Exposição do Evangelho de João: Rejeitando ou recebendo a Cristo.
"Passados dois dias, partiu dali para a Galiléia. Porque o mesmo Jesus testemunhou que um profeta não tem honras na sua própria terra. Assim, quando chegou à Galiléia, os galileus o receberam, porque viram todas as coisas que ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa, à qual eles também tinham comparecido." (Jo 4:43-45).
I – INTRODUÇÃO:
A semelhança do texto anterior este também trata de reações que as pessoas podem ter diante da mensagem de Cristo. Estas reações sendo diferentes produzem conseqüentemente resultados diferentes. Esta é uma realidade que em sua cegueira o homem no pecado não percebe. Ele “brinca com o fogo”, quando rejeita a Cristo. Neste caso o bem aventurado é aquele que não “brinca com o fogo”, mas se aproxima do Salvador, recebendo-o. Meditemos com seriedade nesta questão, aplicando-a nós mesmos!
II – REJEITANDO A CRISTO (Jo 4:43,44):
O texto nos informa que passados os dois dias em que Jesus passou entre os samaritanos ele continua sua viagem em direção a Galiléia. É nos dado o motivo para esta viagem: “Porque o mesmo Jesus testemunhou que um profeta não tem honras na sua própria terra”. Esta foi a causa da viagem. No entanto levanta-se aqui uma questão: A que terra se refere o presente texto? Seria uma referencia a Judéia, a Samaria, ou a Galiléia? Obviamente devemos descartar imediatamente Samaria, pois Jesus não era samaritano. Mas quanto a Judéia? Bom, sabemos que Jesus nasceu em Belém da Judéia. E quanto a Galiléia? Bem, neste caso sabemos que ele foi criado em Nazaré na Galiléia. Assim, o texto pode referir-se a Judéia como também a Galiléia. Ora, este dito aparece nos outros evangelhos com referência a Galiléia. Vejamos o que nos diz Mateus:
“Tendo Jesus proferido estas parábolas, retirou-se dali. E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto? E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na sua casa. E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.” (Mt 13:53-58, ver também Mc 6:1-6; Lc 4:16-30).
Será então, que devido a isso, com relação ao Evangelho de João a referência também é a Galiléia? Creio que não, mas que em nosso texto o dito refere-se a Judéia! Dou os seguintes motivos:
A – Apesar de o dito aparecer nos demais evangelhos com relação a Nazaré da Galiléia, o contexto histórico daqueles relatos é diferente do de João.
B – O contexto de João mais naturalmente aponta para a Judéia, visto que foi de lá que Jesus partiu. Ele sai da Judéia e não da Galiléia, aliás, ele vai para a Galiléia.
C – O texto nos diz que os galileus o receberam. Por que, então, o dito, neste caso, se referiria a eles?
D – Mostra-nos Jo 4:1 que Jesus saiu da Judéia, pois lá os fariseus poderiam trazer-lhe problemas. Assim o contexto mostra que neste caso o problema estava na Judéia e não na Galiléia.
E - Não há contradição com os demais evangelhos em defender-se que o texto em João se refere a Judéia, pois no caso deles a referencia é voltada mas estritamente a Nazaré.
Conclusão: O dito em João refere-se à Judéia. Esta é a terra de Cristo neste contexto!
Diante desta conclusão temos agora condições de analisar o texto mais apropriadamente. Observemos que Jesus sai da Judéia, pois ali não foi honrado como profeta. Eis aí a essência deste pecado: Não honrar um profeta verdadeiro. Naturalmente isso envolve não aceitar um “profeta” como um “profeta”. É considerá-lo falso. O texto de Jo 4:1 faz referência aos fariseus, e sabemos que este grupo, em geral, não creu em Cristo. Eles o rejeitaram como profeta. Ora, devemos acrescentar que já era grave rejeitar qualquer profeta verdadeiro, assim muito mais grave era rejeitar a Cristo, pois Ele não era um profeta comum, mas o próprio Deus encarnado.
Ao olharmos o texto observamos que ocorre uma “ação” e uma conseqüente “reação”. Qual a “ação”? Resposta: A desonra de Cristo como profeta! Qual a “reação”? Resposta: Cristo não permanece entre os que o desonram! Para entendermos a desonra a Cristo como profeta, observemos a atitude constante dos fariseus e também olhemos para outro texto em que o mesmo dito de Jesus aparece. Refiro-me a Mt 13:53-58. Apesar de naquele caso, conforme entendemos, o dito não se refira ao mesmo local, ainda assim devemos crer que nos ajuda a entender a atitude básica dos que rejeitão a Cristo como profeta.
Bem, com relação aos fariseus, podemos dizer que a atitude básica deles foi a incredulidade e conseqüente perseguição a Cristo. Eles não creram que Jesus era um enviado de Deus, e muito menos que era o Deus encarnado. As suas tradições religiosas o fizeram cegos diante de todas as evidências. Assim eles passaram a perseguir a Cristo, voltaram-se contra Ele. Ora, foi exatamente para evitar um confronto prematuro que o Senhor partiu da Judéia, a sua terra (Jo 4:1-3). Destaco dessa forma estes dois aspectos com relação aos fariseus: Incredulidade e perseguição! E devemos lembrar que isso vinha de religiosos, e de pessoas que pertenciam “aos seus” (Jo 1:11). Aqui também se vê a aplicação do dito: “um profeta não tem honras na sua própria terra”.
Apliquemos ao nosso caso: Esta dupla, incredulidade e perseguição, estão presentes entre nós hoje? Se formos honestos diremos que sim. Sempre houve, e hoje continua havendo, uma verdadeira incredulidade com relação a mensagem de Cristo. Quem é Jesus afinal? Quando os homens pensam em Cristo não gostam de vê-lo conforme expressado na Bíblia. Eles dizem que Ele foi um “grande mestre”, ou um “mártir”, ou um “grande homem que ensinou o amor”, e coisas assim. Mas isso tudo é incredulidade, pois fica muito aquém, e rejeita a mensagem, por exemplo, do Evangelho de João que diz que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, o Verbo encarnado que veio revelar a Deus, que veio dar a vida para salvar seu povo de seus pecados, é o Salvador do mundo (Jo 1;1-18; 4:42; 15:13; 20:30,31). Ver Jesus simplesmente como um “grande mestre” é incredulidade, pois Ele é muito, mas muito mais que isto. Ele é Deus, e o Único que dá a Vida Eterna, Ele é o Salvador do mundo, é o Profeta, o que revela a Deus, e nos liga a Ele. Mas os homens não querem reconhecer o pecado e conseqüentemente o Salvador, e assim perseguem o verdadeiro Cristo, seja de maneira aberta ou velada! O pior é que isso pode vir inclusive dos meios religiosos como no caso dos fariseus. Você não está fazendo isso? Você que nada sabe, mas que se compraz em falar mal dos verdadeiros mensageiros de Cristo, não estará fazendo isso? E você que segue falsos pregadores que apresentam um “Cristo” que nada tem a ver com a Bíblia, mas que não passa de um “curandeiro” e “benfeitor” que dá riquezas a todos, também não estará fazendo o mesmo? Cuidado, pois se estiver seguindo este caminho estará também incluído entre os que desonram a Cristo!
Mas olhemos agora para o texto de Mateus:
“Tendo Jesus proferido estas parábolas, retirou-se dali. E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto? E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na sua casa. E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.” (Mt 13:53-58)
Tasker destaca que os moradores de Nazaré rejeitaram a Cristo por não ter um treinamento como “rabi”, mas apenas de um “carpinteiro”. (Mateus, Introdução e Comentário, paginas 112 e 113). Ora, eles pensavam que conheciam a Cristo, mas não conheciam. Foram cegados pelo seu preconceito, por Jesus ser apenas o “filho do carpinteiro”, e não um homem, como, quem sabe, “Nicodemos”, um homem treinado. (Jo 3:1). Vejam que coisa, a “glória humana” faz as pessoas desprezarem a verdadeira glória, a “Glória Divina”. Mas quem vê a glória divina? Apenas os que crêem (Jo 1:11-14)! Vemos o mesmo aqui: Aquelas pessoas não tinham a visão da fé, por isso não perceberam a glória de Cristo, a semelhança dos fariseus. Qual a conseqüência? Resposta: Rejeição, desonra! Que lamentável observar que Cristo não operou ali milagres devido a incredulidade deles.
Acontece o mesmo hoje? Oh sim acontece! Ora, na sociedade em geral Cristo é rejeitado pelo fato de sua glória não ter nada ver com o que o mundo tem por glorioso. Riqueza, fama, luxo, poder, filosofia, tudo isso faz parte da “glória humana”. Mas a glória de Cristo é espiritual e não ostenta estas coisas sendo assim desvalorizada. Até nas “igrejas” vemos esta glória humana ser buscada e a glória de Cristo desprezada. Quantos têm buscado apenas o “Cristo” das riquezas, ou o “Cristo” que não ofenda os “filósofos”? Quantos “cultos” são mais conhecidos pelo “espetáculo” que pela “simplicidade” e “verdade” bíblicas?
Mas qual a conseqüência de toda esta incredulidade, perseguição e rejeição? A resposta é: Cristo não derrama suas bênçãos e parte daquele lugar! Você já imaginou em como seria grave para uma cidade atacada por uma epidemia mortal rejeitar os médicos vindos para tratá-la? Ora, infinitamente pior é rejeitar a Cristo! Amigo, pode ser que Cristo, o Salvador do mundo, o Único que pode te salvar, vá embora se você prossegue em rejeitá-lo. Para onde iremos sem Cristo? Medite no texto abaixo que, apesar de ter um contexto diferente, tem muito a ver com o nosso tema:
“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima. Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Hb 10:19-31).
III- RECEBENDO A CRISTO (Jo 4:45):
Enquanto que na Judéia Cristo é rejeitado na Galiléia é recebido. Não devemos pensar que este interesse é o mais apropriado em todas as pessoas, porém de qualquer forma já é algum interesse. O texto nos diz que eles o receberam assim por terem visto o que operara em Jerusalém.
Desejo tirar deste fato algumas lições gerais:
A – Os galileus estiveram na festa da páscoa. Esta festa era de grande importância por ser uma festa ordenada pelo Senhor no Antigo Testamento, e foi lá que o Jesus revelou-se de forma a atingir mais pessoas. Vemos aqui a importância de dar valor a Palavra de Deus. É sempre oportuno seguir a ordens do Senhor, pois pode ser, que da mesma maneira que aconteceu com os galileus, nós também sejamos beneficiados com suas bênçãos que não esperávamos.
B – A recepção dos galileus ainda era, no geral, muito inadequada! Veremos no próximo estudo que estavam muito ligados nos “sinais”, e não tanto no próprio Cristo. Este é um perigo sempre constante. Devemos observar se nosso interesse por Cristo é pelos motivos corretos.
C – Há sempre benefícios em receber a Cristo. Apesar de terem problemas, como destaquei no ponto anterior, ainda assim estavam, neste caso, em melhor situação que os fariseus na Judéia. Há sempre esperanças quando Cristo não é imediatamente desprezado.
D – Cristo estava entre eles, enquanto tinha deixado a Judéia. Maravilha é quando Cristo em sua graça se revela a um povo. Que nós não o desprezemos quando Ele oferecer, por pura bondade, estas manifestações de sua Pessoa. Claro que não está entre nós como naqueles dias, mas continua se revelando por sua Palavra nas Escrituras, e por fé nós o conhecemos.
E – Eles recebem a Cristo, e Cristo fica entre eles. Vemos o valor deste fato ao compararmos com a situação que já estudamos, ou seja, daquela de quem rejeita a Cristo. Maravilha é Ele ficar conosco e não nos abandonar devido a nossa incredulidade.
Diante de tudo isso, prezado leitor, eu o exorto a não desprezar as revelações que tem recebido de Cristo por sua Escritura, mas ao contrário, você deve buscar conhecê-lo mais e mais, e quando o conhecer de maneira apropriada deve, então, crer Nele.
IV – CONCLUSÃO:
Desprezar a Cristo é desprezar o Salvador. Aquele que faz isso pode ver o Salvador partir não tendo mais a quem recorrer. Mas aqueles que não o desprezam, mas o recebem, agem de maneira sábia, pois dão a si mesmos o benefício de conhecer mais de Cristo.
Pode ser copiado e distribuído livremente, desde que indicada a fonte, e o conteúdo não seja modificado!
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Leitura recomendada:
I – INTRODUÇÃO:
A semelhança do texto anterior este também trata de reações que as pessoas podem ter diante da mensagem de Cristo. Estas reações sendo diferentes produzem conseqüentemente resultados diferentes. Esta é uma realidade que em sua cegueira o homem no pecado não percebe. Ele “brinca com o fogo”, quando rejeita a Cristo. Neste caso o bem aventurado é aquele que não “brinca com o fogo”, mas se aproxima do Salvador, recebendo-o. Meditemos com seriedade nesta questão, aplicando-a nós mesmos!
II – REJEITANDO A CRISTO (Jo 4:43,44):
O texto nos informa que passados os dois dias em que Jesus passou entre os samaritanos ele continua sua viagem em direção a Galiléia. É nos dado o motivo para esta viagem: “Porque o mesmo Jesus testemunhou que um profeta não tem honras na sua própria terra”. Esta foi a causa da viagem. No entanto levanta-se aqui uma questão: A que terra se refere o presente texto? Seria uma referencia a Judéia, a Samaria, ou a Galiléia? Obviamente devemos descartar imediatamente Samaria, pois Jesus não era samaritano. Mas quanto a Judéia? Bom, sabemos que Jesus nasceu em Belém da Judéia. E quanto a Galiléia? Bem, neste caso sabemos que ele foi criado em Nazaré na Galiléia. Assim, o texto pode referir-se a Judéia como também a Galiléia. Ora, este dito aparece nos outros evangelhos com referência a Galiléia. Vejamos o que nos diz Mateus:
“Tendo Jesus proferido estas parábolas, retirou-se dali. E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto? E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na sua casa. E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.” (Mt 13:53-58, ver também Mc 6:1-6; Lc 4:16-30).
Será então, que devido a isso, com relação ao Evangelho de João a referência também é a Galiléia? Creio que não, mas que em nosso texto o dito refere-se a Judéia! Dou os seguintes motivos:
A – Apesar de o dito aparecer nos demais evangelhos com relação a Nazaré da Galiléia, o contexto histórico daqueles relatos é diferente do de João.
B – O contexto de João mais naturalmente aponta para a Judéia, visto que foi de lá que Jesus partiu. Ele sai da Judéia e não da Galiléia, aliás, ele vai para a Galiléia.
C – O texto nos diz que os galileus o receberam. Por que, então, o dito, neste caso, se referiria a eles?
D – Mostra-nos Jo 4:1 que Jesus saiu da Judéia, pois lá os fariseus poderiam trazer-lhe problemas. Assim o contexto mostra que neste caso o problema estava na Judéia e não na Galiléia.
E - Não há contradição com os demais evangelhos em defender-se que o texto em João se refere a Judéia, pois no caso deles a referencia é voltada mas estritamente a Nazaré.
Conclusão: O dito em João refere-se à Judéia. Esta é a terra de Cristo neste contexto!
Diante desta conclusão temos agora condições de analisar o texto mais apropriadamente. Observemos que Jesus sai da Judéia, pois ali não foi honrado como profeta. Eis aí a essência deste pecado: Não honrar um profeta verdadeiro. Naturalmente isso envolve não aceitar um “profeta” como um “profeta”. É considerá-lo falso. O texto de Jo 4:1 faz referência aos fariseus, e sabemos que este grupo, em geral, não creu em Cristo. Eles o rejeitaram como profeta. Ora, devemos acrescentar que já era grave rejeitar qualquer profeta verdadeiro, assim muito mais grave era rejeitar a Cristo, pois Ele não era um profeta comum, mas o próprio Deus encarnado.
Ao olharmos o texto observamos que ocorre uma “ação” e uma conseqüente “reação”. Qual a “ação”? Resposta: A desonra de Cristo como profeta! Qual a “reação”? Resposta: Cristo não permanece entre os que o desonram! Para entendermos a desonra a Cristo como profeta, observemos a atitude constante dos fariseus e também olhemos para outro texto em que o mesmo dito de Jesus aparece. Refiro-me a Mt 13:53-58. Apesar de naquele caso, conforme entendemos, o dito não se refira ao mesmo local, ainda assim devemos crer que nos ajuda a entender a atitude básica dos que rejeitão a Cristo como profeta.
Bem, com relação aos fariseus, podemos dizer que a atitude básica deles foi a incredulidade e conseqüente perseguição a Cristo. Eles não creram que Jesus era um enviado de Deus, e muito menos que era o Deus encarnado. As suas tradições religiosas o fizeram cegos diante de todas as evidências. Assim eles passaram a perseguir a Cristo, voltaram-se contra Ele. Ora, foi exatamente para evitar um confronto prematuro que o Senhor partiu da Judéia, a sua terra (Jo 4:1-3). Destaco dessa forma estes dois aspectos com relação aos fariseus: Incredulidade e perseguição! E devemos lembrar que isso vinha de religiosos, e de pessoas que pertenciam “aos seus” (Jo 1:11). Aqui também se vê a aplicação do dito: “um profeta não tem honras na sua própria terra”.
Apliquemos ao nosso caso: Esta dupla, incredulidade e perseguição, estão presentes entre nós hoje? Se formos honestos diremos que sim. Sempre houve, e hoje continua havendo, uma verdadeira incredulidade com relação a mensagem de Cristo. Quem é Jesus afinal? Quando os homens pensam em Cristo não gostam de vê-lo conforme expressado na Bíblia. Eles dizem que Ele foi um “grande mestre”, ou um “mártir”, ou um “grande homem que ensinou o amor”, e coisas assim. Mas isso tudo é incredulidade, pois fica muito aquém, e rejeita a mensagem, por exemplo, do Evangelho de João que diz que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, o Verbo encarnado que veio revelar a Deus, que veio dar a vida para salvar seu povo de seus pecados, é o Salvador do mundo (Jo 1;1-18; 4:42; 15:13; 20:30,31). Ver Jesus simplesmente como um “grande mestre” é incredulidade, pois Ele é muito, mas muito mais que isto. Ele é Deus, e o Único que dá a Vida Eterna, Ele é o Salvador do mundo, é o Profeta, o que revela a Deus, e nos liga a Ele. Mas os homens não querem reconhecer o pecado e conseqüentemente o Salvador, e assim perseguem o verdadeiro Cristo, seja de maneira aberta ou velada! O pior é que isso pode vir inclusive dos meios religiosos como no caso dos fariseus. Você não está fazendo isso? Você que nada sabe, mas que se compraz em falar mal dos verdadeiros mensageiros de Cristo, não estará fazendo isso? E você que segue falsos pregadores que apresentam um “Cristo” que nada tem a ver com a Bíblia, mas que não passa de um “curandeiro” e “benfeitor” que dá riquezas a todos, também não estará fazendo o mesmo? Cuidado, pois se estiver seguindo este caminho estará também incluído entre os que desonram a Cristo!
Mas olhemos agora para o texto de Mateus:
“Tendo Jesus proferido estas parábolas, retirou-se dali. E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto? E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na sua casa. E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.” (Mt 13:53-58)
Tasker destaca que os moradores de Nazaré rejeitaram a Cristo por não ter um treinamento como “rabi”, mas apenas de um “carpinteiro”. (Mateus, Introdução e Comentário, paginas 112 e 113). Ora, eles pensavam que conheciam a Cristo, mas não conheciam. Foram cegados pelo seu preconceito, por Jesus ser apenas o “filho do carpinteiro”, e não um homem, como, quem sabe, “Nicodemos”, um homem treinado. (Jo 3:1). Vejam que coisa, a “glória humana” faz as pessoas desprezarem a verdadeira glória, a “Glória Divina”. Mas quem vê a glória divina? Apenas os que crêem (Jo 1:11-14)! Vemos o mesmo aqui: Aquelas pessoas não tinham a visão da fé, por isso não perceberam a glória de Cristo, a semelhança dos fariseus. Qual a conseqüência? Resposta: Rejeição, desonra! Que lamentável observar que Cristo não operou ali milagres devido a incredulidade deles.
Acontece o mesmo hoje? Oh sim acontece! Ora, na sociedade em geral Cristo é rejeitado pelo fato de sua glória não ter nada ver com o que o mundo tem por glorioso. Riqueza, fama, luxo, poder, filosofia, tudo isso faz parte da “glória humana”. Mas a glória de Cristo é espiritual e não ostenta estas coisas sendo assim desvalorizada. Até nas “igrejas” vemos esta glória humana ser buscada e a glória de Cristo desprezada. Quantos têm buscado apenas o “Cristo” das riquezas, ou o “Cristo” que não ofenda os “filósofos”? Quantos “cultos” são mais conhecidos pelo “espetáculo” que pela “simplicidade” e “verdade” bíblicas?
Mas qual a conseqüência de toda esta incredulidade, perseguição e rejeição? A resposta é: Cristo não derrama suas bênçãos e parte daquele lugar! Você já imaginou em como seria grave para uma cidade atacada por uma epidemia mortal rejeitar os médicos vindos para tratá-la? Ora, infinitamente pior é rejeitar a Cristo! Amigo, pode ser que Cristo, o Salvador do mundo, o Único que pode te salvar, vá embora se você prossegue em rejeitá-lo. Para onde iremos sem Cristo? Medite no texto abaixo que, apesar de ter um contexto diferente, tem muito a ver com o nosso tema:
“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima. Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Hb 10:19-31).
III- RECEBENDO A CRISTO (Jo 4:45):
Enquanto que na Judéia Cristo é rejeitado na Galiléia é recebido. Não devemos pensar que este interesse é o mais apropriado em todas as pessoas, porém de qualquer forma já é algum interesse. O texto nos diz que eles o receberam assim por terem visto o que operara em Jerusalém.
Desejo tirar deste fato algumas lições gerais:
A – Os galileus estiveram na festa da páscoa. Esta festa era de grande importância por ser uma festa ordenada pelo Senhor no Antigo Testamento, e foi lá que o Jesus revelou-se de forma a atingir mais pessoas. Vemos aqui a importância de dar valor a Palavra de Deus. É sempre oportuno seguir a ordens do Senhor, pois pode ser, que da mesma maneira que aconteceu com os galileus, nós também sejamos beneficiados com suas bênçãos que não esperávamos.
B – A recepção dos galileus ainda era, no geral, muito inadequada! Veremos no próximo estudo que estavam muito ligados nos “sinais”, e não tanto no próprio Cristo. Este é um perigo sempre constante. Devemos observar se nosso interesse por Cristo é pelos motivos corretos.
C – Há sempre benefícios em receber a Cristo. Apesar de terem problemas, como destaquei no ponto anterior, ainda assim estavam, neste caso, em melhor situação que os fariseus na Judéia. Há sempre esperanças quando Cristo não é imediatamente desprezado.
D – Cristo estava entre eles, enquanto tinha deixado a Judéia. Maravilha é quando Cristo em sua graça se revela a um povo. Que nós não o desprezemos quando Ele oferecer, por pura bondade, estas manifestações de sua Pessoa. Claro que não está entre nós como naqueles dias, mas continua se revelando por sua Palavra nas Escrituras, e por fé nós o conhecemos.
E – Eles recebem a Cristo, e Cristo fica entre eles. Vemos o valor deste fato ao compararmos com a situação que já estudamos, ou seja, daquela de quem rejeita a Cristo. Maravilha é Ele ficar conosco e não nos abandonar devido a nossa incredulidade.
Diante de tudo isso, prezado leitor, eu o exorto a não desprezar as revelações que tem recebido de Cristo por sua Escritura, mas ao contrário, você deve buscar conhecê-lo mais e mais, e quando o conhecer de maneira apropriada deve, então, crer Nele.
IV – CONCLUSÃO:
Desprezar a Cristo é desprezar o Salvador. Aquele que faz isso pode ver o Salvador partir não tendo mais a quem recorrer. Mas aqueles que não o desprezam, mas o recebem, agem de maneira sábia, pois dão a si mesmos o benefício de conhecer mais de Cristo.
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Caros amigos, como o propósito do blog é mostrar o que a Bíblia ensina para a nossa edificação espiritual, e não fomentar polêmicas, que tendem a ofensas e discussões infrutíferas, não publicarei comentários deste teor, tão pouco comentários com linguagem desrespeitosa. Grato pela compreensão.