Os evangélicos modernos abandonaram a Bíblia Sagrada e foram lançados em trevas - Parte III - A Soberania de Deus.


2 – A Soberania de Deus.

Tratemos agora da questão da Soberania de Divina. Eis um assunto completamente abandonado pelos evangélicos modernos. Leia comigo o seguinte texto:

Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão. Eu irei adiante de ti, endireitarei os caminhos tortuosos, quebrarei as portas de bronze e despedaçarei as trancas de ferro; dar-te-ei os tesouros escondidos e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome. Por amor do meu servo Jacó e de Israel, meu escolhido, eu te chamei pelo teu nome e te pus o sobrenome, ainda que não me conheces. Eu sou o SENHOR, e não há outro; além de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que não me conheces. Para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao poente, que além de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro. Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas.”. (Is 45:1-7).


Observemos algumas afirmações deste texto:

A – Ciro, um grande conquistador, está completamente nas mãos de Deus para ser usado em benefício de Israel.

B – Ciro, um gentio, não conhece a Deus e nem sabe que está cumprindo o propósito divino em prol de Israel. No entanto isto não impede que Deus o use, ao contrário, fica evidente que Ciro está completamente no domínio de Deus como seu instrumento.

C – Deus diz que por estes fatos Ciro saberá que só o Senhor é Deus, Aquele Único Deus que tudo faz e controla.

Leiamos um segundo texto no capítulo seguinte:

Ouvi-me, ó casa de Jacó e todo o restante da casa de Israel; vós, a quem desde o nascimento carrego e levo nos braços desde o ventre materno. Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei. A quem me comparareis para que eu lhe seja igual? E que coisa semelhante confrontareis comigo? Os que gastam o ouro da bolsa e pesam a prata nas balanças assalariam o ourives para que faça um deus e diante deste se prostram e se inclinam. Sobre os ombros o tomam, levam-no e o põem no seu lugar, e aí ele fica; do seu lugar não se move; recorrem a ele, mas nenhuma resposta ele dá e a ninguém livra da sua tribulação. Lembrai-vos disto e tende ânimo; tomai-o a sério, ó prevaricadores. Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; que chamo a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei.” (Is 46:9,10).

Observemos as afirmações deste texto:

A – O Senhor se apresenta a Israel como o que o salva.

B – Chama a Israel para que compare o Senhor aos seus deuses fabricados.

C – Deus mostra que os deuses fabricados não se movem e a ninguém ouvem e salvam, mas o Senhor antes que as coisas aconteçam as anuncia. Estas mesmas coisas de fato acontecem porque Ele as domina absolutamente e opera para que sua Vontade Soberana seja feita sobre elas.

D – Deus afirma que toda a sua vontade será realizada.

Por estes textos concluímos que toda a vontade de Deus se cumpre e consequentemente, que Ele possui o controle sobre todas as coisas sem exceção. Também fica evidente que ninguém mais possui este poder, mas apenas Ele, o Único Deus. À esta característica divina chamamos de Soberania. Deus “é infinitamente elevado acima da mais elevada criatura, Ele é o Altíssimo, o Senhor dos céus e da terra. Não sujeito a ninguém, não influenciado por nada, absolutamente independente; Deus age como lhe apraz, somente, sempre como lhe apraz como lhe apraz. Ninguém consegue frustrá-lo nem impedi-lo.” (Pink, Os Atributos de Deus, página 45).

Agora para nosso melhor entendimento olhemos para exemplos importantes nas Escrituras da soberania de Deus.

A – Deus é soberano na criação:

Leiamos o seguinte texto:

Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.” (Ap 4:11).

Já examinamos este texto no tópico anterior sobre a Centralidade de Deus. Mas neste momento desejo chamar a atenção para a segunda parte do verso. Fica claro que toda a criação existe porque Deus assim o quis. Eu, você, todos os seres vivos e inanimados, e também o Reino Espiritual só existe porque Deus determinou. A criação é fruto da Soberana Vontade de Deus, e não do acaso. Também fica evidente na Bíblia que ouve “tempo” em que havia apenas Deus. Então Ele decidiu livremente criar tudo como nos mostra Gn 1 e 2. Neste ponto devemos refletir na realidade de que a minha e a sua existência estão na vontade soberana de Deus. Você meu leitor existe porque Deus o quis. Peço que para um pouco e pense sobre isso. Você não é fruto do acaso, mas da Vontade Soberana de Deus.

B – Deus é Soberano na manutenção da Criação.

Leiamos o seguinte texto:

Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”. (Rm 11:36).

Também já fizemos uma breve análise deste texto no ponto sobre a Centralidade de Deus. Por agora desejo destacar a afirmação “por meio Dele”. Com estas palavras o apostolo Paulo está nos dizendo que Deus não apenas criou tudo, o que mostra ao dizer “porque Dele”, mas também mantém todas as coisas. Este é um pensamento sumamente maravilhoso. A Bíblia não apresenta a Deus como um Criador ausente, como por exemplo o Deísmo o faz, mas como o Criador que cuida de sua criação, que mantém todo o processo para que o que foi criado se mantenha. Na Escritura Deus é apresentado como Aquele que sustenta a tudo de forma soberana. Nada independe Dele, ou mantêm-se sem o seu cuidado. Olhemos outro texto muito belo e importante para a questão. Trata-se do Salmo 104. Peço que o leia por completo. Mas desejo apenas destacar alguns versos. Vejamos:

A – O Senhor soberanamente concede águas aos animais:

Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas águas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede.”. (Versos 10 e 11).

B – O Senhor soberanamente mantém a terra:

Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras.” (Verso 13).

C – O Senhor soberanamente mantém os animais, plantas e o homem:

Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças.” (Versos 14 e 15).

D – O Senhor soberanamente providencia casa para os animais:

Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes.”. (Verso 16 ao 18).

Os leõezinhos rugem pela presa e buscam de Deus o sustento;”. (Verso 21).

E - O Senhor soberanamente controla o Sol e a Lua e por eles beneficia os homens e os animais:

Fez a lua para marcar o tempo; o sol conhece a hora do seu ocaso. Dispões as trevas, e vem a noite, na qual vagueiam os animais da selva. Os leõezinhos rugem pela presa e buscam de Deus o sustento; em vindo o sol, eles se recolhem e se acomodam nos seus covis. Sai o homem para o seu trabalho e para o seu encargo até à tarde.”. (Verso 19 ao 23).

F - O Senhor soberanamente sustenta a todas as criaturas do mar:

Eis o mar vasto, imenso, no qual se movem seres sem conta, animais pequenos e grandes. Por ele transitam os navios e o monstro marinho que formaste para nele folgar.”. (Verso 25 ao 30).

G – O Senhor é Soberano sobre a vida de todos os seres vivos:

Todos esperam de ti que lhes dês de comer a seu tempo. Se lhes dás, eles o recolhem; se abres a mão, eles se fartam de bens. Se ocultas o rosto, eles se perturbam; se lhes cortas a respiração, morrem e voltam ao seu pó. Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra.”. (Verso 27 ao 30).

Creio que ficou provado que Deus é Soberano na manutenção da criação. É como Paulo diz: “pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.”. (At 17:28). Assim toda a criação é absolutamente dependente de Deus para sua manutenção. Deus soberanamente a sustenta.

C – Deus é Soberano até sobre as coisas mais insignificantes:

A Bíblia mostra que o controle de Deus é tão absoluto que até as coisas mais insignificantes estão em seu completo domínio. Os pequeninos pardais, que tinham na época de Cristo um valor monetário insignificante, morrem apenas quando Deus determina, e ele mantém a conta até de nossos cabelos. Vejam o que Jesus disse:

Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo. Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados. Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais.”. (Mt 10:28-31).

A conclusão que Jesus quer nos mostrar é que se Deus cuida soberanamente de um pequeno pardal também cuidará de nós. Fica assim estabelecido nas Escrituras que a soberania de Deus vai as mínimas coisas como “pardais” e “fios de cabelo”. Nada está fora de seu controle. O mover de uma pequena folha, ou de uma mínima partícula de matéria está em seu soberano domínio.

D – Deus é Soberano sobre as coisas importantes:

Deus está no controle de todas as coisas de grande importância. Ele controla as autoridades em suas decisões que influenciam milhares ou até milhões, ou mesmo bilhões de pessoas. Veja: 

Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina.”. (Pv 21:1).

A figura deste verso é a daquele que direciona as águas em direção a sua plantação para regá-la. Da mesma forma Deus direciona o coração dos Reis para que cumpram sua vontade. Aliás, já vimos isso no caso de Ciro.

Deus também controla as grandes forças da criação como nos mostra o caso em que Ele fez o Sol e Lua parar atendendo a Josué. Veja: “Então, Josué falou ao SENHOR, no dia em que o SENHOR entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel; e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeão, e tu, lua, no vale de Aijalom. E o sol se deteve, e a lua parou até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no Livro dos Justos? O sol, pois, se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro. Não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, tendo o SENHOR, assim, atendido à voz de um homem; porque o SENHOR pelejava por Israel.”. (Js 10:12-14).

Também isso se vê no caso do dilúvio que destruiu a humanidade da época com exceção de Noé e família, quando então soberanamente o Senhor controlou as águas e o vento. Veja:

No ano seiscentos da vida de Noé, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram, e houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites.Nesse mesmo dia entraram na arca Noé, seus filhos Sem, Cam e Jafé, sua mulher e as mulheres de seus filhos;” (Gn 7:11-13).

Lembrou-se Deus de Noé e de todos os animais selváticos e de todos os animais domésticos que com ele estavam na arca; Deus fez soprar um vento sobre a terra, e baixaram as águas. Fecharam-se as fontes do abismo e também as comportas dos céus, e a copiosa chuva dos céus se deteve. As águas iam-se escoando continuamente de sobre a terra e minguaram ao cabo de cento e cinqüenta dias”. (Gn 8 :1-3).

De fato o Senhor controla os grandes poderes, controla coisas e pessoas de grande importância.

E – Deus é Soberano sobre toda pecaminosidade:

Chamarei de pecaminosidade todas as forças hostis a Deus visto que o pecado é basicamente rebeldia ao Senhor. Amigos, neste ponto é importante afirmarmos que Deus não é a fonte do pecado no sentido de Ele ter em seu ser alguma raiz pecaminosa de onde se origina o pecado que se encontra nas criaturas caídas. A Bíblia claramente mostra que Deus em seu ser e atributos é completamente Santo, Perfeito e Justo. Portanto, o pecado não se encontra em Deus de nenhuma maneira, mas no coração corrupto dos que caíram. Tiago nos diz assim: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.”. (Tg 1:13-15). Dessa forma entendemos que a procedência do pecado, ou a raiz do pecado não está em Deus, que é Santo e Perfeito, mas no coração corrupto dos homens e anjos caídos. Todavia isso não significa que a pecaminosidade seja um poder autônomo, ou fora do controle e soberania de Deus. A Bíblia não ensina um tipo de dualismo, “Deus e a pecaminosidade”, no sentido de duas forças opostas com mais ou menos o mesmo poder, e que lutam pelo controle das coisas. Não, este não é o ensino bíblico. A Bíblia apresenta a Deus como absolutamente Soberano inclusive sobre seus inimigos, de forma que mesmo os tais inimigos acabam por cumprir o seu Propósito Divino. Paulo afirma que Deus tem o controle sobre a tentação quando diz: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.”. (I Co 10:13). Observem que Paulo diz que Deus não permitirá que sejais tentados além das forças, o que implica o controle de Deus sobre toda a tentação. E Nosso Senhor nos ensinou a pedirmos: “e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!”. ( Mt 6:13). Tudo isso nos mostra que Deus tem o controle sobre estes poderes opostos.

Temos ainda o grande exemplo de Faraó de Êxodo, homem totalmente rebelde a Deus, inimigo de seu povo, e que dizia claramente que não o conhecia (Ex 5:3). Porém O Senhor diz de forma inquestionável que Ele mesmo endurecia seu coração. Veja:

Disse o SENHOR a Moisés: Quando voltares ao Egito, vê que faças diante de Faraó todos os milagres que te hei posto na mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo.”. (Ex 4:21).

Todavia, o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o SENHOR tinha dito.”. (Ex 7:13).

“Então, Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão desorientados na terra, o deserto os encerrou. Endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o SENHOR. Eles assim o fizeram.”. (Ex 14:3,4).

E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. Eis que endurecerei o coração dos egípcios, para que vos sigam e entrem nele; serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavalarianos; e os egípcios saberão que eu sou o SENHOR, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavalarianos.”. (Ex 14:16-18).

Observemos que Deus endurece o coração dos homens entregando-lhes a sua própria maldade como Paulo nos ensina em Rm 1:18-32, e tudo dentro da mais perfeita justiça pois é o que estes homens querem e Deus os entrega a este querer mau e perverso. E tudo acaba por glorificar ao próprio Deus. Mas o meu ponto é: Fica evidente que Deus é Soberano até sobre os corações duros dos homens ímpios e faz com que cumpram seu propósito como No caso de Êxodo.

Outro exemplo de que Deus controla toda a pecaminosidade, ou seja, controla todos os rebeldes está na tentação de Nosso Senhor. Veja:

A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.”. (Mt 4:1).

Dentro do propósito de Deus ao Filho Encarnado estava o ser tentado e vencer o maligno. Observamos que o Espírito Santo conduziu Cristo a esta tentação, a este encontro com o diabo. Fica claro que o diabo não é autônomo, mas também acaba por cumprir o Decreto do Deus Soberano mesmo quando (aliás, é só isso que ele faz) pretende fazer o mal. O que o diabo queria era derrotar a Cristo, mas Deus controlava tudo de forma a que seu Soberano Propósito se cumprisse em relação ao Senhor Jesus. Este fato fica também manifesto no livro de Jó. Observamos que o diabo nada fez a Jó que não estivesse no desígnio de Deus (Jó 2:6,7). Portanto, o diabo não é independente do Altíssimo, mas apesar de sempre intentar a destruição, o Deus Soberano controla todas as suas ações de forma a cumprirem o Santo, Sábio e Glorioso Decreto do Deus Trino.

Mas ainda dou um último exemplo bíblico que comprova que Deus é Soberano sobre toda a pecaminosidade. Creio que este é o supremo exemplo, pois refere-se a crucificação de Nosso Senhor, sem a qual os eleitos não seriam salvos. Vejam o que nos diz o livro de Atos:

Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo proferiu anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus, porque ele era contado entre nós e teve parte neste ministério. (Ora, este homem adquiriu um campo com o preço da iniqüidade; e, precipitando-se, rompeu-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram; e isto chegou ao conhecimento de todos os habitantes de Jerusalém, de maneira que em sua própria língua esse campo era chamado Aceldama, isto é, Campo de Sangue.) Porque está escrito no Livro dos Salmos: Fique deserta a sua morada; e não haja quem nela habite; e: Tome outro o seu encargo.”. (At 1:16-20).

Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis; sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos;”. (At 2:22,23).

Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram;”. (At 4:24-28).

Nestes textos vemos que Judas, os judeus incrédulos, os romanos iníquos, Herodes e Pôncio Pilatos, todos cometeram o terrível pecado de crucificar o Filho de Deus. No entanto também fica claro que tudo isto estava no soberano e irrevogável desígnio do Altíssimo. De fato Deus controla soberanamente todos os rebeldes, toda a pecaminosidade. Porém, não esqueçamos que a pecaminosidade não têm sua raiz em Deus, mas sim no coração corrupto das criaturas caídas, e o Senhor sempre conduz tudo, até o pecado, para o cumprimento de seu Decreto que é Sábio, Justo e Bom e que finalmente resulta em sua Glória e no Bem Eterno de seus Eleitos. Amém!

F – Deus é soberano sobre cada fato da história e sobre o maior deles: A Encarnação do Filho para a Redenção dos eleitos:

Já vimos em Is 46:9,10 que Deus controla os eventos soberanamente para que toda a sua vontade seja realizada. Assim fica provado que Ele é Soberano sobre todos os acontecimentos da história humana. Dessa forma Ele também determinou o tempo exato do maior de todos os acontecimentos, ou seja, a Encarnação do Filho para realizar a Redenção dos Eleitos. Veja:

Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere de escravo, posto que é ele senhor de tudo. Mas está sob tutores e curadores até ao tempo predeterminado pelo pai. Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo; vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.”. (Gl 4:1-5).

O Senhor Jesus não nasceu em um tempo qualquer, mas no momento exato em que Deus Soberanamente planejou. Trata-se da “plenitude do tempo”.

G – Deus é Soberano na salvação de seu povo:

Todos os homens merecem a condenação eterna, pois todos têm rejeitado a Palavra de Deus seja na criação, seja na consciência, ou na Escritura (Rm 1,2). Assim todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3:23). Dessa forma não existe nada em nenhum homem ou mulher que possa impulsionar a Deus para que os salve. Todos são pecadores perdidos e a única esperança que possuem é a livre misericórdia de Deus (Rm 11:30-32). Desejo então deixar bem claro que Deus não tem obrigação alguma de nos salvar, pois só merecemos o inferno. Quando Deus não salva alguém, mas entrega-o a condenação, tão somente lhe dá o que merece, tão somente entrega tal pessoa ao que ela mesma ama, ou seja, o pecado mortal. Mas quando Deus Salva a alguém não é porque mereça ser salvo, mas porque Ele, o Senhor, soberanamente quer ser misericordioso com esta pessoa. Assim temos o fato de que os salvos, são salvos unicamente pela livre graça de Deus, ou seja, sem mérito. Trata-se do favor imerecido de Deus. Portanto, é Deus, e não o homem, quem Soberanamente predestina e elege os que Ele quer salvar. Paulo nos diz: “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.”. (Rm 8:30). Portanto, é Deus quem predestina e chama internamente aqueles que serão salvos. São os que Ele quer salvar. Os demais são deixados para seguirem suas próprias vontades corruptas até que finalmente sejam condenados de forma totalmente justa (Rm 1:24, Ap 21:8).

Todos os homens possuem um coração corrupto e mau. Por isso aos que Deus predestinou é concedido, pelo próprio Senhor, um novo coração que ama a Deus e a sua Palavra. Veja:

Tomar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra. Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.”. (Ez 36:24-27).

Nenhum homem pode fazer isso, mas apenas o Deus Soberano, pois os homens estão mortos e precisam ser vivificados (Ef 2:1-10). Trata-se da regeneração, ou o Novo Nascimento, conforme o Senhor Jesus ensinou a Nicodemos em Jo 3, que é uma obra do Espírito Santo que trabalha como o vento, ou seja, por uma vontade que nenhum homem pode controlar (Jo 3:8). Por esta regeneração Deus concede fé em Cristo e arrependimento. Ambos são dádivas, dons, que Deus concede apenas aos que Soberanamente elegeu (Ef 2:8; At 13:48, At 5:31; At 11:18). E após crerem os mesmos passam a viver uma vida de santidade, passam a viver nas boas obras que o Deus Soberano preparo de antemão para que nelas andassem (Ef 2:10). E destes nenhum se perderá, mas todos serão glorificados (Rm 8:30), pois Fiel é o Deus Soberano que os chamou, o Único Deus que jamais mudará seu propósito de salvá-los (I Ts 5:23,24). Diante de tanta graça do Deus Soberano só podemos dizer com Paulo: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”. (Rm 11:33-36).

Continua...

Pode ser copiado e distribuído livremente, desde que indicada a fonte, a autoria, e o conteúdo não seja modificado!


Leitura recomendada para o aprofundamento no assunto:

Soli Deo Gloria - O Ser e Obras de Deus

Comentários

  1. ESCRITURAS SAGRADAS

    É obra moldada diretamente por Deus; ou, escrita por mãos humanas?

    Homens marcados pela provação, mas laboriosos na busca da virtude, e com objetivos inspirados pelo Espírito Santo escreveram pequenos livros na linguagem hebraica no tempo e espaço de 15 séculos (II Pedro 1. 20 a 21).

    Essas Escrituras descrevem revelações de ordens espirituais e por isso permanecem no curso dos milênios como sagradas, e sintetizam: livros históricos, poéticos e instrutivos. E o tema central do Novo Testamento é a encarnação do Cristo celeste, o verbo de Deus – mentor espiritual e dirigente cósmico de nosso sistema planetário (Mateus 28. 18).

    As Escrituras ficaram dispersas em pequenos rolos de papiros pela região do antigo oriente. E para organizar os concílios ecumênicos o pe. Jerônimo de Strídon recebeu do Papa Dâmaso a incumbência de traduzirem os seus ESCRITOS para o latim por volta do século IV depois de Cristo, trabalho esse que durou quatro décadas.

    Depois de reunida e complementada essa gigantesca obra literária restou a seguinte pergunta: QUE NOME SE DARIA A ESSE LIVRO? E que em virtude do papiro que fora utilizado, o de melhor qualidade, na época, era da região de BIBLOS (Fenícia) hoje Jubay, no Líbano... Daí nasceu a idéia luminosa: BÍBLIA

    “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em Justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda boa obra (II Timóteo 3. 16 a 17)”

    Discernimento espiritual: analisa-se à luz da Justiça e perfeição de Deus que, a escritura que é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir e para instruir em justiça é que é divinamente inspirada, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda boa obra.

    Você sabia: que a maior personalidade descrita na Bíblia não escreveu nenhum livro? Deixou tudo gravado no tempo através de suas palavras e ações no bem... E que se serviu, na sua obra de salvação moral, de companheiros sujeitos ao erro: um lhe traiu entregando-lhe diretamente aos seus perseguidores; e outro, na hora extrema de suas provas, negou-o que o conhecia.

    Cristo jamais bloqueia o intercambio com a consciência humana, e conforme a sua palavra perene: está presente conosco até a consumação dos séculos. Em cumprimento às promessas esclarecedoras o Espírito da Verdade é que interage ampliando os horizontes do conhecimento espiritual (João 16. 13). E todos aqueles que, nos novos tempos, desenvolvem a consciência universal divina, também se integram no concerto da revelação celeste...

    Versículos para reflexionar... (Mateus 28. 20) (Hebreus 13. 8) (João 14. 26 E 16. 12 a 13) (I João 4. 1)

    Bíblia sagrada, portal da revelação divina, que sintetiza verdades básicas da espiritualidade - que é mister ter olhos para ver e ouvidos para compreender... (Mateus 11. 15) (João 6. 63) (II Coríntios 3. 6)


    Intensivo de Difusão Espiritualidade – IDE
    http://vozqclamabr.blogspot.com/

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    1. Abrahão, fico grato por sua participação. Peço que volte sempre e continue acompanhando os estudos do blog. Obrigado!

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Caros amigos, como o propósito do blog é mostrar o que a Bíblia ensina para a nossa edificação espiritual, e não fomentar polêmicas, que tendem a ofensas e discussões infrutíferas, não publicarei comentários deste teor, tão pouco comentários com linguagem desrespeitosa. Grato pela compreensão.

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