Os evangélicos modernos abandonaram a Bíblia Sagrada e foram lançados em trevas - Parte VII - A consciente necessidade do Salvador (1).

Para ler a parte VI clique aqui.

B – A Verdade a respeito de Cristo, o Salvador.

Após meditarmos a respeito da Verdade sobre Deus e o homem estamos prontos para tratarmos do tema da Salvação em Cristo. Mas antes de olharmos para o assunto em si, devemos enfatizar a necessidade do Salvador. Este é o assunto do próximo tópico.

1 – A consciente necessidade do Salvador.

Mesmo que uma pessoa esteja gravemente doente jamais procurará tratamento se não souber da enfermidade. Da mesma forma um homem não correrá para Cristo se não estiver consciente de sua necessidade espiritual. Por isso antes de olharmos para o motivo de Cristo ser o Único Salvador precisamos abordar a necessidade de conhecermos nossa doença espiritual: o pecado. Precisamos saber do que temos de ser salvos para então buscarmos a Salvação. Do contrário acharemos que toda a mensagem sobre Cristo é inútil. Não adiantará você falar a um homem simplesmente de que ele precisa crer em Cristo para ser salvo. Ele lhe perguntará: De que eu preciso ser salvo? Também não adiantará se você lhe passar a ideia de que ele precisa ser salvo de um mal menor enquanto o mal maior, o pecado, fica intocável. Este infelizmente é o caso de muitos que buscam a Cristo para serem salvos de doenças, da pobreza, da destruição familiar, e de coisas semelhante enquanto que continuam em pecado diante de Deus caminhando para o inferno. A culpa desta situação é a falsa pregação moderna que não apresenta a verdadeira necessidade do homem diante de Deus. Por todos estes fatos é imprescindível que cada homem esteja consciente de sua necessidade. Mas para que isso ocorra é preciso que o Evangelho seja anunciado sem deturpações. O Verdadeiro Evangelho sempre fala da necessidade maior de cada homem e mulher. Como os evangélicos modernos se afastaram do Evangelho da Bíblia eles também abandonaram a proclamação da necessidade maior. Isso produz falsos convertidos.  Tal fato é terrível. Porém sobre isso trataremos em um tópico posterior dentro deste estudo. Vamos ao assunto.

A – O pecado se esconde.

Imaginemos os seguintes casos:

Caso I:

Uma pessoa está tranquilamente sentada em um banco de ônibus esperando que o veículo chegue ao seu destino. Repentinamente um grupo de bandidos entra no ônibus com armas nas mãos anunciando um assalto.

Caso II:

Uma segunda pessoa em outro ônibus também está tranquilamente sentada esperando que o veículo chegue ao seu destino. Repentinamente sobe um assassino em série, senta-se ao lado dela, e logo acha um meio de iniciar um diálogo. Este homem não demonstra agressividade ou maldade, ao contrário, é gentil, educado, possuindo uma boa conversa. Aliás, é assim que conquista a confiança de suas vítimas para que finalmente consiga assassiná-las.  

Agora eu pergunto: Qual a situação mais perigosa, a do caso I ou a do caso II? Pense bem e responda.

Eu acredito que todos concordarão que a situação mais perigosa é a do caso II. Explico: No caso I a pessoa sabe do perigo e por isso tem condições de analisar a situação para que possa reagir da maneira mais segura possível. Mesmo que esta reação seja simplesmente ficar quietinho. No caso II a pessoa nada sabe, e, portanto, não pode analisar a situação e tão pouco reagir de forma segura. Neste caso o risco é que ela só perceba o perigo quando já não mais poderá fazer nada para se defender. Você entendeu? Ora, o pecado age de maneira semelhante a este assassino em série. Ele se esconde, se camufla, não assunta suas vítimas, até que finalmente dê o bote fatal.

Leiamos o seguinte texto:  

Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos. Porque a transgressão o lisonjeia a seus olhos e lhe diz que a sua iniqüidade não há de ser descoberta, nem detestada.”. (Sl 36:1,2).

A Bíblia diz que o pecado está no coração, que é o centro do homem, e que de lá ele o ilude com bajulação, dizendo-lhe que jamais a iniquidade será descoberta e detestada. No entanto o ensino do salmo é que o pecado será sim descoberto e detestado (Sl 36:12). Dessa forma o pecado nos é apresentado nas Escrituras como o mal que se esconde. O pecado é o mal que se veste de bem, o veneno que se veste de antídoto, a doença que se veste de saúde. Isto torna o pecado ainda mais terrível. É um veneno que está matando o homem desde o coração, mas que se apresenta como o maior bem. O pecado é como aquele assassino em série. De maneira bem geral podemos dizer que o pecado esconde sua face abominável por pelo menos três formas.

Vejamos:

I – O pecado se esconde pela distração com as coisas deste mundo.

Leiamos:

Nesse ponto, um homem que estava no meio da multidão lhe falou: Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas Jesus lhe respondeu: Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós? Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui. E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus.”. (Lc 12:13-21).

Este homem da parábola achava que a vida se encontrava em ser rico materialmente. Estava tão obsecado por esta ideia que esqueceu-se de sua relação com Deus. Considerava que o mais importante era os bens materiais por isso não pensou que poderia morrer logo e que estava pobre diante de Deus. Tal atitude é típica dos homens ímpios que distraídos com as coisas desta vida nunca pensam em Deus. Dessa forma o pecado, que é oposto a Deus, se mantém escondido e intocável enquanto empurra o homem para a morte.

Vejamos outro texto:

O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.”. (Mt 13:22).

Jesus nesta parábola apresenta os vários tipos de terrenos que representam os corações dos homens semeados pela Palavra de Deus. Neste verso Ele mostra que o terreno com espinhos simboliza os que ouvem a Palavra, mas não frutificam, pois a Palavra é sufocada pelos cuidados do mundo e pelas riquezas. Assim, por causa das coisas desta vida, tais pessoas não dão atenção a Verdade do Evangelho. Como a Palavra do Evangelho denuncia o pecado, e como a mesma Palavra é sufocada, o pecado mantém-se escondido enquanto mata estas pessoas.

Creio que por estes textos fica claro que o pecado esconde sua face abominável distraindo as pessoas com as coisas desta vida, fazendo com que não pensem em suas almas eternas e no fato de que se encontram em culpa diante de Deus. Então vem a morte e elas estarão para sempre condenadas. A realidade é que o pecado no coração dos homens faz com que não amem a Deus e sejam idólatras. Assim, os homens não gostam de pensar em Deus, preferem pensar e buscar seus deuses (dinheiro, prazer, fama, etc), caindo em distração a respeito da necessidade maior: a situação de culpa diante de Deus.

II – O pecado se esconde pelo racionalismo.

Neste estudo chamarei de racionalismo aquela tendência pecaminosa que se manifesta na humanidade desde o Éden e que continua até nossos dias. Trata-se da crença que coloca a razão humana como suprema para atingir-se a verdade, e isso acima inclusive da Revelação de Deus. Foi isso que Eva fez em Gn 3 quando raciocinou não conforme a Palavra de Deus. O fato é que o pecado implantou nos homens a falácia de que devem viver “segundo suas próprias cabeças”. Dessa forma o pecado se esconde, pois a razão pecaminosa procurará justificar o pecado e nunca condená-lo. Vejamos o seguinte texto:

porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.”. (Rm 1:21).

Paulo nos mostra que os homens rejeitaram a Revelação de Deus seguindo seus raciocínios. Isso os levou a escuridão no coração. Assim podemos deduzir que o pecado conduz os homens a desprezarem a Palavra de Deus e confiarem em seus próprios “julgamentos racionais”. O resultado são conclusões erradas, ou seja, escuridão. Nesta escuridão o pecado mantém-se escondido, isto é, sua face abominável não aparece.  

III – O pecado se esconde pela justiça própria.

A tendência do coração pecaminoso dos homens e distrair-se das questões espirituais, das necessidades da alma, e o racionalismo em geral os leva a esquecerem-se destas coisas por considerarem as atrações deste mundo como o que se deve buscar em primeiro lugar. No entanto, se os homens começam a pensar em suas almas, e em estarem bem diante de Deus, mais uma vez o pecado os ilude e se esconde desviando-os para a justiça própria.Leiamos este texto:

Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.”. (Lc 18:9-14).

Notemos que o fariseu, diferentemente do publicano, confiava que suas obras o faziam justo diante de Deus. No entanto, Nosso Senhor declarou que ele permanecia culpado ao olhos do Senhor. Assim o pecado se mantinha no coração e condenava aquele homem, mas o mesmo não enxergava sua situação de perigo. O pecado o matava sem mostrar sua face nem o que estava fazendo, ou seja, operando a morte. Mas o que produzia este engano? Resposta: A confiança em si mesmo, isto é, a confiança na própria justiça. Quando um homem pensa em estar bem diante de Deus o pecado não desiste de se esconder. Ele agora se camufla produzindo uma religião baseada em uma falsa justiça. Assim o pecado continua sem ser importunado, pois agora se disfarça de “justiça”. O pecado vira “santidade”. Logicamente que é uma falsa santidade.

Continua...

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Leituras recomendadas para o aprofundamento no assunto:   


O Pecado é Coisa Séria!


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