Estudo 21 - Juízo Final - A parábola dos talentos – Investindo ou enterrando?* - Vídeo, áudio e texto - Manoel Coelho Jr.
Acesse o vídeo clicando aqui.
Baixe o Mp3 clicando aqui.
I – INTRODUÇÃO:
Continuemos o nosso estudo de Mateus 25
olhando agora para o trecho dos versos 14 ao 30. O Senhor prossegue a aplicação
de seu sermão profético contando a parábola dos talentos ligando-a a anterior
com o “pois”. Assim, em toda esta seção Cristo está nos lembrando de sua Volta
para Julgar o Mundo. Mas neste ponto a ênfase recai sobre como devemos agir em
relação aos privilégios espirituais que Ele nos tem concedido antes deste crucial
evento futuro. A grande questão é: Temos aproveitado as oportunidades
espirituais que Deus tem nos dado?
II – A SOBERANIA DIVINA NA
DISTRIBUIÇÃO DE TALENTOS.
“Pois será como um homem que, ausentando-se
do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco
talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria
capacidade; e, então, partiu.” Mt 25: 14, 15.
Talento diz respeito a um peso de dinheiro que
correspondia a 45Kg de prata ou a 91 Kg
de ouro (Dicionário Strongs). Penso que fica claro que se refere aos benefícios
espirituais que Deus concede aos cristãos professos. Sabemos que mesmos em
termos meramente materiais há diferenças de oportunidades entre as pessoas.
Umas nascem em famílias muito ricas e outras em famílias extremamente pobres. Mas
também sabemos que existe dedicação diferenciada entre as pessoas no que diz
respeito ao aproveitamento das oportunidades. Há jovens ricos que desperdiçam
suas chances de estudos com a preguiça. Há outros que apesar de pobres
agarram-se zelosamente a toda a oportunidade de aprender. Isso nos mostra que há
oportunidades variadas, como também aproveitamento variado das chances
concedidas.
Algo semelhante acontece na área
espiritual. Há pessoas que nascem em famílias extremamente ímpias. Já outras
nascem em famílias muito piedosas. Umas têm contato muito cedo com o Genuíno
Evangelho em uma Congregação Fiel a Palavra. Já outras muito prematuramente são
expostas aos enganos de falsos profetas. Umas nascem em países fortemente
evangelizados. Outras em tribos que nunca receberam sequer um missionário
cristão. Enfim, são oportunidades diferentes em relação a tesouros espirituais.
Nisto vemos o que a parábola nos transmite claramente, ou seja, Deus é soberano
na distribuição dos talentos. Mas também fica claro que o Deus Soberano é
também justo, pois deu a “cada um segundo a sua própria capacidade”
Mt 25: 15b. Deus sabiamente distribui dádivas de maneira sempre justa e com
bons propósitos. No entanto, deve-se enfatizar que a distribuição não depende
dos agraciados, mas do doador. Assim vemos neste texto, como em toda a Bíblia, que
Deus é absolutamente Soberano.
O ensino é que Cristo voltará e
sabiamente distribuiu a cada servo talentos para serem administrados enquanto
isso não acontece. Mas por ocasião de seu retorno os servos serão chamados para
a prestação de contas. Tudo isso me leva a questionar você, meu leitor. Quais
privilégios espirituais Deus tem lhe concedido? Responda: Você tem tido
oportunidade de ouvir o Evangelho? Penso que só o fato de ler estas páginas já
lhe garante acesso a algo de conhecimento espiritual. Mas você tem tido
oportunidade de ouvir de Cristo por outros meios? Outra coisa: Você tem tido
contato com uma Congregação Fiel? Você frequenta regularmente um local onde há
um Fiel Pregador da Verdade das Escrituras, ou há uma Igreja Fiel na sua Cidade
em que você pode ir mesmo com alguma dificuldade? Você já pesquisou a respeito?
Vejamos mais algumas questões para sua reflexão: Há Bíblias em sua língua? Bem,
se você está conseguindo ler este texto a resposta é sim. Você tem chances de
oração? Quando falo de chances me refiro a condições físicas e mentais para
exercer o ato de orar. Você nasceu em uma família cristã? Sua mãe ou seu pai
lhe ensinaram o Caminho da Verdade desde cedo? E quais os benefícios
espirituais você tem acesso pelos meios modernos de comunicação como a
internet? Enfim, quais os privilégios você tem tido meu leitor? Pense nisso.
Pense que tudo isso é Deus quem lhe têm concedido.
III – O USO DOS TALENTOS.
“A um deu cinco talentos, a outro, dois e a
outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu. O que
recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros
cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas o que
recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor.”
Mt 25: 15- 18.
O ponto anterior nos leva a grande
questão: Para que Deus nos tem privilegiado desta ou daquela forma? A resposta
clara da parábola é que Deus nos concede tais privilégios para que os
aproveitemos fazendo com que se desenvolvam. Deus dá a cada um segundo a
capacidade, o que demostra a necessidade de trabalhar-se com o talento. Este
trabalho produz o desenvolvimento do dinheiro visto que os que foram elogiados
duplicaram o seu valor. O que recebeu cinco produziu mais cinco, e o que
recebeu dois produziu mais dois. Porém o que foi condenado simplesmente
enterrou o único talento que recebera. Certo comentarista lembra o absurdo de
enterrar o dinheiro, pois este é algo “vivo” e não “morto”, e são os mortos que
se enterra. Já um bebê é cuidado pela mãe para que cresça e se torne um adulto.
O que é vivo deve-se alimentar para que cresça. Há de se alimentar o vivo e não
se enterrar. Há de se investir no dinheiro para que este se multiplique. O
mesmo se refere aos privilégios espirituais, isto é, não podem ser enterrados,
mas investidos. Dessa forma, por exemplo, se tenho oportunidade de ouvir um
ministro fiel devo zelosamente investir tempo nisso, e com toda a atenção e
meditação. Se possuo a Bíblia em meu idioma devo lê-la diariamente para que a
conheça com profundidade. Se posso orar então que eu ore sempre. Se Deus se dá
a revelar a mim, que eu aproveite tal oportunidade. Enfim que eu use e invista os
meios que Deus tem me concedido para que eu possa conhecê-lo mais e mais em
Cristo, ser cada vez mais santo e abominar com mais força o pecado. Devo
investir e não enterrar. Enterrar seria desprezar tais privilégios deixando o
culto, a pregação, e a congregação dos irmãos, nunca lendo a Bíblia, e orando pouco
ou nada, oferecendo a mínima atenção a Deus, vivendo consequentemente para o
pecado. Fatal seria agir assim. Mas pense meu leitor, com toda a urgência em
como você tem procedido em relação aos privilégios recebidos. Reflita: Você tem
investido ou enterrado seus talentos?
IV – A PRESTAÇÃO DE CONTAS.
“Depois de muito tempo, voltou o senhor
daqueles servos e ajustou contas com eles. Então, aproximando-se o que recebera
cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo: Senhor, confiaste-me cinco
talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei. Disse-lhe o senhor: Muito
bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra
no gozo do teu senhor. E, aproximando-se também o que recebera dois talentos,
disse: Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei.
Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o
muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Chegando, por fim, o que
recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas
onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, receoso, escondi na terra o
teu talento; aqui tens o que é teu. Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e
negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao
voltar, receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao
que tem dez. Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao
que não tem, até o que tem lhe será tirado. E o servo inútil, lançai-o para
fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes.” Mt 25: 19-30.
Este trecho se refere ao Juízo Final,
que será o momento da prestação de contas. Cada servo apresentará o resultado
do que fez com os privilégios recebidos. Esta prestação de contas demostra que
nada é nosso. Ora, não teríamos que prestar contas do que é nosso, certo? Mas
se temos que prestar conta é porque é de Deus. Deus nos tem dado certos
privilégios. O que temos feito com o que afinal é de Deus? Ouça: O mundo é de
Deus, a Igreja é de Deus, o Evangelho é de Deus, nós somos de Deus, nossa vida
é de Deus, nosso corpo é de Deus, nossa alma é de Deus, e todos os meios de
conhecê-lo são dádivas de Deus. O que temos feito com tudo o que é Dele?
Teremos que prestar contas. Oh meu leitor o que você tem feito com o que é de
Deus? Nada é seu, e tudo é de Deus. Lembre-se disso!
Mas a grande questão que aparece no
texto e que determina o bom uso ou não dos privilégios é a fé. Notemos que os
dois servos que usaram bem os talentos não duvidavam do senhor. Eles
acreditavam que o senhor era um homem justo. Já o mau servo via o senhor como
um homem desonesto e perigoso. Ora aqui está a raiz do problema: Cremos ou não
em Deus? Cremos ou não em sua Palavra? Lembremos que a tentação no Éden se
referia a dúvida quanto a Bondade de Deus. Lembra que a serpente levou Eva a
duvidar das boas intenções de Deus? Infelizmente ela duvidou do Senhor. E esta
tem sido a atitude dos homens desde então. Eles creem no coração enganoso deles
(Jr 17:9), creem no diabo que é o pai da mentira (Jo 8: 44), creem no mundo que
jaz no maligno (I Jo 5:19), mas surpreendentemente não conseguem crer em Deus
que nunca mente e é completamente justo e fiel (Nm 23:19). Daí vemos que o uso
bom ou mau dos talentos começa com a fé ou incredulidade. Será instrutivo
observarmos agora alguns textos bíblicos sobre a fé. Observe:
“Porque, assim como o corpo sem espírito é
morto, assim também a fé sem obras é morta.” Tg 1:26.
“porque todo o que é nascido de Deus vence o
mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o
mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” I Jo 5: 4,5.
Observemos que a fé produz efeitos,
tem seus frutos, que são as boas obras e a vitória sobre o mundo.
“Este é aquele que veio por meio de água e
sangue, Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a água e com o
sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. Pois
há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes
três são um. E três são os que testificam na terra: o Espírito, a água e o
sangue, e os três são unânimes num só propósito. Se admitimos o testemunho dos
homens, o testemunho de Deus é maior; ora, este é o testemunho de Deus, que ele
dá acerca do seu Filho. Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o
testemunho. Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no
testemunho que Deus dá acerca do seu Filho. E o testemunho é este: que Deus nos
deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a
vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos
escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em
o nome do Filho de Deus.” I Jo 5: 6-13.
Observemos que a gravidade deste “não crer no testemunho de Deus” está no
fato de que neste caso considera-se o Senhor um mentiroso. Como alguém pode
pensar isso de Deus? Mas é isso que os homens tem feito.
Assim vemos o valor da fé, e que sem
fé não há como investir-se nos talentos, visto que a incredulidade leva ao
enterro de todas as dádivas de Deus. E que ofensa não será aos olhos do justo
juiz tal incredulidade? Dessa forma Ele chama o servo incrédulo de mau e
indolente e demostra que não há nenhuma razão em suas desculpas, pois ao menos
ele poderia ter investido o dinheiro junto aos banqueiros e recebidos os juros.
Duvidar de Deus sempre é irracional e leva ao desprezo às dádivas do Altíssimo
e a consequente indolência. Este é o motivo de muitos crentes professos
simplesmente serem tão inativos. Eles pouco ou nunca oram, nunca leem a Bíblia
com regularidade, ouvem e ouvem bons sermões, mas sem nenhum efeito na prática
diária deles, nunca crescem, enfim. É que na verdade eles não creem em Deus,
não creem na Palavra, não creem na Bíblia, não creem no Evangelho, não creem em
Cristo. Se cressem seriam então ativos e estariam crescendo na vida espiritual.
Peço diante disso que você avalie a si mesmo: Você crê em Deus de fato? A sua
fé se demostra em obras? Naturalmente
que a salvação não nos vem por obras, mas sim por Cristo. No entanto os que
creem neste Salvador é que serão salvos, e tal fé os fará dar valor as dádivas de
Deus. Você percebe? Há isso em você?
Mas o fato quanto ao incrédulo é que o
pouco que tem até isso lhe será tirado, pois Cristo diz: “Tirai-lhe, pois, o talento e
dai-o ao que tem dez. Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em
abundância; mas ao que não tem até o que tem lhe será tirado.” Mt 25:
28, 29. Há algo de muito importante aqui. Em outra parte o Senhor responde uma
pergunta dos discípulos que nos traz mais esclarecimento sobre o assunto. Observe:
“Então, se aproximaram os discípulos e lhe
perguntaram: Por que lhes falas por parábolas? Ao que respondeu: Porque a vós
outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é
isso concedido. Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao
que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso, lhes falo por
parábolas; porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem. De
sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os ouvidos e de
nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis. Porque
o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e
fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os
ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados. Bem-aventurados,
porém, os vossos olhos, porque vêem; e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois em
verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não
viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram.” Mt 13:10-17.
Amigos, a negligência em ouvir a
Palavra de Deus levará a perda de maiores dádivas e consequente escuridão. Este
é um alerta muito sério a todos. O fato é que a negligência incrédula leva a
desprezo as dádivas de Deus e a consequente condenação no Juízo Final. Este é o
fim do incrédulo, ou seja, o inferno. O incrédulo negligente ouvirá: “Servo
mau e negligente,... E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá
choro e ranger de dentes.” Mt 25: 26 e 30. Mas os genuínos crentes, que porque creem dão
valor as dádivas, ouvirão: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no
pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.” Mt 25:
23. Que cada leitor ouça estas gloriosas palavras. Creia em Cristo!
V – CONCLUSÃO:
Dádivas espirituais nos têm sido
dadas. O que temos feito com elas? Pela fé temos aproveitado ou em incredulidade
desprezado? Elas têm crescido ou sido enterradas? O que a prestação de contas
no Dia do Juízo nos mostrará?
Pode ser copiado e distribuído livremente, desde que indicada a fonte, a autoria, e o conteúdo não seja modificado!
*Pregação da noite de domingo, 06 de janeiro de 2014, na Congregação Batista Reformada em Belém.
Para os livros do blog clique aqui.
Leitura recomendada:
Pode ser copiado e distribuído livremente, desde que indicada a fonte, a autoria, e o conteúdo não seja modificado!
*Pregação da noite de domingo, 06 de janeiro de 2014, na Congregação Batista Reformada em Belém.
Para os livros do blog clique aqui.
Leitura recomendada:
Um Guia Seguro Para o Ceu - J. Alleine.
Muito bom o link feito com o juízo final, pois a parábola é muito mais que saber e usar nossos dons e talentos em prol do reino.
ResponderExcluir