A natureza humana rejeita a Verdade – Aplicações - Primeira Parte .

Ditas estas coisas, muitos creram nele. Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres? Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não está em vós. Eu falo das coisas que vi junto de meu Pai; vós, porém, fazeis o que vistes em vosso pai. Então, lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão. Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus. Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra. Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas, porque eu digo a verdade, não me credes. Quem dentre vós me convence de pecado? Se vos digo a verdade, por que razão não me credes? Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus.”. (Jo 8:30-47).


Em nosso estudo anterior fizemos a exposição deste trecho das Escrituras (Para ler clique aqui). Agora desejo fazer algumas breves aplicações que, creio, brotam do texto, e são de extrema importância. Peço que você, na graça de Cristo, tome algum tempo, e leia, medite, e aplique a sua vida com paciência.

Aplicação I: Nem toda fé é real. Uma das características da falsa fé, é que se aplica ao discurso, e não ao conteúdo do discurso (Jo 8:30).

Creio que este é o caso do verso trinta. Vimos que, devido a oposição destes homens a Cristo, não é possível que o “crer” deles seja real. E Jesus acaba por chamá-los “filhos do diabo”. Vemos que passaram a “crer” após Jesus dizer algumas coisas. Fica, então, a impressão de que alguma coisa nas palavras de Cristo os impactou. Pode ter sido a lógica de seu discurso, ou sua forma de falar, ou sua coragem em enfrentar com argumentos convincentes a oposição, enfim, algo no discurso os comoveu e fez com que “cressem”. Mas esta não era a verdadeira fé, pois não creram no conteúdo do próprio discurso, mas apenas se empolgaram com algo no discurso. Eles não chegaram a confiar em Cristo como o enviado de Deus. Isso parecia com a “crença”, também falsa, daqueles de Jo 2:23-25, que ficaram impressionados com os “sinais”, mas nunca acreditaram em Cristo, de fato.

Amigos, cuidemos para não cairmos nesta armadilha. Não basta gostarmos de ouvir a pregação do Evangelho, ou acharmos os argumentos bíblicos lógicos, ou emocionantes. Não basta, também, gostarmos de um determinado pregador fiel, gostarmos de seu jeito de falar, de sua eloqüência, ou coisas assim. O que importa, de fato, é crermos no conteúdo do Evangelho. Sem esta fé ainda estamos condenados.

Aplicação II: A verdadeira fé está no discipulado. (Jo 8:31).

Aquele que realmente crê em Cristo é um discípulo de Cristo, e um discípulo permanece em sua Palavra, faz de sua Palavra o fundamento de todas as áreas de sua vida. Para um discípulo, todos os desejos, planos, decisões, a cosmovisão, seus relacionamentos, tudo passa a ser pautado na Bíblia, na Palavra de Cristo, e não em suas idéias ou idéias de outros. A fé genuína se refulgia na Palavra, pois confia na Palavra. Cristo é o mestre daquele que tem fé Nele.

Observamos que em grande parte os “crentes” modernos dizem que tem fé, mas suas vidas não são de discípulos. Na hora das decisões não seguem a Palavra, mas suas próprias vontades. Cristo para a eles não é Mestre e Senhor, mas apenas alguém que dizem que crêem. Amigo, solenemente eu lhe afirmo: Você prova que crê através do discipulado, por levar a sério a Palavra de Cristo em sua vida diária. Sua fé passa neste teste?

Aplicação III: Só a Verdade liberta da mentira do pecado (Jo 8:32-36).

Cristo é a Verdade, é a Revelação de Deus para nós. Nele, e só Nele, é que encontramos os fatos mais importantes da vida e da eternidade. Fora de Cristo não existe libertação, mas apenas o engano do pecado (Sl 36:1,2). Apenas a Verdade, que é Cristo, liberta da mentira do pecado.

No entanto, vemos pessoas dizerem que serão felizes se realizarem seus sonhos. Vemos este discurso inclusive nas igrejas. Mas quem disse que o sonho de alguém o levará a felicidade, quando a Bíblia fala que enganoso é o coração, e que é no coração que o pecado está enganando (Jr 17: 9, Sl 36:1,2)? Ora, quem seguir seu próprio sonho apenas se manterá na escravidão do pecado em seu coração, estará preso em seus enganos, e permanecerá condenado. É apenas quando alguém crê em Cristo, ouve sua Palavra, é que ele conhece a Verdade, e é liberto. Não se engane: A sua libertação está em Cristo, e não em você ou qualquer outro.

Aplicação IV: Aspectos externos, ou naturais, da religião nada valem, a não ser que a Palavra permaneça em nós (Jo 8:33-40)!

Aqueles judeus se prendiam a uma descendência carnal com Abraão. No entanto, não eram descendentes espirituais, que era o que importava. Ora, eles não seguiam as obras de Abraão, pois não recebiam a Palavra, e isto Abraão não o fez. Assim possuíam apenas uma ligação natural e externa, mas não a Palavra em si mesmos.

Sabemos que muitas pessoas se apegam ao natural, ou externo, em seu cristianismo. Dizem, por exemplo, que seus pais são cristãos e que assim também é com eles. Suas famílias são tradicionalmente cristãs, e se apegam demasiadamente a isso. Outros estão confiando em cerimônias. Dizem, por exemplo, que são batizados, e participam da Ceia do Senhor, ou se apegam meramente a sua profissão de fé, ou ao fato de serem membros de uma igreja, e assim por diante. Mas a grande questão é: Temos a Palavra em nosso coração? Somos crentes de fato? Somos discípulos do Mestre Jesus? Temo realmente uma mudança espiritual? Eis a grande questão!

Continua...aqui. 

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Leitura recomendada para o aprofundamento no assunto: 

Fé Salvadora

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