa. Aqueles homens usavam o Templo e a Páscoa para ganhar dinheiro em uma prática vergonhosa. Diante disso o Senhor os expulsa a chicotadas.
Conclusão desta parte:
Estes textos provam que aqueles que ousam apresentar a Deus algo que não se baseie ou contrarie sua Palavra serão rejeitados e terão sobre si a sua pesada ira justa. Eis aí algo muito sério em que deveríamos pensar atentamente.
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Caros amigos, como o propósito do blog é mostrar o que a Bíblia ensina para a nossa edificação espiritual, e não fomentar polêmicas, que tendem a ofensas e discussões infrutíferas, não publicarei comentários deste teor, tão pouco comentários com linguagem desrespeitosa. Grato pela compreensão.