Estudo 22 - Juízo Final - Separando as ovelhas* - Vídeo, áudio e texto - Manoel Coelho Jr.



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I – INTRODUÇÃO:

Finalmente chegamos à última parte do capítulo 25 de Mateus. Trata-se do trecho do verso 31 ao 46. Neste momento Nosso Senhor começa a falar do Juízo Final propriamente dito. Temos visto que Ele vinha ensinando a respeito dos acontecimentos que anteciparão a sua Volta, e da Volta em si, e que então passou a aplicar todo o seu ensino através de parábolas. Agora Ele fala do que virá logo a seguir, ou seja, o Grande Juízo de toda a humanidade. Em conexão a tudo isso o Senhor apresenta a realidade de que a maneira como vivemos, a vida presente, demostra se somos ou não suas ovelhas. Naquele dia tudo será exposto e os que pertencem a Ele serão separados dos que não o amam. Desejo olhar com você neste estudo a primeira parte do texto que nos fala das ovelhas. No seguinte trataremos dos cabritos. É assim que Cristo ilustra a separação que ocorrerá, isto é, ovelhas serão separadas dos cabritos, e as ovelhas são os lhe pertencem. Ovelhas valiam mais que cabritos e com isso o Senhor queria estabelecer a diferença fundamental entre as pessoas. O fato é que há dois grupos entre os homens e mulheres: Os que amam a Cristo e os que não o amam. O Juízo mostrará estes grupos claramente, mas na verdade a diferença já aparece agora na maneira em cada grupo vive. Assim a questão que se levanta a nós é: A qual grupo pertencemos? O que o Juízo revelará a respeito de cada um de nós? Somos ovelhas ou cabritos?

II – O JUIZ.

Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda;” Mt 25: 31-33.

No julgamento vindouro o Juiz será o próprio Cristo, o Filho do Homem. E o texto deixa claro que Ele virá julgar por ocasião de seu retorno a este mundo. Fica evidente a Autoridade que terá este Juiz, o que contrasta fortemente com sua primeira vinda a este mundo.  Nosso Senhor veio como um bebê e viveu humildemente, e se humilhou mais ainda tendo morrido terrivelmente em uma Cruz. Mas Ele ressuscitou e está na Glória do Pai esperando a hora de retornar para julgar com todo o Poder e Autoridade de Rei que é. Esta autoridade se manifestará no fato de que reunirá a todos sem pedir permissão a ninguém, e imediatamente fará separação estre os fiéis e os ímpios. Infelizmente a maioria dos homens dá pouco caso a este evento vindouro. Mas isso é absolutamente fatal, pois o desprezo dos homens não retirará a Autoridade do Juiz nem desmarcará a hora do Julgamento. O desprezo humano também mostra grande estupidez, pois é muita loucura viver sem levar em consideração a morte e o Juízo Final. Ora, pela maneira em que vivemos seremos julgados quer queiramos ou não. Todos estamos indo ou para o Céu ou para o inferno. Cada um de nós ou é ovelha ou é cabrito, e a maneira de viver o demostra, como o texto deixa claro. Não é hora de pensarmos seriamente neste Juízo Vindouro? Aliás, com todas as parábolas anteriores o Senhor procurou chamar nossa atenção para o perigo da negligência espiritual, e mostrou que a vida lúcida é daquele que vive na expectativa da eternidade, pois não ficaremos aqui para sempre. Assim leitor você precisa viver esperando o Juízo, confiando em Cristo, e avaliando se você realmente está na fé, isto, é se está fé na prática mostra que você é uma ovelha de Cristo.

III – A SEPARAÇÃO.

todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda;” Mt 25: 32, 33.

O Juiz virá e separará as ovelhas dos cabritos. Isso mostra o discernimento que somente Ele tem. Nesta vida a diferença entre ovelhas e cabritos já se manifesta nas obras conforme o texto nos mostra. Uma “ovelha” vive de maneira completamente diferente de um “cabrito”. No entanto pelo fato de existirem os hipócritas, e devido a grande possibilidade de sermos enganados pela aparência, é impossível que tal separação seja feita agora. Assim muitas vezes nesta vida há “cabritos” que se passam por “ovelhas” e enganam a muitos. Mas naquele dia tudo ficará claro. Isto é, “ovelha” será tida por “ovelha”, e “cabrito” será tido por “cabrito”, e muitos serão os decepcionados, pois se viam como ovelhas. Que Deus nos livre de tal decepção. No entanto, um texto como esse põe diante de nós a responsabilidade do autoexame. Somos ou não ovelhas? Estamos no lado do Senhor ou somos hipócritas enganando a nós mesmos e aos outros? Amigos, a fé é algo demonstrável e o Senhor deixou claro que a vida das ovelhas não é igual a vida dos cabritos. Dessa forma perguntemos à luz da Bíblia e em oração: O que nossa vida prática tem demostrado? Estou vivendo como ovelha? Mas para isso precisamos conhecer as características da vida de uma ovelha. Vejamos a seguir.

IV – A VIDA DAS OVELHAS.

então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” Mt 25: 34-40.

Como vive uma ovelha de Cristo? Bem, no Juízo o Senhor demostrará como as suas ovelhas viveram neste mundo. Portanto, à luz deste texto, tentarei responder estas perguntas com algumas proposições, e junto com elas procurareis fazer as devidas aplicações. Vamos lá.

1 – As ovelhas são os que foram objetos da Graça vivendo consequentemente em obediência a Deus.

É possível que algumas pessoas interpretem mal o texto crendo que aqui se ensina uma espécie de salvação pelas obras, pois parece a tais pessoas que as ovelhas entram no Reino por terem praticado atos de ajuda aos necessitados. Mas tal interpretação não leva em consideração que as ovelhas são os Benditos para os quais o Reino foi preparado desde a fundação do mundo. Dessa forma as ovelhas são aqueles que, tendo sido escolhidos previamente por Deus, foram por Ele transformados e assim manifestam as boas obras. Assim as obras são evidência da Graça e não uma forma de alcançar a Salvação. Ora, sabemos, que o ensino geral das Escrituras, é que somos salvos pelo o que Cristo fez e não pelo o que fazemos. No entanto o que fazemos em termos de boas obras mostra que realmente Ele nos salvou, pois o salvo é alguém que ama a Cristo, odeia o pecado, e consequentemente obedece aos mandamentos. Então temos que uma verdadeira ovelha de Cristo obedece a Cristo. Se não há obediência não existe ovelha, mas cabrito. Avalie-se meu leitor a luz deste fato. Lembre: obras não salvam, mas são evidências da Graça. Cristo disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.” Jo 10:27. Assim a primeira resposta que dou sobre como vive uma ovelha é esta: Uma ovelha de Cristo obedece aos mandamentos de Cristo e odeia o pecado. Há isso em você?

2 – As ovelhas são sensíveis às necessidades das outras ovelhas.

Note que o texto mostra necessidades e a satisfação destas mesmas necessidades. Note ainda que cada satisfação é correspondente a necessidade. Não se pode satisfazer uma com a satisfação da outra. Observe:

A – Quem tem fome precisa de alimento.

B – Quem tem sede precisa de água.

C – O forasteiro precisa de hospedagem.

D – O nu precisa de roupa.

E – O doente de visita que traga cuidados.

F – O preso de ajuda.

Porém é possível que haja famintos que continuem sem comida, sedentos que continuem sem água, forasteiros que continuem sem abrigo, nus que continuem sem roupas, doentes sem assistência, e presos abandonados. Quando isso acontece? Resposta: Quando ninguém se importa com suas necessidades. Percebe? Bem, é preciso estar sensível à necessidade dos outros para que realmente ocorra ajuda. Se formos egoístas, isto é, se apenas pensamos em nossas próprias necessidades não sentiremos a dor alheia e nada faremos pelos nossos próximos. Temos aqui, pois um grande teste para nossa fé. Somos sensíveis ou não as necessidades dos outros? Percebemos o que eles precisam e procuramos satisfazer-lhes? Somos ovelhas?

3 – As ovelhas amam as outras ovelhas de forma prática.

Observe que as pessoas objeto de ajuda são chamadas por Cristo de “meus pequeninos irmãos” (Verso 40). Isso mostra a intimidade com Cristo, o que se refere consequentemente aos membros de seu corpo, a Igreja. Assim, a ajuda essencialmente é em prol da Igreja. Temos então que ovelha ajuda ovelha. Mas devemos dizer que com isso não se exclui radicalmente outras pessoas de forma a que nunca devamos ajudá-las. Não, não se trata disso! Todavia o presente texto se refere a nossos irmãos na fé. Paulo diz que “enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.” Gl 6: 10. Porém também deve ser dito que esta ajuda acontece devido ao amor, que por sinal é a prova de que realmente somos ovelhas de Cristo.

 João nos diz assim:

Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia. Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si. Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante ele, tranqüilizaremos o nosso coração; pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas. Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável. Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou. E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele. E nisto conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu.” I Jo 3: 13-24. 
  
Pelo o que João diz podemos afirmar que o amor cristão leva a pessoa a ser sensível a necessidade de seus irmãos de forma que ela não poderá fechar seu coração deixando de ajudar naquilo que pode. Percebe? E João mostra mais, mostra que este amor prático demostra que somos vivos espiritualmente, ou em outras palavras, que somos ovelhas de Cristo. Isso fica ainda mais claro com as seguintes palavras de Cristo que respondem o questionamento das ovelhas no Dia do Juízo. O questionamento é: Quando foi que te ajudamos Senhor? Cristo responde: “Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Verso 40). Tudo desemboca nisso: Os discípulos fazem para o Senhor quando ajudam outros discípulos, pois cada discípulo pertence a Cristo. Assim temos como verdade final que se nós ajudamos nossos irmãos, o fazemos porque amamos a Cristo. É o amor Cristo que gera tudo.

Todavia há algo antes deste amor. O que? É o amor de Deus por nós. João diz: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” I Jo 4:19. Trata-se do amor de Deus em Cristo por suas ovelhas. É por isso que se diz que o Reino lhes está preparado desde a fundação do mundo. Tudo começa com o amor de Deus por seu Povo Eleito. Não fosse este amor nenhuma ovelha existiria e todos seriam cabritos. Mas é porque Ele nos amou que nós o amamos, como também a nossos irmãos. E tais ovelhas estão sendo preparadas para este Reino Vindouro em santificação, visto que o Reino é Santo.

João nos diz ainda:

Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro. Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.” I Jo 3: 1-10.

Note que a purificação acontece agora, e que a prova de que alguém é de Deus é a prática da justiça e o amor.  

Temos então os seguintes casos:

A – Quem ajuda os irmãos, ajuda porque é sensível as suas necessidades.

B – Quem é sensível a necessidades dos irmãos, é sensível porque os ama.

C – A sensibilidade gerada pelo amor leva o discípulo a ajudar de forma concreta aos irmãos de acordo com seus recursos.

D – Quem ama aos irmãos, ama por causa de Cristo. A ovelha ama a seu Pastor, e consequentemente as outras ovelhas.

E – Quem ama a Cristo, ama porque foi amado por Deus Nele.

Aí está o movimento do amor de Deus:

Deus nos ama primeiro, o que nos leva a amá-lo, e por Ele amar aos nossos irmãos de forma a ajudá-los concretamente.

Por isso João diz que “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” I Jo 3:16. Numa verdadeira ovelha vê-se este amor prático que mata a fome do faminto, dá água ao sedento, hospeda o forasteiro, veste o nu, cuida do doente, e ajuda o preso. E neste exato momento existem irmãos nossos que estão sofrendo algumas destas coisas. O que estamos fazendo por eles?  Onde está nosso amor? É interessante notar que por todo este capítulo 25 o Senhor nos alerta sobre o pecado de deixar de fazer o que tem de ser feito. Este é o pecado de negligência. E aqui está o pecado de negligenciar-se ajuda a quem precisa. Por natureza somos assim, egoístas, insensíveis.  Mas os que são de Deus amam seus irmãos, e vencem tal fraqueza porque amam ao Senhor. Há isso em nós? Que nos avaliemos à luz destes fatos bíblicos.
  
V – CONCLUSÃO:

Naquela Grande Dia, Cristo separará as suas ovelhas dos cabritos. No entanto esta separação de certa forma já aparece aqui pela vida prática das pessoas. As ovelhas vivem em amor a Deus e a seus irmãos, de maneira que ajudam os necessitados. Há isso em Nós? Somos ovelhas de Cristo? Que todos ao lerem este texto sejam convencidos, e em breve ouçam estas palavras gloriosas: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.” Mt 25: 34.


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*Pregação da noite de domingo, 12 de janeiro de 2014, na Congregação Batista Reformada em Belém.

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Leitura recomendada:

Um Guia Seguro Para o Ceu - J. Alleine.


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