Estudo 45 – Batistas Reformados – Graça Irresistível – Parte XX* – Manoel Coelho Jr.



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Resumo deste estudo...
Lembremos dos estudos passados...
Continuemos a pensar na solenidade e sua relação com o sucesso na evangelização...
Há muita leviandade nas Igrejas hoje devido ao desconhecimento do Deus das Escrituras. Mas ao olharmos para Isaías 6 descobrimos que tudo é muito sério, sendo que é impossível prosseguir-se na leviandade quando se entende estas coisas, pelos seguintes motivos:
1 – Há neste texto a revelação de um Deus sério manifesto como Santo e Soberano, que salva o homem, em si mesmo perdido, por sua livre determinação e graça em Cristo, e envia seus servos para uma missão que depende absolutamente dEle, pois endurece de forma justa a quem quer e salva os seus eleitos por pura graça, manifestando-se nisto seu glorioso amor eletivo, mas também a sua Justiça, pois Cristo teve de pagar o preço na Cruz.
2 – A situação dos homens é gravíssima e estão totalmente na dependência de Deus para a salvação, mortos em delitos e pecados, necessitados de fato da graça irresistível, e isto unicamente em Cristo, pois Nele são tirados do pó, da morte, e postos nas Regiões Celestiais (Ef 2: 1-10). O homem pensará no que era e no que Cristo o tornou hoje. E quando for para missão, perceberá que nada pode fazer pelos seus ouvintes, mas apenas Deus, pois eles também estão mortos, como um dia ele esteve. Sabe que entre seus ouvintes haverá os que serão endurecidos. Ele vê a maldade do pecado nos homens e percebe a seriedade de tudo. Mas também percebe a obra da graça de Deus em alguns deles. Vê sinais de fé ali, percebe demonstrações de arrependimento acolá, as folhas estão brotando do toco pois “ainda fica o toco, assim a santa semente é o seu toco.” Is 6: 13.
A seriedade então segue a percepção destas realidades, e se manifestará no tratamento que os cristãos individualmente e como Igreja darão as Sagradas Escrituras, a vida cristã, ao culto e a evangelização.
1 – Seriedade com relação as Sagradas Escrituras se manifestará na maneira como os cristãos tratarão a Bíblia, não mais como pretexto para suas ideias, torcendo-as, mas como fonte absolutas para suas doutrinas e práticas. Neste mesmo sentido a Igreja será altamente exigente na escolha de seus ministros, pois estes devem ser defensores da Palavra de Deus conforme as Escrituras Sagradas. Assim se exigirá piedade e dom de ensino, conforme I Timóteo 3:1-7 e I Pedro 5: 1-4, além de um verdadeiro chamado de Deus para o ministério, conforme Efésios 4: 7-16, cuidando de detectar e afastar os falsos profetas, considerando-os os mais perniciosos dos homens, pois que afastam os ouvintes do conhecimento de Deus e os levam a perdição de suas almas, conforme Deuteronômio 13: 1-5.
2 – Seriedade com relação a vida. A vida passa a se vivida como que na presença de Deus, como um culto constante a Ele. Tudo é relacionado com Deus, diferente da vida ímpia que é alheia ao Senhor (Rm 12 e Efésios 4:17- 5:2).

3 – O culto deixa de ser antropocêntrico e passa a ser de fato para Deus. Lembremos que há três aspectos relacionados ao culto, isto é, o Objeto, que é Deus, a atitude, que deve ser de amor e gratidão, e a forma, que é o externar da adoração ao Senhor. Se Deus é de fato temido, sua Palavra determinará a tudo, inclusive a forma de Culto (I Tm 3: 16, 17; I Tm 3: 14, 15). Se não ouvimos a Deus no que recomenda sobre a forma, não podemos dizer que temos a atitude correta, que é amor a Ele em nosso culto. Na verdade, neste caso, Deus já não será o objeto de nossa adoração, mas nós mesmos e nossas vontades pecaminosas. Tal culto consequentemente será idolátrico a abominável aos olhos de Deus. Um exemplo solene disto, e que todos devem ler, está em Levítico 10:1-7.
Continuemos no presente estudo...

4 – O Evangelismo passa a se feito na presença de Deus. Isto significará que se dará cada vez mais importância ao conteúdo da mensagem que ao método e os resultados numéricos. Expliquemos: Quando Deus não é conhecido em sua santidade e Glória, o homem passa a ser o centro do “evangelismo”. Neste caso o conteúdo da mensagem começa a ser diluído para se agradar aos homens, e os métodos são cada vez mais pragmáticos. Como vivemos em tempos de entretenimento na TV, Internet, e demais meios de comunicação, e como as pessoas, exatamente por isso, cada vez menos tiram tempo para meditar em coisas de fato importantes, e como também há uma busca por coisas extraordinárias, a Igreja é tentada a apresentar entretenimento e “milagres” para atrair tal público, e a evitar longas exposições das Escrituras que levam a meditação profunda. Assim o que importa nesta situação são os métodos pragmáticos para atrair multidões e não o Conteúdo do Evangelho, que, aliás, não atrairá multidões de ímpios. No entanto quando Deus é conhecido, o conteúdo passa a ser importante, pois em temor os evangelistas procurarão ser fieis a mensagem dada por Deus. Notemos que Dt 13: 1- 5 e Mc 16: 14-20 deixam evidente que o Conteúdo é mais importante que os sinais, ou qualquer outra coisa nesta obra de proclamação.

Enfim, o que é o sucesso na evangelização? Quando estamos alcançando sucesso ao evangelizarmos? Pelo o que já estudamos podemos responder com as seguintes proposições:

Quando a Evangelização da Igreja está tendo sucesso eis o efeito na vida dela própria e nos ouvintes de sua mensagem:

1 – Deus estará sendo glorificado. Mas quando Ele é glorificado? Resposta...

2 – Quando a pregação é fiel, quando a Igreja está sendo coluna e baluarte da Verdade (I Tm 3:150.

3 – Quando a vida dos membros da Igreja é santa, temente, piedosa, no poder do Espírito Santo.

4 – Quando há quebrantamento profundo no coração dos ouvintes. Não deve Igreja avaliar o sucesso pelo número de aderentes, mas na demonstração por parte dos ouvintes de quebrantamento no coração, humilhação ante a glória de Deus, cura da cegueira espiritual, percepção da gravidade de seus pecados, percepção da realidade de Cristo como Único Redentor e da necessidade que têm da Graça no coração, Assim como Isaias eles passam a dizer: “ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!” Is 6: 5. O que importa para estas pessoas, mais que saúde dinheiro, e benção materiais, é acertar as contas com Deus. 

5 – Quando há conversão genuína em arrependimento e fé, sendo evidenciada em uma vida de santidade!

6 – Quando nos ouvintes não o dinheiro, poder ou qualquer outra coisa influencie primordialmente suas decisões, mas sim o pensamento de em tudo glorificar a Deus.

7 – Quando nos ouvintes a reputação pessoal seja posta em segundo lugar, se dispondo até a serem odiados pelo mundo por causa de Cristo. Eles estão dispostos a perder bens, casas, a família, tudo o mais, e a própria vida por causa de Cristo.  


Esse é o sucesso que Deus opera pela graça eficaz à medida que se tem uma evangelização verdadeira, fiel ao conteúdo bíblico. Sucesso não é o poder material, o poder humano, o dinheiro, o número de aderentes. Enfim, sucesso é a Glória de Deus em Cristo Jesus, o Temor de Deus e santidade, num povo que foi tirado das trevas e trazido para Sua maravilhosa luz (I Pe 2:9). Esse é o sucesso maravilhoso que Jesus vai mostrar Naquele Dia de forma perfeita, pois eis que vai “apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.” Ef 5:27. A Glória de Deus, a Glória de Cristo na vida da Igreja, eis o sucesso verdadeiro! Que este seja nosso anelo e oração. Amém! 

Estudo da EBD de 22 de Fevereiro de 2015, na Congregação Batista Reformada em Belém.

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