COM AQUELA GLÓRIA QUE TINHA CONTIGO – Manoel Coelho Jr. João 17: 4, 5.


Tendo orado pela Glória do Pai no Filho, relacionando-a a dádiva da Vida Eterna aos Seus, conforme estudamos na exposição dos três primeiros versos do capítulo, O Senhor Jesus Cristo avança no assunto da glorificação, mostrando que já a manifestou em Sua Obra terrestre, solicitando, agora, a glória celestial. Temos aqui uma confirmação da consumação da obra de Nosso Senhor na Salvação de seu Povo, e sua consequente exaltação na presença do Pai. A oração sacerdotal, sendo a conclusão do Seu discurso preparatório, e Sua consagração ao Sacrifício Expiatório, apresenta estas verdades e solicitações de forma natural, e serve para que os discípulos ouçam e sejam consolados. Assim é conosco em nossos próprios dias. Vamos neste sentido estudar os versículos:
I - A glória na terra (João 17: 4).
O Senhor afirma que glorificou ao Pai na terra, consumando a obra recebida dEle. Temos aqui três verdades:
1 - Cristo não realizava seus feitos, nem pronunciava qualquer palavra, como um mero homem que se dispõem, sem nenhum chamado divino, a falar em Nome do Pai, o que seria fraudulento. Não e não! Na verdade, Ele é o Deus-homem, vindo da parte do Pai, comissionado por Ele para salvar os eleitos, por meio de obedecer-lhe em tudo, até a Cruz. Esta é a Obra que Nosso Senhor recebeu do Pai para fazer. A sua missão.
2 - Cristo cumpriu sua missão. Ele ainda teria que morrer na Cruz, mas fala como uma obra já consumada porque já está bem próxima de acontecer. Cristo foi até o fim, em obediência ao Pai Celestial, e por causa dos eleitos que o Pai dera a Ele.
3 - Cristo glorificou o Pai na terra ao consumar sua missão. Por meio dEle, que é Verbo de Deus, o Pai foi revelado em Seu Amor, Graça e Justiça, sendo assim glorificado na terra por meio do Filho.
Estas verdades mostram a consumação da Obra de Cristo na salvação de seu povo, para a Glória do Pai na terra.
II - A glória no céu (João 17: 5).
Cristo, após falar da glória na terra, solicita agora a glória na presença do Pai. Temos aqui mais duas verdades:
1 - A Glória a qual se refere não depende em nada da criatura, pois já existia antes do mundo. Trata-se da glória divina. Deus é glorioso em si mesmo, e dEle procede toda a glória da Criação. Gosto de ilustrar com o Sol e a Lua, ainda que seja uma fraquíssima comparação. Mas observem: O Sol não precisa da Lua para emitir luz, glória e beleza. Mas a Lua, ainda que ilumine, e nisso se manifeste como gloriosa e bela, apenas reflete a luz, glória e beleza do Sol, que dela não depende. Assim também, a glória da criatura apenas reflete a Glória do Criador que criou e mantém tudo por sua Palavra (Veja Gênesis 1, Salmos 19 e 104, e Romanos 1 :18-32). Ora, Cristo sendo Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, já manifestava tal glória junto ao Pai, antes que tudo existisse.
2 - Trata-se de sua exaltação como resultado de Sua humilhação e sacrifício por seus eleitos . O Senhor Jesus deixou Sua Glória na presença do Pai, ainda que não deixou de ser Deus, e se humilhou ao revestir-se de humanidade para salvar homens, e como um servo sofredor, foi obediente até a morte, e morte de Cruz, sendo finalmente sepultado. Agora, como resultado, solicita a exaltação, a volta ao Pai. Dessa forma, seria exaltado na ressurreição e ascensão, assentado-se à direita do Pai. Ele é o Rei. Ele venceu. Ele domina (Leia Filipenses 2 : 1-11 e Isaías 53).
Portanto, temos estudado que Cristo manifestou a Glória de Deus na terra em se humilhar até a Cruz, e como resultado, foi glorificado na presença do Pai, a glória no Céu, vencendo e sendo exaltado. Estas verdades, em conjunto, são naturalmente participantes da Oração Sacerdotal, servindo também de grande consolação aos discípulos originais, e aos discípulos de todos os tempos.
III - Conselhos:
1 - Que diante das perseguições e todas as aflições no mundo, consolemo-nos com as verdades sobre a humilhação de Cristo em nosso favor, a consumação de Sua Obra como mandato divino, e consequente exaltação na Presença do Pai. Cristo morreu por nós e venceu. Eis nosso consolo diante até da morte.
2 - Honremos a Cristo como Deus, e exaltado à presença do Pai como resultado de Sua humilhação. Que cada dia dediquemos ao Nosso Amado Salvador, procurando glorificá-lo em cada palavra e ação.
3 - Sigamos o exemplo de Cristo em sua humildade e serviço. Ele é nosso exemplo. Estamos nos parecendo com Cristo em nossas relações com o próximo? Leia e medite sobre esta questão em Filipenses 2: 1-11.
4 - Sempre lhes incentivarei nestes estudos do capítulo: Oremos! O Senhor Jesus orou. Como não oraríamos? Ele orava sempre. Ele orou no final. Oremos, pois!
*Esboço do sermão do dia do Senhor, 03 de abril de 2022.

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