Décima exposição sobre o Juízo Final - O autoengano e a futura desilusão no Juízo (Áudio e texto) - Mt 7:21-23 - Manoel Coelho Jr.
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.”. Mateus 7:21-23.
I – INTRODUÇÃO:
Até aqui temos visto o perigo representado pelos falsos
profetas. Eles iludem e afastam as pessoas da porta estreita causando a
condenação de multidões. Mas agora Nosso Senhor mostra que eles só conseguem
este efeito porque existe um perigo maior que eles próprios: O autoengano. Em
outras palavras, a mentira não está apenas fora, mas também dentro de cada ser
humano, isto é, os homens naturalmente se enganam. Eles não precisam que
ninguém minta para eles, pois eles mesmos mentem para si. Na verdade os mentirosos
só conseguem sucesso em enganar os outros porque estes outros gostam da
mentira. Assim, meu prezado leitor eu preciso lhe dizer que seu maior problema
não são os falsos profetas, mas você mesmo. Você por natureza, como todos os
outros homens e mulheres, ama a mentira. Você por natureza é presunçoso. Não se
ofenda, pois apenas lhe informo de uma verdade bíblica. A Bíblia diz: “Enganoso
é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o
conhecerá?”. Jr 17:9. Dessa forma o nosso texto mostra que muitos
pensam que estão no caminho estreito enquanto ainda continuam no largo. Estes
são os que seguem o autoengano quanto à própria salvação. Pensam que estão
salvos, mas o Juízo final lhes trará terrível desilusão, pois saberão que sempre
estiveram perdidos. Temos então no texto o autoengano e a futura desilusão no
Juízo. Eis coisas que devemos evitar. Sobre elas que o Senhor nos alerta e
sobre elas que falaremos neste estudo pedindo que Deus nos dê graça. Assim
pense nesta questão: Porventura você não está se enganando com respeito a sua
própria salvação?
II – ILUSÃO E EVIDÊNCIA (Mt 7:21).
No verso 22 o Senhor nos diz que no Dia do Juízo muitos,
observe bem, muitos descobrirão que estavam enganados sobre a própria salvação,
isto é, pensavam que estavam salvos enquanto estavam perdidos o tempo todo.
Esta palavra “muitos” deveria nos alertar. Não são poucos os que se auto
enganam. Que coisa terrível pensarmos nisto, mas é necessário. É necessário
admitirmos que hoje muitos estão nas igrejas crendo que andam a caminho para
Céu enquanto correm para o inferno. É necessário, meu leitor, que você admita
que possa ser um destes. Você pode estar seguindo o autoengano.
No verso 21 Cristo fala que “nem todo o que me diz: Senhor,
Senhor! entrará no reino dos céus”. Isso mostra a ilusão que um homem
pode impor a si mesmo. O fato de uma pessoa dizer “Senhor, Senhor” não significa
que a pessoa crê que Cristo é seu Senhor, pois Jesus fala assim: “Nem todo o
que me
diz”. Ora todo o verdadeiro crente trata a Cristo como Senhor. Paulo
afirma: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu
coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”
Rm 10:9. No entanto, nem todo o que chama Cristo de Senhor é crente. Note que
Paulo fala “Se, com a tua boca,” e também “e, em teu coração, creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos”. Assim, não basta confessar, mas
também é preciso crer no coração. Dessa forma, a ilusão acontece quando uma
pessoa apenas se conforma em confessar a Cristo como Senhor sem averiguar se
existe genuína fé no coração.
Mas observe que Cristo nos apresenta a verdadeira evidência
de que uma pessoa é crente, a prova real que mostra que alguém é salvo. Ele
diz: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”. Assim,
fica claro que fazer a vontade do Pai, fazer a vontade de Deus é que prova que
alguém é salvo. É assim porque a fé sem obras é morta (Tg 2: 17) e a fé implica
em ter Cristo realmente como Senhor o que se manifestará na obediência (Lc 6:
46). Temos então a ilusão e a evidência. A ilusão é apenas chamar Cristo de
Senhor até com certo fervor, já que se diz “Senhor,
Senhor”, e a evidência é mostrar que de fato cremos Nele como Nosso Senhor
pela obediência a seus mandamentos. Aplique a si mesmo estas verdades
analisando com profunda reflexão a seguinte questão: Eu vivo em obediência aos
mandamentos de Cristo ou apenas digo que Ele é o meu Senhor?
III – FALSAS EVIDÊNCIAS E DESILUSÃO FINAL (Mt 7: 22,23).
Esta ilusão se manifesta em três falsas evidências de
salvação às quais muitos se confiam. Note que eles chamarão a Cristo de
“Senhor, Senhor”. Assim eles creem que Jesus é seu Senhor por três motivos que
se constituem falsas evidências. Vejamos mostrando porque são falsas estas
evidências:
A - Profetizamos em teu
Nome.
O que pode se referir a profecia dos tempos bíblicos ou a
pregação da Palavra. Todavia isso não prova que uma pessoa é de Deus, pois um
falso profeta como Balaão também profetizou (Leia Nm 24: 2-25; 31:16 e Ap 2:14).
B – Expelimos demônios
em teu Nome.
Mas expelir demônios até um homem como Judas o fez (Veja: Lc
6:12-16 e Mc 6:7-13).
C – Fizemos muitos
milagres em teu Nome.
Mas também o traidor Judas fez milagres (Mc 6:7-13).
Penso que a primeira falsa evidência constitui-se em um
alerta para as Igrejas históricas, mas dedicadas a ortodoxia e pregação, o que
pode se degenerar em ortodoxia e pregação morta; Já as duas últimas são mais
aplicáveis como alertas a Igreja Romana e as igrejas pentecostais e
neopentecostais, tão obcecadas pela busca de milagres. O fato é que um homem
pode pregar atém com retidão a verdade e ser um ímpio o tempo todo, e outro
pode expulsar demónios ou operar milagres e ainda assim ser um filho das
trevas. Que alerta terrível, mas muitíssimo necessário nestes tempos em que
tantos pensam que basta existir algum suposto milagre para provar que um homem
é de Deus, e outros apenas se interessam por teologia não acompanhada de
obediência. Tomemos muito cuidado para não nos iludirmos de nenhuma destas
formas tanto com relação a nós como com relação a quem temos ouvido.
Assim, a questão mais profunda não é simplesmente confessar a
Cristo como Senhor, crendo que isto é verdade por pregarmos, expulsamos
demônios, operarmos milagres ou fazermos qualquer outra coisa que um ímpio
também o pode fazer. A questão é: Somos mesmo crentes? Provamos nossa fé pela
obediência aos mandamentos de Cristo? É importante a ilusão acabar agora, pois
Naquele Dia tudo será descortinado pelo próprio Cristo, mas então será tarde
demais. Ele afirma que “Então, lhes direi explicitamente”.
Ali tudo será declarado claramente. Para exemplificar, algumas pessoas quando
tem um sofá velho costumam por uma capa para encobrir manchas ou buracos. Mas
Aquele Dia será o Dia de tirar a “Capa de Sofá”. Os buracos e as manchas vão
explicitamente se manifestar. “Então,
lhes direi explicitamente” o quê? Resposta: “nunca vos conheci”. O que
ficará claro em primeiro lugar é que aquelas pessoas nunca foram de Cristo. Não
fazem parte dos eleitos, nunca foram conhecidos no sentido da “graça motivadora da eleição muitas vezes
presente no verbo ‘conhecer’, no Velho Testamento. Quando Deus toma
conhecimento das pessoas desta maneira especial, faz recair nelas a sua
escolha. Ver Amós 3:2” F. F. Bruce – Comentário da carta aos Romanos. A
eleição se mostrará na fé que leva à obediência. O fato é que estas pessoas
nunca foram objetos da graça salvadora de Deus, o que é completamente justo,
visto que Deus não tem obrigação nenhuma de salvar os ímpios. Então o Senhor os
expulsará para sempre porque eles praticaram em suas vidas a quebra de sua
Santa Lei. O pecado, a quebra da Lei por parte deles ficará então completamente
explícito. A confissão deles “Senhor,
Senhor” explicitamente se mostrará falsa, pois eles nunca obedeceram
realmente a Cristo. Que dia terrível será este para tais pessoas. Oh amigo
pense nisto. Que enquanto há tempo tudo possa lhe ser descortinado e você
enxergue a realidade de ser ou não servo de Cristo. Enfim, Cristo é ou não seus
Senhor? Que você busque esta resposta agora, pois se você se enganar o Juízo o
mostrará sendo então tarde demais.
IV – CONCLUSÃO:
Autoengano, eis nosso maior perigo quanto à certeza de
salvação. Não nos iludamos com falsas evidências, mas olhemos para a verdadeira:
Cristo é nosso Senhor? Nossa fé Nele é verdadeira mostrando-se na obediência?
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Leitura recomendada para o aprofundamento no assunto:
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