Reflexões sobre o Sofrimento - Parte X* - Manoel Coelho Jr.
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Resumo do estudo anterior (Parte
IX)...
Como enfrentar a realidade da
morte?
A morte é algo terrível, pois
significa um ataque destruidor a parte do que somos, nosso corpo. É o fim da
presente existência. Isso causa grande angústia e perplexidade. Por isso que se
diz dos homens: “todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda
a vida” Hb 2: 15. Isso leva os homens ímpios a tentarem por vários
meios esquecer a realidade de que vão morrer um dia, levando-os ao despreparo
total em relação a este evento inevitável e seríssimo. O cristão não reage, ou
não deve reagir assim, mas com base nas Escrituras encara a morte com realismo
preparando-se para ela. Então perguntemos: Como enfrentar a realidade da morte?
Ou...Como o cristão deve encarar o fato de que a morte existe, atinge aos seus
amados e um dia chegará a ele?
Para respondermos esta pergunta
devemos lembrar-nos de duas verdades das Escrituras:
1 – A morte entrou na realidade humana devido ao pecado.
“E o SENHOR Deus lhe deu esta
ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do
conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás.”
Gênesis 2;16,17.
Como temos visto ao longo deste
estudo, o pecado é a fonte de todo o mal incluindo a morte. Esse fato o cristão
tem bem firme em sua mente. O que o ajudará a reagir de forma correta e
realista diante dela.
2 – Cristo venceu a morte trazendo-nos Vida Eterna.
“o dom gratuito de Deus é a vida
eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.”
Romanos 6: 23b.
Cristo venceu a morte na Cruz. Por
isso que Hebreus nos diz, citando agora o verso completo e o anterior: “Visto,
pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também
ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem
o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte,
estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.” Hb 2 14 e 15. Esta é a
fonte absoluta de consolo e preparo para o cristão.
Diante destas verdades como o
cristão reage diante da morte?
1 – O cristão reage de forma realista.
“Melhor é ir à casa onde há luto
do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens;
e os vivos que o tomem em consideração” Eclesiastes 7: 2.
Os homens ímpios esquecem-se da
morte por meio dos benefícios que recebem nesta vida. Nos banquetes, nas
festas, nas boas novas eles esquecem que morrerão. Na verdade há duas
realidades, há duas afirmações inegáveis:
A – Um dia todos morreremos.
B – Não sabemos quando morreremos.
Os incrédulos esquecem-se destas
realidades e vivem como se nunca fossem morrer ou como se pudessem garantir que
a morte está muito, muito longe, de forma a que não devem pensar nela. Entendem
que a vida durará muito e que está em seu controle. Dizem “Hoje ou amanhã, iremos para a
cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros.”
Tiago 4: 13. Mas quando alguém próximo morre eles são forçados a pensar nisso, dai
que “Melhor
é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê
o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração”
Eclesiastes 7: 2. Mas logo, logo os ímpios procuram esquecer estes pensamentos
voltando suas mentes aos negócios desta vida. Esta é a ilusão em que vivem. O
cristão, ao contrário, não esquece da morte, mas vive de forma consciente ante
esta inevitável realidade. Ele de fato é um realista. Na verdade o único
realista é o cristão. Ele não vive na ilusão, mas na realidade. Vive na
consciência de que vai morrer e que isso pode estar muito perto. Eles dizem: “Se o
Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo.”
Tiago 4: 15.
2 – O Cristão reage com prontidão.
“Mas Deus lhe disse: Louco, esta
noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”
Lucas 12: 20.
“Desta maneira o comereis: lombos
cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa
do SENHOR. Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na
terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais;
executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR.”
Êxodo 12: 11, 12.
O ímpio vive como se está vida
fosse eterna. Pensa apenas neste mundo e em nada se interessa pelo mundo
vindouro. Quando a morte chega eles está totalmente despreparados. Já o cristão
vive para a eternidade. Sabe que é peregrino e que em breve partirá para seu
verdadeiro lar. O cristão vive pronto para partir, e isso em Cristo o Senhor e
Salvador. Vive para a glória de Deus em cada dia sabendo que a qualquer momento
será chamado para seu Lar Celestial.
3 – Com reflexão sobre o pecado.
“porque o salário do pecado é a
morte”
Romanos 6: 23.
O ímpio procura esquecer seus
pecados, e mesmo diante da morte, que é causada pelo pecado, procura
anestesiar-se, entregando-se consequentemente a uma vida de mais pecado. Já o
cristão olha para a morte e sofrimento e percebe que isso existe devido ao
pecado. Tal consideração o leva a odiar mais ainda o pecado como o mal dos
males.
Continuação (Resumo da Parte X)...
4 - Com reflexão sobre Cristo.
“porque o salário do pecado é a
morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso
Senhor.”
Romanos 6:23.
O cristão deve olhar para a morte
com todo o realismo, isto é, como algo consequente do pecado. Isso o levará a
valorizar ao seu Senhor e Salvador, Cristo, por meio de quem gratuitamente Ele
recebeu a Vida Eterna. Assim, a morte é um chamado a valorizarmos a Cristo e
faremos bem a nós mesmos e glorificaremos a Deus, se assim o fizermos.
5 – Com consolo e esperança.
“Mas, de fato, Cristo ressuscitou
dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio
por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim
como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada
um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de
Cristo, na sua vinda. E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus
e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e
poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo
dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte.”
I Coríntios 15: 20-26.
O cristão deve enfrentar a morte
não como algo final, isto é, que encerra sua existência para sempre, mas com
consolo e esperança da vida eterna, pois Cristo Ressuscitou dando-lhe a
garantia que também ele ressuscitará no retorno do Senhor.
6 – Com senso de urgência quanto aos próximos.
“Por isso, eu vos disse que
morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que EU SOU, morrereis nos
vossos pecados.”
João 8: 24.
“É necessário que façamos as obras
daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode
trabalhar.”
João 9:4.
A morte sinaliza para o cristão
que seus próximos partirão a qualquer momento, e estando fora de Cristo, morrerão
em seus pecados. A morte também sinaliza que o dia do cristão é sua vida, tempo
em que ele deve viver para a glória de Deus e o bem de seus próximos, mas que
logo chegará a noite, a próprio morte, quando ninguém mais trabalha. Assim a iminência
de sua morte e de seus próximos o desperta ao senso de urgência de viver o hoje
para Deus e o bem de seus semelhantes. E qual o maior bem que podemos fazer aos
próximos? Resposta: Viver de tal maneira que Cristo seja anunciado a eles como
a Vida Eterna.
7 – Com choro, saudade e consolo.
“Tendo Sara vivido cento e vinte e
sete anos, morreu em Quiriate-Arba, que é Hebrom, na terra de Canaã; veio
Abraão lamentar Sara e chorar por ela.”
Gênesis 23: 1,2.
“Tendo Jacó acabado de dar
determinações a seus filhos, recolheu os pés na cama, e expirou, e foi reunido
ao seu povo. Então, José se lançou sobre o rosto de seu pai, e chorou sobre
ele, e o beijou.”
Gênesis 49: 33-50:1.
“Respondeu ele: Vivendo ainda a
criança, jejuei e chorei, porque dizia: Quem sabe se o SENHOR se compadecerá de
mim, e continuará viva a criança? Porém, agora que é morta, por que jejuaria
eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim. Então,
Davi veio a Bate-Seba, consolou-a e se deitou com ela; teve ela um filho a quem
Davi deu o nome de Salomão; e o SENHOR o amou. Davi o entregou nas mãos do
profeta Natã, e este lhe chamou Jedidias, por amor do SENHOR.”
II Sm 12: 22-25.
O cristão sofre a perda de seu
ente querido. Sente saudade e chora. Porém tem consolação por pelo menos três
motivos:
A – Deus assim determinou, pois é
Soberano sobre a vida e a morte. Davi se submeteu a Deus e o adorou. Deus sabe
o que faz, e o cristão confia que os Planos Divinos são melhores que o dele mesmo.
B – O cristão lembra que um dia
encontrará seus queridos que morreram no Senhor. Eles não voltarão para cá, mas
nós iremos a eles.
C – O cristão crê que, segundo a
vontade de Deus, tempos de alegria ainda virão nesta vida. Davi passou pela dor
da morte de seu filho, mas pode se alegrar posteriormente com o nascimento de
Salomão “e o SENHOR o amou... lhe chamou Jedidias, por amor do SENHOR”
(II Sm 12: 24, 25). Amém!
Pode ser copiado, distribuído, e traduzido livremente para outro idioma, desde que indicada a fonte, a autoria, e o conteúdo não seja modificado.
* Pregação da noite de domingo,
Primeiro de Fevereiro de 2015, na Congregação Batista Reformada em Belém.
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