Meditações em Gênesis 22: A prova suprema da Fé de Abraão* - Manoel Coelho Jr.
I – INTRODUÇÃO:
Firmes na Fé: Conselhos para Crentes Fracos
Era essencial que Abraão cresse
em Deus para que realmente estivesse em Aliança com o Senhor. Mas a fé não é
algo da natureza do homem, mas sim a incredulidade. Por isso Deus foi
trabalhando no coração de Abraão lhe fortalecendo a fé até que então pudesse ser
provado, como de fato o foi neste capítulo. Este é o propósito claro do Texto:
Mostrar a prova da fé de Abrão. Mas o que fica claro é que a Aliança com Abraão
era parte da implementação na história da Aliança Eterna entre o Pai e o Filho
para a salvação dos eleitos de Deus. Portanto este capítulo tem importância
como avanço dos atos de Deus em vista de trazer no futuro o Redentor, Cristo
Jesus, o que salvaria os crentes, como, aliás, salvou ao próprio Abraão. A
questão que se levanta a nós é: Somos da Fé como Abraão? Se sim, estamos
conscientes de nossa segurança nesta Aliança Eterna?
II – A PROVA E SUA DIFICULDADE
(Gn 22:1,2).
Ao lermos este texto sentimos
imediatamente a dificuldade da prova: Deus pede o filho de Abraão em
sacrifício. Mas, apesar de ter que oferecer um filho já trata-se de algo
terrível em si mesmo, Deus ainda acrescenta dois complicadores:
A – Único filho: No sentido de
ser o da promessa, diferente de Ismael, o filho da incredulidade.
B – A quem amas: Amado exatamente
por ser o filho da promessa.
De fato apenas se houvesse fé em
Abraão é que ele obedeceria. Este não é o caso apenas em relação a Abraão, mas
refere-se também a todos nós. Somente obedeceremos a Deus se Nele crermos. É
assim com você?
III – A FÉ MANIFESTA EM OBRAS (Gn
22: 3-10).
Trazendo este episódio com Abraão
como exemplo, Tiagonos diz: “Porque, assim como o corpo sem espírito é
morto, assim também a fé sem obras é morta.”. Tg 2:26 (Leia Tg
2:14-26). A verdadeira fé há de manifestar-se em obras. Se não houver obras a
fé não existe. Assim, notemos os atos de fé de Abraão:
A – Ele se levantou de madrugada
e preparou tudo (Gn 22: 3).
B – Seguiu o caminho de três dias
para o lugar que Deus lhe indicara (gn 22: 2-4).
C – Disse a seus servos que
esperassem, pois ele e seu filho
voltariam. Isso mostra que cria que a promessa de Deus se cumpriria por seu
filho, nem que para isso fosse preciso que o mesmo ressuscitasse dentre os
mortos. (Gn 22: 5. Leia também Hb 11: 17-19).
D – Mostrou que Deus
providenciaria tudo com relação ao sacrifício o que incluía a vinda do Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo (Gn 22:7,8 e Jo 1:29).
E – Preparou o altar para o
Holocausto e sobre o mesmo deitou seu filho após amarrá-lo (Gn 22: 9).
F – E o ápice: Tomou o cutelo
para imolar o filho. Este foi o ato mais importante. Se falhasse agora todos os
atos anteriores não poderiam ser considerados atos de fé. Por isso é que neste
exato momento o Anjo do Senhor brada, pois aqui ficou demostrada de fato a sua
fé.
Notamos bem claramente o
progresso destes atos de fé até o ato mais importante: O tomar o cutelo. Devemos
aplicar estes atos a nós perguntando: Onde está a nossa fé demostrada em obras?
Confiamos e fato em Deus seguindo sua Palavra? Descansamos em suas promessas
como fez Abraão?
III – A REAFIRMAÇÃO DAS PROMESSAS
DA ALIÂNÇA (Gn 22: 11-19).
Diante da prova de fé, isto é, pelo
fato de não ter negado seu único filho, Deus agora reafirma as promessas da Aliança:
A – Descendência numerosa. Aqui
está em vista principalmente a descendência espiritual, ou seja, os da fé que
teve Abraão (Gn 22: 17; Rm 4:9-12).
B – Posse dos inimigos, vitória
sobre os inimigos. O que também indica a vitória dos eleitos sobre a carne, o
mundo, e o diabo (Gn 22:17).
C – Benção às nações da terra
pela descendência. Nesta descendência estaria o Evangelho da Redenção (Gn
22:18).
E todas estas promessas estão
apoiadas no juramento de Deus, que, observe, jura por si mesmo, “Pois,
quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha ninguém superior por
quem jurar, jurou por si mesmo” Hb 6:13. Que segurança absoluta
se encontra nestas promessas, nesta Aliança. Oh leitor, você é um dos da fé?
Você crê? Veja o que o escritor da Carta aos Hebreus lhe diz: “Pois,
quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha ninguém superior por
quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo: Certamente, te abençoarei e te
multiplicarei. E assim, depois de esperar com paciência, obteve Abraão a
promessa. Pois os homens juram pelo que lhes é superior, e o juramento,
servindo de garantia, para eles, é o fim de toda contenda. Por isso, Deus,
quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade
do seu propósito, se interpôs com juramento, para que, mediante duas coisas
imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós
que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a
qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde
Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para
sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.” Hb 6: 13-20. Assim, para
os crente há a maior de todas as seguranças: a imutabilidade do seu propósito.
Que segurança a nossa!
Neste trecho também vemos dois
tipos de Cristo e sua obra. Vejamos:
A – Isaque, que passivamente
seguiu seu pai e se deixou ser posto no altar do sacrifício. Assim Cristo
também passivamente se entregou por nós na Cruz tendo seguindo mansamente a seu
Pai.
B – O Carneiro preso pelos
chifres que foi oferecido em lugar de seu filho, Isaque. Assim Cristo também
iria morrer pelos eleitos de Deus. Eis uma palavra importante: Substituição. E
apenas Deus iria providenciar este Cordeiro substituto. Por isso Abraão dá o
nome ao lugar de “O Senhor proverá”. Louvado seja Deus, pois ele providenciou o
Cordeiro: Cristo. Creia Nele meu leitor!
IV – DESCENDÊNCIA DE NAOR E A
SOBERANIA DE DEUS (Gn 22:20-24).
Aqui é mencionada a descendência
do irmão de Naor. Evidentemente a importância do fato está em Rebeca, a futura
esposa do filho da promessa, Isaque. Deste casal viria o povo de Israel, e o
Cordeiro de Deus, isto é, Cristo. Aqui vemos:
A – A Soberania de Deus que controlava
tudo para finalmente trazer Cristo. Que bom. Se Deus não fosse Soberano nada
estaria seguro quanto a vinda de Cristo.
B – Que Deus não depende do
homem, nem de suas fraquezas ou poderes, mas age por seu próprio Poder e Graça.
Isto se mostrou com o próprio Abraão que muitas vezes fraquejou na fé, como se
mostrará com Rebeca que também cometeu falhas, como no caso de enganar seu
filho Esaú e o próprio Isaque para beneficiar a Jacó (Ver Gn 27). Assim
confiemos no poder e graça de Deus em Cristo.
C – Deus controla o passado, o
presente, e o futuro. Aqui se vê que Deus cuidou de Abraão, mas seu tempo já se
esgotava. Agora Deus já prepara esposa para Isaque. Dessa forma o futuro estava
garantido. Nunca temamos o que virá, pois Des está no controle. Uma coisa é
certa: Seu decreto se cumprirá de forma absoluta.
D – Tudo resultaria na glória de
Deus em Cristo (Veja Mt 1: 1-17; Rm 1 1-17 e 11:33-36). Por todas estas
gerações Cristo viria, e Nele Deus seria glorificado pela salvação dos eleitos.
Que maravilha contemplar a sabedoria de Deus em tudo isso e dela fazer parte
como eleito vivendo então para sua glória.
Todos estes pontos mostram que
não precisamos temer. Deus está no controle. Louvado seja Deus!
V – CONCLUSÃO:
Deus deu a fé necessária a Abraão
para que de fato a Aliança fosse real. Então veio a prova e a fé se manifestou
na sua disposição de oferecer seu filho. Mas na verdade a Aliança com Abraão
era a implementação da aliança Eterna entre o Pai e o Filho para a salvação dos
eleitos. Nesta aliança por Isaque viria o Cristo que salvaria seu povo operando
para a glória de Deus. Para tanto o propósito de Deus foi assegurado por
juramento, e Rebeca foi preparada para com Isaque gerar um grande povo, pelo
qual viria Cristo. Assim, se somos crentes, estamos na mais segura das
situações, pois fomos edificados sobre a Rocha do Eterno Propósito de Deus em Cristo
confirmado com o juramente de Deus. Amém!
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*Acesse abaixo os dois vídeos e áudios deste estudo:
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