Amor: essência do discipulado cristão - Fabano Rocha*.

A condição natural do homem sem Deus é o ódio, que é demonstrado em inimizade tanto para com o criador como para com suas criaturas. Essa condição, entretanto, é mudada e transformada em amor pela decisão anterior de Deus em amar o homem. “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito”. Por conta disso a Palavra de Deus constitui-se em firme exortação a que deixemos que o amor, que é caracterizado como a evidencia de uma vida transformada, domine todos os nossos relacionamentos. Isso por que pessoas que foram primeiramente amadas e redimidas na cruz por Cristo devem demonstrar amando a Deus e aos homens. O amor tem que ser a essência do discipulado cristão. Jesus disse que: “nisto conhecereis que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros". É evidente que o que Jesus quis dizer não é que o amor deve ser praticado só entre aqueles que são irmãos ou estejam na esfera da mesma relação conosco pela fé. A grande questão levantada por Ele é que não é mais o ódio que marca a vida dos filhos de Deus mas o amor, e se ele não for praticado primeiro entre os domésticos da fé, ele jamais será exercido em prol dos que estão fora da relação conosco no corpo de Cristo. O apostolo João em sua primeira epístola diz: “amados , amemos uns aos outros , por que o amor procede de Deus ; e todo aquele que ama é nascido de Deus”. Essa verdade é clara. Ainda que tivéssemos expressões legitimas de uma vida religiosa e elas não procedessem do amor, não teriam valor algum. O apostolo Paulo vai além dizendo que somos como metal que soa ou como sino que tine. O amor deve ser algo que permeia a comunidade cristã envolvendo todas as nossas ações e expressões de fé.

Mas devemos também saber que o amor verdadeiro é demonstrado. Ele não é um sentimento vago e subjetivo. É uma expressão que vai além de linguagens ou palavras. Ainda que possa ser expressado de forma poética isso não substitui a sua exigência prática, sua obra e sua verdadeira manifestação. O amor deve seguir o exemplo de Cristo, o Senhor é a personificação e manifestação do ágape. Sendo assim, Ele demostrou o valor do seu amor morrendo, dando a vida pelo seu povo. É evidente que em nossas vidas não há situações extremas como a que tenha que dar minha vida no sentido literal do termo mas isso não quer dizer que o princípio da cruz não encontre oportunidade em nosso viver diário. Sendo demonstrado em uma realidade concreta, através de atitudes no relacionamento com Deus e com o próximo.

Essa verdade deve nos transformar primeiro, evidentemente, por uma relação correta com Deus por meio de Cristo, ou seja, a nossa condição não é mais de ódio e inimizade ao criador mas de amor, que deve moldar minha nova vida com Deus levando-me a amá-lo de todo o meu coração e com todo o meu ser, mas o próximo também deve ser objeto dessa transformação, que não se restringe somente a meus irmãos na fé. O amor nesse sentido não encontra limites pois deve ser exercido até para com quem nos persegue ou nos tem como inimigos. Jesus deixou bem claro isso em Mt.5:44. Todos devem ser alvos do nosso amor. Quem nos persegue, quem nos odeia, os nossos irmãos em Cristo, nosso familiares, os necessitados ou quem estiver em nosso caminho (Lc 10:25-37). Esse é o nosso grande desafio, amar como Cristo amou. É fazer do amor a essência da nossa carreira cristã. Jesus disse: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos , se vos amardes uns aos outros” (Jo 13:34).


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