A perseguição ao Cristianismo e a reação apropriada* – Atos 6:8 - 7:60 (Texto, áudio, e vídeo) – Manoel Coelho Jr.



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Em nosso país temos visto ultimamente coisas como Lei da palmada, defesa do aborto e desarmamento, casamento homossexual, e a luta para destruírem-se antigas tradições cristãs que fundamentam a sociedade. Neste estudo procurarei fazer uma análise desta situação em relação a perseguição contra o Cristianismo, porque no final das contas este é o resultado: Perseguição. Diante disto a pergunta que se levanta a todos nós é: Como reagir de forma correta ante a perseguição atual contra o Cristianismo? Procurarei responder a esta questão olhando para o caso de Estevão no final do capítulo seis de Atos e em seu discurso no capítulo sete. Meditemos então nos seguintes aspectos relacionados ao tema:

1 – A perseguição:

Todos os fatos narrados pelas Escrituras nos são uteis para aprendermos verdades espirituais. Devemos aprender a não cometer os erros narrados, mas também a seguir os bons exemplos. Sem dúvida que o caso de Estevão nos é muito significativo no que diz respeito a perseguição contra o Cristianismo. Alguns princípios gerais estão claros nesta história e são aplicáveis em todos os demais casos de verdadeira perseguição. Vejamos então ponto por ponto. 

A – O que provoca a perseguição?

Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se, porém, alguns dos que eram da sinagoga chamada dos Libertos, dos cireneus, dos alexandrinos e dos da Cilícia e Ásia, e discutiam com Estêvão; e não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava.” At 6:8-10.

Os sinais operados por Estevão eram confirmatórios do que ensinava. E o que ele ensinava? Resposta: A Verdade do Evangelho conforme mostrado já no Antigo Testamento e manifestada claramente em Cristo. Isto chocou aqueles religiosos que estavam dominados por uma interpretação deturpada da Revelação de Deus. A reação imediata foi a perseguição. Temos então que o que provoca a perseguição é a proclamação da Verdade do Evangelho Bíblico. Hoje vemos a mesma coisa na medida em que muitos teóricos se manifestam contra os fundamentos da sociedade que estão arraigados nas Escrituras. Os valores tradicionais sobre a vida humana, o casamento, e a família, estão sendo atacados, pois se acredita, ou pelo menos se confessa, que são conceitos retrógrados que limitam o progresso para uma sociedade mais justa. O problema é que estes valores não são meramente culturais, mas estão arraigados na consciência implantada em todos nós pelo próprio Deus e manifestos com mais clareza nas Sagradas Escrituras. Mas os teóricos pouco se importam com isso, pois para eles tais valores são incompatíveis com seus próprios pensamentos ou interesses. Assim, como no caso dos oponentes de Estevão, estes teóricos se voltam com todas as forças contra o que é Antigo e verdadeiro.

B – Qual a natureza da perseguição?

Levantaram-se, porém, alguns dos que eram da sinagoga chamada dos Libertos, dos cireneus, dos alexandrinos e dos da Cilícia e Ásia, e discutiam com Estêvão; e não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava.” At 6:9,10.

Esta perseguição nada mais é que uma luta contra a Verdade, pois os perseguidores amam a mentira. Estevão ensinou a Verdade, mas aquilo contrariava o que tinham aprendido em sua religiosidade falsa. Todavia eles não queriam a Verdade, mas sim a mentira costumeira. Dessa forma se levantaram contra a Verdade com todas as suas forças. Assim temos que a natureza da perseguição nada mais é que uma luta contra a Verdade odiada em prol da mentira muito amada. No presente tempo vemos o mesmo. Dou um exemplo: Será que um abortista pode provar que avida no ventre não é tão humana quanto a vida fora dele? Lógico que não. Como poderia provar isto? Mas contra todas as evidências ele prefere sua opinião destituída de toda verdade. Ele ama a mentira e odeia a verdade. Este é o caso de todos os que combatem os demais valores cristãos, o que é muito fácil provar.

C – Como ela se manifesta?

Primeiro há uma tentativa de vencer no confronto de ideias. Observe que eles “discutiam com Estêvão”. Mas logo descobriram que não podiam vencer o debate, pois “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava.”. É sempre assim. Digo-o com plena convicção que é impossível um anticristão vencer a verdade do Cristianismo simplesmente pelo fato de que a mentira nunca vence a verdade. O que algumas vezes ocorre é que um cristão não está bem preparado na Verdade da doutrina cristã por isso aparentemente o ateu vence o debate. Mas de fato nunca um incrédulo pode vencer, visto que defende uma mentira, uma fantasia, enquanto que o cristão apresenta apenas a realidade primordial que é a Revelação de Deus em Cristo. Dessa forma os inimigos da fé nunca continuarão tentando vencer com um debate sincero, pois serão sempre derrotados. Ficam então dois caminhos: Ou são convertidos ou usam de meios desonestos. O texto diz que aqueles homens passaram ao uso de fraudes.

Observe:

Então, subornaram homens que dissessem: Temos ouvido este homem proferir blasfêmias contra Moisés e contra Deus.” At 6:11.

A mentira não pode vencer no confronto direto com a verdade, mas pode “vencer” transformando-se em calúnia. E esta calúnia sendo repetida acaba passando-se por verdade que convence o povo. Daí o próximo passo é que esta acusação seja levada a esfera do julgamento, onde por mais falsidades procura-se a condenação dos cristãos. Observe:

Sublevaram o povo, os anciãos e os escribas e, investindo, o arrebataram, levando-o ao Sinédrio. Apresentaram testemunhas falsas, que depuseram: Este homem não cessa de falar contra o lugar santo e contra a lei; porque o temos ouvido dizer que esse Jesus, o Nazareno, destruirá este lugar e mudará os costumes que Moisés nos deu.” At 6:12-14.

Temos os mesmos passos acontecendo em nosso tempo. Ora, os inimigos da fé não tentam vencer no debate direto. Eles sabem que vão perder. O que fazem é caluniar os cristãos. Usando de muita falsificação eles fazem os fundamentos da fé parecerem ridículos e até perigosos diante do povo. Vemos isso, por exemplo, no caso da “Lei da Palmada”. O grande embuste é passar a ideia de que disciplinar o filho é violência medonha e insustentável. Falam e falam isto sem nunca confrontarem suas palavras num debate direto com os cristãos, quando então seriam logo, logo desmascarados. Mas falam tanto esta mentira que acabam constrangendo grande parte da população, que termina, por força ou por convencimento inocente, ficando contra um princípio claramente bíblico. Agora isto já está sendo levado a esfera do julgamento com a dita Lei. Qual o próximo passo? Resposta: A condenação de um valor genuinamente cristão, isto é, os pais devem disciplinar seus filhos. O mesmo está acontecendo com relação ao aborto, ao desarmamento, e ao dito “Casamento homossexual”. A falsificação impera em todas estas questões e não há chance para o debate verdadeiro, pois as vozes ouvidas são apenas as dos oponentes da fé cristã. Para se constatar isso basta assistir qualquer reportagem da grande mídia deste país.     
  
2 – A Reação correta:

Como podemos reagir diante de tudo isso? Estevão nos mostra como. Vejamos:

A – No Poder do Espírito.

não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava.” At 6:10.
Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita” At 7:55.

Não é possível lutarmos pela fé com armas meramente humanas. Mesmo que tenhamos todo o intelecto e todas as melhores estratégias humanas nunca poderemos com isso fazer a obra de Deus. Toda a obra de Deus é pelo seu Espírito. Portanto qualquer reação deve ser na graça do Espírito Santo. Daí devemos nos observar para sabermos se já nascemos de novo, se somos sua obra. Sem isso nem podemos começar, pois quem não é Filho de Deus não tem o Espírito e nada pode fazer (Rm 8:14). Mas se somos filhos, podemos clamar por sua assistência, e pela fé depender Dele. Ele nos dará poder e graça para fazer o que temos que fazer, o que veremos a seguir. 
 
B – Com coragem.

Então, lhe perguntou o sumo sacerdote: Porventura, é isto assim? Estêvão respondeu: Varões irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, quando estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã,” At 7:1,2.

Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis. Qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos, vós que recebestes a lei por ministério de anjos e não a guardastes. Ouvindo eles isto, enfureciam-se no seu coração e rilhavam os dentes contra ele.” At 7:51-54.

Estevão não se intimidou, mas falou com toda a clareza denunciando o pecado e mostrando a Cristo. Assim não devemos nos acovardar neste nosso tempo, mas falar com toda a coragem. Se o Espírito age em nós, Ele nos dará tal coragem até diante da morte. Uma coisa é sentir medo, o que um cristão pode ter. Outra é ser covarde e retroceder. Isso um cristão não deve fazer, pois é coisa de incrédulo. Um cristão pela fé pode entender Paulo que dizia: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” Fp 1:21

C – Baseada nas Escrituras.

Então, lhe perguntou o sumo sacerdote: Porventura, é isto assim? Estêvão respondeu: Varões irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, quando estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã,” At 7:1,2.

Baseado em que Estevão falava? De onde ele tirou a história que passou a contar? A resposta é óbvia: Das Escrituras. A Bíblia é a fonte de nosso ensino e vida. Nunca devemos reagir na perseguição sendo orientados por outros meios, mas sempre a Escrituras será nossa base. O Espírito glorificará a Cristo nos levando a seu ensino na Bíblia (Jo 16:14).

D – Verdadeira.

Então, lhe perguntou o sumo sacerdote: Porventura, é isto assim? Estêvão respondeu: Varões irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai, quando estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã,” At 7:1,2.

Estevão foi acusado falsamente, mas nunca uso das mesmas armas da mentira. Simplesmente anunciou a Verdade das Escrituras. A Verdade, apenas a Verdade devemos anunciar, pois a Igreja é Coluna e Baluarte da Verdade e o Espírito que age em nós é o Espírito da Verdade (I Tm 3:15 e Jo 16:13).Pouco importa que a grande mídia não nos dê voz, pois devemos usar os meios que Deus nos deu, isto é, a pregação pública e o testemunho de cada crente. No poder do Espírito vamos espalhar a Verdade.

E – Glorificando a Deus.

Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus.” At 7:55,56.

Qual o propósito de proclamarmos a Verdade? Será que queremos simplesmente vencer os opositores? Não, não é isso. Nosso grande alvo deve ser a glória de Deus na proclamação do Evangelho de Cristo. Este foi o alvo e resultado do trabalho de Estevão, e que assim seja conosco no Poder do Espírito Santo que sempre nos leva a este propósito.

Mas deixo uma questão final que tem a ver com o ponto anterior. Vejamos:

3 – O sucesso da reação é o fim da perseguição?


Ouvindo eles isto, enfureciam-se no seu coração e rilhavam os dentes contra ele. Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus. Eles, porém, clamando em alta voz, taparam os ouvidos e, unânimes, arremeteram contra ele. E, lançando-o fora da cidade, o apedrejaram. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu. E Saulo consentia na sua morte.” At 7:54-8:1.

A resposta é não. Este episódio deixa bem claro que a perseguição não cessou. Muito ao contrário, mataram Estevão e “Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria.” At 8: 1. A reação que estou propondo neste estudo não é para que a perseguição cesse, pois a Igreja neste mundo sempre será perseguida de uma forma ou de outra, mas para que cumpramos nosso papel dado por Deus neste mundo mau. O sucesso na verdade não está em que a perseguição pare, mas em que Deus seja glorificado na salvação dos eleitos. Lembre que o texto diz que Saulo estava lá consentindo com a morte de Estevão. Saulo era um dos perseguidores, mas depois foi convertido. De perseguidor Saulo, se tornou Paulo, o perseguido. Louvado seja Deus. Oh irmãos, não tenhamos medo de continuar proclamando a Verdade mesmo diante da morte, pois podemos crer que entre os que agora nos perseguem há eleitos de Deus que em breve estarão entre nós sofrendo as mesmas perseguições. Estevão morreu orando por seus perseguidores com estas palavras: “Senhor, não lhes imputes este pecado!”. Que tenhamos o mesmo amor e coragem, que os eleitos se acheguem a Verdade que proclamamos, e que acima de tudo o Senhor seja glorificado em nossa vida ou morte. Amém!  

Pode ser copiado e distribuído livremente, desde que indicada a fonte, a autoria, e o conteúdo não seja modificado!

*EBD de primeiro de junho de 2014 na Congregação Batista Reformada em Belém.

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Leitura relacionada: 

A Mensagem Cristã para o Mundo - D. M. Lloyd-Jones












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