ESTUDO VIII - HÁ UM DEUS NO CÉU QUE REVELA OS MISTÉRIOS. Dn 2: 13-28 - Manoel Coelho Jr.


No estudo anterior, vimos a ausência de solução no rei e nos magos. O rei nem lembrava do sonho. Os magos acabam condenados à morte, pois nada podem fazer. Mas agora entra Daniel na história, e tudo muda. O sonho é conhecido, junto ao seu significado, e todos os sábios da Babilônia são salvos. Mas na verdade não é Daniel quem soluciona o problema, mas o Senhor. Daniel confiou em Deus, e nessa fé age com muita prudência. Assim, conversa com os homens e com Deus. E tudo isso desemboca na solução, mostrando que somente Deus pode revelar o sonho. Sim, com Daniel fica claro que somente Deus pode revelar o sonho. Somente Deus pode nos dar poder e sabedoria (Versos 20, 23). Somente o Senhor salva. Essa é a ênfase. Vamos pensar nestas coisas. Temos agido como Daniel neste mundo cheio de desafios para os crentes? Como Daniel, estamos neste mundo esperando apenas no Senhor, e mostrando que somente Ele salva, e o faz em Cristo?
I - Prudência na conversa com os homens: (13-18).
É notável a diferença entre Daniel e Nabucodonosor. Nabucodonosor é um homem pagão, idólatra, que não confia no Senhor. Já Daniel, é um homem que conhece o Deus verdadeiro, e deposita nEle toda a sua esperança e fé. Nabucodonosor, consequentemente, por não crer em Deus, é um homem cheio de orgulho e presunção, e por isso se ira facilmente diante das fraquezas de seus próximos. Ele reage com muita impaciência e raiva, devido ao orgulho. Assim, ele decide matar todos os magos. Mas Daniel, ao contrário, não está cheio de orgulho. Ele confia no Senhor. Ele não se exaspera, não se ira, mas mantém-se calmo. E observemos que ele está diante de uma situação muito difícil, que possivelmente nenhum de nós chegará a passar nesta vida. Ele está debaixo de um poder despótico, de um rei perverso que decide matá-lo junto com seus amigos, sem nem mesmo terem sido consultados sobre se poderiam resolver aquela situação ou não. Mas mesmo assim ele confia em Deus. Daniel não se ira com outros, nem se desespera, como Nabucodonosor, mas age com prudência e calma. Ele é diferente de Nabucodonosor, que é cheio de orgulho e ira. Em resumo, Daniel não se rebelou, nem se desesperou.
O que faz Daniel? Ele age pela fé, e consequentemente, age com prudência. Como já temos visto, essa prudência se manifesta em primeiro lugar em sua reação diante dos homens, em não se desesperando e nem se rebelando. Ao contrário, em primeiro lugar, se informa com o homem que tem todas as informações, ou seja, Arioque, o capitão do Rei, enviado exatamente para matá-lo junto com seus companheiros. A própria pergunta de Daniel já mostra sua prudência; ele se admira da pressa do rei em executar aquela pena tão grave. Tendo a informação, ele vai até o rei e pede um prazo. Diferentemente do rei, que foi tão apressado em matar, Daniel pede um prazo, prometendo que daria a resposta. Você percebe aqui a fé juntamente com a prudência? Na verdade, a prudência vem da fé. Daniel está agindo confiando no Senhor o tempo todo.
O próximo passo de Daniel é procurar os seus amigos, os seus irmãos de fé, os seus companheiros. Quanto aos pagãos, que não pertencem à sua fé, ele age prudentemente, solicitando informações e um prazo. Mas quanto aos seus irmãos, ele sabe que pode pedir mais do que isso. Ele pede que orem, que clamem ao Senhor, Aquele que pode dar a solução, para que tenha misericórdia deles, e os salve, revelando o sonho e seu significado. Assim aqueles jovens piedosos se unem diante de Deus em oração. Eles oram porque confiam. Isso também é prudência.
Vamos recapitular as ações cheias de fé e prudência de Daniel diante dos homens? Em relação aos ímpios, aos pagãos, ele se informa e pede um prazo, sempre agindo com muita calma. Quanto aos seus irmãos, ele pede que orem. Não preciso dizer que estas ações de Daniel são de grande significado para todos nós como caminho realmente de fé e prudência. Por cremos em Deus, em Seu Filho Jesus, sabemos que tudo que necessitamos está nEle. Por isso agiremos com calma diante dos homens e oraremos.
II - Prudência na conversa com Deus. (18-23).
Agora vejamos a fé e prudência de Daniel em relação a Deus. Ora, se Daniel crê em Deus, obviamente vai orar, vai pedir, e é isso que ele faz antes de tudo. Isso é prudência. Ele clama ao Senhor, juntamente com seus irmãos, seus companheiros de fé. Mas em segundo lugar, se ele realmente crê e é prudente diante do Senhor, também vai agradecer quando receber a resposta. E é o que faz. Deus ouve a Daniel. De noite lhe mostra o sonho de Nabucodonosor, e seu significado. Então Daniel agradece. Esse agradecimento tem a ver com o próprio sonho. Observemos que Daniel expressa louvor a Deus, como Aquele que é Soberano sobre os reis (Versos 20 e 21), e como Aquele que dá todo o conhecimento, tanto conhecimento comum, conhecimento normal que todos os homens possuem (Verso 21), como conhecimento revelado, que era aquele que o Senhor estava dando naquele momento ao seu servo Daniel (Verso 22).
Com isso Daniel diz que de Deus vem a sabedoria e a força (Versos 20 e 23). A sabedoria evidentemente tem a ver com todo aquele conhecimento, seja normal, seja revelado, e o poder tem a ver com o fato de que o Senhor é quem estabelece os reis, como também é Aquele que dá aos homens a capacidade de conhecer.
Assim, Daniel mostra sua fé e prudência diante de Deus, pedindo seu socorro e agradecendo-lhe por aquela revelação maravilhosa. A ênfase está em que somente Deus pode revelar, dando sabedoria e poder.
III - Prudência na resposta ao rei (24-28).
Vejamos agora a prudência de Daniel em sua resposta diante do Rei. Ele agora tem a solução. Então, imediatamente procura novamente Arioque, e lhe diz que não mate mais os magos. Observemos que ele age também em relação àqueles outros homens. Ele quer salvá-los também. Diz que já tem a resposta que o rei exige. Rapidamente ele é introduzido diante do rei.
Mas é interessante que Arioque tenta tirar a vantagem da situação, dizendo que tinha achado um dos cativos de Judá, o qual poderia trazer a resposta ao rei. Evidentemente isso não era verdade. Daniel foi quem se apresentou. Contudo, finalmente Daniel está diante do rei com a revelação do sonho, que lhe pergunta se realmente a tinha. Na resposta vemos mais uma vez a fé e prudência desse jovem. Daniel difere de Arioque. Ele não toma para si alguma vantagem, algum crédito, mas dá toda honra e toda glória a Deus. Ele diz, em primeiro lugar, que aquela resposta não poderia vir de nenhum dos magos do rei. Aqui ele está colocando toda aquela religiosidade babilônica como algo completamente inútil. Mas também ele, que era considerado um dos sábios, está se humilhando. Daniel está dizendo que não foi dele mesmo que veio a resposta. Ele não poderia dar aquela resposta ao rei por uma capacidade própria. É interessante que no versículo 30 ele repete isso, dizendo que lhe foi revelado aquele mistério, não porque tivesse mais sabedoria que todos viventes, mas simplesmente para que pudesse dar interpretação ao rei. Daniel é crente e prudente não querendo se exaltar, mas dando glória ao Senhor. Isso mostra mais uma vez a fé e a prudência, agora diante do rei. Em suma, Daniel está dizendo que só o Senhor pode revelar e salvar.
IV - Conselhos:
1 - Tenhamos prudência em relação aos homens. Somos como Daniel ou Nabucodonosor? Em fé em Deus, não nos rebelemos e desesperemos, mas tenhamos fé, e nesta fé ajamos com calma, nos informemos da situação, solicitando tempo, procurando um caminho de solução apropriado ao caso, esperado no Senhor. Também busquemos o apoio de nossos irmãos, de amigos nos quais podemos confiar, irmãos nossos na fé, informando-lhes das circunstâncias, especialmente se estão envolvidos, como era o caso de Daniel, e pedindo que orem conosco ao Nosso Senhor em quem esperamos.
2 - Tenhamos prudência em relação a Deus. Contemos com a ajuda de irmãos em oração, e nós mesmo oremos, dando ouvidos à sabedoria de Deus em Cristo, confiando no poder do Senhor. E ajamos de acordo em fé, dando glória a Deus. Lembremos que somente dEle vem a força e a sabedoria.
3 - Do Senhor vem a resposta para o futuro e não do homem. Somente Deus pode nos dar poder e sabedoria. Somente Ele salva e faz isso em Cristo. Nele, e somente nEle temos tudo, tanto para esta vida, como para a vindoura. Em Cristo estão todos os tesouros da comunhão com Deus, da justificação, adoção e glorificação. Do Senhor vem a salvação. Que reconheçamos isso e dEle dependemos sempre, em Seu Filho, vivendo em fé, e isso mostremos aos outros por ações de fé e prudência, anunciando-lhes que somente Cristo salva. Amém.
4 - Você já confiou em Deus, em Seu Filho Jesus Cristo, ou ainda espera na sua religiosidade ou poder humano, como Nabucodonosor e os magos? Cristo morreu por pecadores como você. Ele é a revelação maior para sua vida. Olhe para Ele, ouça sua voz, creia nEle para sua salvação, arrependendo-se dos seus pecados, e esperando todo o perdão e justificação somente nEle.
*Esboço do sermão do Culto Público de 24 de setembro de 2023.
Venha ouvir estas exposições em nossos cultos de domingo às 19h.
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