Quarta exposição sobre o Juízo Final - O julgamento divino sobre religiosos - Salmo 50 - Parte I.
Para ler a terceira exposição clique aqui.
II – O JUIZ É DEUS (1- 6).
Leitura recomendada para o aprofundamento no assunto:
As Raízes de Uma Fé Autêntica
“Fala o Poderoso, o SENHOR Deus, e
chama a terra desde o Levante até ao Poente. Desde Sião, excelência de
formosura, resplandece Deus. Vem o nosso Deus e não guarda silêncio; perante
ele arde um fogo devorador, ao seu redor esbraveja grande tormenta. Intima os
céus lá em cima e a terra, para julgar o seu povo. Congregai os meus santos, os
que comigo fizeram aliança por meio de sacrifícios. Os céus anunciam a sua
justiça, porque é o próprio Deus que julga. Escuta, povo meu, e eu falarei; ó Israel,
e eu testemunharei contra ti. Eu sou Deus, o teu Deus. Não te repreendo pelos
teus sacrifícios, nem pelos teus holocaustos continuamente perante mim. De tua
casa não aceitarei novilhos, nem bodes, dos teus apriscos. Pois são meus todos
os animais do bosque e as alimárias aos milhares sobre as montanhas. Conheço
todas as aves dos montes, e são meus todos os animais que pululam no campo. Se
eu tivesse fome, não to diria, pois o mundo é meu e quanto nele se contém. Acaso,
como eu carne de touros? Ou bebo sangue de cabritos? Oferece a Deus sacrifício
de ações de graças e cumpre os teus votos para com o Altíssimo; invoca-me no
dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás. Mas ao ímpio diz Deus:
De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança,
uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras? Se vês um
ladrão, tu te comprazes nele e aos adúlteros te associas. Soltas a boca para o
mal, e a tua língua trama enganos. Sentas-te para falar contra teu irmão e
difamas o filho de tua mãe. Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas
que eu era teu igual; mas eu te argüirei e porei tudo à tua vista. Considerai,
pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus, para que não vos despedace, sem
haver quem vos livre. O que me oferece sacrifício de ações de graças, esse me
glorificará; e ao que prepara o seu caminho, dar-lhe-ei que veja a salvação de
Deus.” Sl 50.
I – INTRODUÇÃO:
Prosseguindo nossas exposições
sobre o Juízo Final desejo tratar de mais um belo salmo. Devo logo no início
destacar que o Sl 50 possui uma diferença muito importante com relação ao Sl 2.
Este último tratava da loucura dos homens que flagrantemente lutam contra Deus
e contra Cristo. Mas o presente salmo se dirige a pessoas que manifestam
religiosidade, isto é, a pessoas que não se voltam claramente contra Deus, mas
ao contrario, se veem como tementes a Ele. Este grupo está sujeito a um
problema que os mundanos e ímpios não possuem. Os que desprezam a Deus
abertamente não tentam se enganar fazendo-se de piedosos. Mas os religiosos estão
sujeitos a este risco. O Sl 2 evidentemente pode ser aplicado a religiosos hipócritas,
mas este não é o assunto essencial do texto, mas a revolta aberta dos ímpios
contra Deus. Porém o assunto do Sl 50 é voltado basicamente para o problema da
religião formalista ou/e hipócrita. Estes precisamente são os dois assuntos do
texto: O formalismo e a hipocrisia. Lembro também que este salmo não é em si sobre
o Juízo Final, pois aqui há chance de arrependimento, o que não haverá no Naquele
Dia. Mas é importante para o assunto, visto que trata da avaliação que Deus faz
dos religiosos. Assim que nos deixemos avaliar agora enquanto há tempo, pois no
Grande Julgamento será ocasião apenas para a decretação do veredicto.
II – O JUIZ É DEUS (1- 6).
Este julgamento é tão solene devido
ao Juiz. Ora, um juiz desta terra não passa de um mero ser humano, pecador e
finito em sua avaliação. Como homem é tão pecador em sua natureza quanto o réu
e seu conhecimento não pode abranger toda a realidade. Mas o nosso Juiz Eterno
é o Deus Poderoso, Aquele que É. Ele controla toda a criação chamando o céu e a
terra como testemunhas do julgamento. Ele não fica calado, mas fala apontando
todo o pecado. Seu juízo é segundo a Luz, Ele resplandece, isto é, nada fica
encoberto, mas tudo é revelado. E trata-se de verdadeira justiça, pois é Ele,
o Deus Verdadeiro, o Padrão da Justiça quem julga.
Meus leitores percebam que diante
destas verdades não podemos nos conformar ou nos iludir com qualquer espécie de
falsidade religiosa, visto que não estamos sendo avaliados por outros homens,
mas pelo próprio Deus. Amigos, podemos enganar a nós mesmo com muita facilidade
criando uma religião agradável aos nossos pensamentos. Quanto aos outros ainda
é mais fácil enganar simulando piedade por meio de cerimônias e confissões
desprovidas de sinceridade. Mas isso funcionará com Deus? Isso iludirá Aquele
que é Luz? Nossas falsificações perverterão a Justiça Divina? Enganaremos
Aquele que tudo sabe? Nossas mentiras vencerão o Poderoso Deus? Acaso sua
Palavra não possui poder de penetrar até nosso coração mostrando tudo que lá
existe? Nossa falsidade conseguirá esconder-se ante seus olhos que tudo veem? Poderemos
enganar Aquele que É? Enfim, nossa mentirá vencerá sua Verdade? A todas estas
perguntas só podemos bradar com um forte não. Deus julga de fato. Deus é Quem
nos julga. Dessa forma a única coisa a fazer é deixar-se avaliar por Ele agora
enquanto a porta do arrependimento e da fé esta aberta. Se continuarmos na
ilusão o Juízo Final nos desiludirá, mas será então tarde demais. Assim, a
grande questão a você que pensa ser religioso é: Você de fato teme a Deus? Você
que diz ter “aceitado a Jesus” responda: Você é mesmo crente? Está arrependido
de fato? Ama mesmo a Deus e odeia o pecado? Que Deus o ilumine por sua Palavra
neste estudo.
III – DEUS JULGA OS FORMALISTAS
(7-15).
Nesta seção Deus avalia os que com
Ele fizeram aliança, o seu Povo, apontando o erro do formalismo. O formalismo é
um perigo constante para todos os que se propõem a adorar a Deus. Trata-se de
apegar-se a forma externa esquecendo-se da gratidão no coração. Basicamente o
culto a Deus envolve o objeto que é Deus, a atitude que é a disposição interna,
e a forma que é a expressão externa da adoração. Neste salmo parece que Deus
não os critica pela forma que se manifesta nos sacrifícios. A crítica vai para
a atitude errada. Eles faziam todos os sacrifícios de forma correta, mas a
atitude era mecânica, ou seja, não havia amor e gratidão. Deus mostra o absurdo
desta espécie de adoração que acaba tratando-o como alguém que busca se
alimentar de animais. Com isso Ele quer mostrar que a essência do culto não são
os sacrifícios em si, mas a atitude com que são feitos. O verdadeiro culto é
ser grato a Deus: “Oferece a Deus sacrifício de ações de graças”. O Senhor explica
melhor o espírito da coisa com as seguintes sentenças: “invoca-me no dia da angústia; eu
te livrarei, e tu me glorificarás.” (15).
Amigos, a luz do próprio salmo e de
toda a Escritura acredito que podemos analisar este verso com relação a maior
de todas as angustias que temos: O pecado. Há angustia maior? Eis que um dia
iluminados pela Palavra de Deus vimos nosso pecado e sentimos o seu peso
angustioso. Vimos também a Cristo, O Redentor, e invocamos a Deus em Seu Nome.
Então o Senhor graciosamente nos ouviu e nos salvou Nele, em Cristo. Assim, cheios de gratidão ante a graça
recebida nós o glorificamos, o honramos. Amados a vida cristã não é fria, não é
mecânica. Não devemos cultuar por mero costume, mas com o coração ardente. Oh,
o que aquece nosso coração? O que nos leva a adorá-lo com vigor? Resposta: Seu amor,
sua graça, manifestos na Cruz de Cristo. É assim que aquecemos nosso coração e vencemos
o formalismo. É isso que Deus requer no culto e não meros sacrifícios, não meras
formas mecânicas. Amigo como é o seu culto? Você pode se lembrar da salvação em
Cristo e glorificar a Deus? Você o ama e é grato pelo o que lhe fez em Cristo?
Pode aquecer seu coração com esta lembrança quando está tendente a meras
formas? Você deseja por amor obedecer a Deus em cada momento de sua vida? Você
ama a Cristo que lhe salvou e quer honrá-lo sempre? Se a resposta é sim,
trata-se de um ótimo sinal de graça. Mas se sua religião não passa de formas,
então ainda nem convertido você é. Eis uma avaliação difícil, mas salutar. Avalie-se
meu amigo em oração. Ouça: Quando um homem não ama a Deus é que ainda ama outras
coisas e luta por elas. Mas quando o ama tudo é desprezível ante o Glorioso Senhor.
Veja o caso do endemoninhado liberto por
Cristo em Gerasa:
“Entrementes, chegaram à outra
margem do mar, à terra dos gerasenos. Ao desembarcar, logo veio dos sepulcros,
ao seu encontro, um homem possesso de espírito imundo, o qual vivia nos sepulcros,
e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo; porque, tendo sido muitas vezes
preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram quebradas por ele, e os
grilhões, despedaçados. E ninguém podia subjugá-lo. Andava sempre, de noite e
de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras. Quando,
de longe, viu Jesus, correu e o adorou, exclamando com alta voz: Que tenho eu
contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me
atormentes! Porque Jesus lhe dissera: Espírito imundo, sai desse homem! E
perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque
somos muitos. E rogou-lhe encarecidamente que os não mandasse para fora do
país. Ora, pastava ali pelo monte uma grande manada de porcos. E os espíritos
imundos rogaram a Jesus, dizendo: Manda-nos para os porcos, para que entremos
neles. Jesus o permitiu. Então, saindo os espíritos imundos, entraram nos
porcos; e a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro
abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram. Os porqueiros fugiram e o
anunciaram na cidade e pelos campos. Então, saiu o povo para ver o que
sucedera. Indo ter com Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado,
vestido, em perfeito juízo; e temeram Os que haviam presenciado os fatos
contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado e acerca dos porcos. E
entraram a rogar-lhe que se retirasse da terra deles. Ao entrar Jesus no
barco, suplicava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele.
Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os
teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti. Então,
ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos
se admiravam.” Mc 5:1-20.
Você percebe a diferença? Aquele
que foi salvo ama a Cristo e quer estar com Ele. Mas, os que não foram salvos
preferirem os porcos. A quem você ama? Você quer Cristo ou os porcos? Você ama
a Deus e é grato por ter sido realmente salvo? Seu culto pode expressar esta
gratidão e amor ou não passa de formalismo?
Continua...
Pode ser copiado e distribuído livremente, desde que indicada a fonte, a autoria, e o conteúdo não seja modificado!
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Leitura recomendada para o aprofundamento no assunto:
As Raízes de Uma Fé Autêntica
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Caros amigos, como o propósito do blog é mostrar o que a Bíblia ensina para a nossa edificação espiritual, e não fomentar polêmicas, que tendem a ofensas e discussões infrutíferas, não publicarei comentários deste teor, tão pouco comentários com linguagem desrespeitosa. Grato pela compreensão.