ESTUDO IX - AQUELE QUE REVELA FEZ SABER O FUTURO. Dn 2: 27-30 - Manoel Coelho Jr.



O que precisamos saber sobre o futuro? O que virá em breve que é de real importância para conhecermos? Estamos ouvindo Aquele que pode revelar o futuro? Eis as questões muito bem relacionadas a todo este capítulo de Daniel que estamos estudando. Ora, todo o sonho de Nabucodonosor, conforme ainda veremos, está relacionado ao plano soberano do Senhor sobre o futuro, sobre seu Reino Vindouro em Cristo, Seu Filho. É exatamente por isso que até aqui nenhum homem tem dado solução para o rei da Babilônia, fazendo-o conhecer o sonho e sua interpretação. Somente Deus pode fazer isso. Nos estudos anteriores vimos a ausência total de solução. Agora temos, nos versos que vamos analisar, a ênfase nAquele que revela o futuro. E Daniel é seu instrumento, como um tipo de Cristo, o que também nos traz muitas lições. Estes versos são uma espécie de preâmbulo ao conhecimento do sonho e sua interpretação, preâmbulo que nos apresenta o Verdadeiro Revelador do Sonho, o verdadeiro Revelador do futuro, enfim, O Senhor Deus. Vamos meditar nestas importantes verdades:
I - Os Magos não revelam (27).
O primeiro assunto do qual Daniel trata, antes de dar ao rei o conhecimento do sonho e sua interpretação, é a apresentação dAquele que realmente revelou este segredo, O Senhor Deus. Dessa forma, antes de tudo, ele retira do rei toda a esperança em seus próprios magos, afirmando que nenhum deles pode revelar o segredo. Fica evidente aqui que aqueles “peritos religiosos” não passavam de enganadores, que não podiam revelar o sonho, e consequentemente não tinham acesso ao que que há de importante quanto ao futuro. Toda a religião meramente humana é produto de cegos, que tateiam sem poderem ver nada de fato. São cegos guiando cegos. Deve-se desistir deles logo, pois não podem revelar o futuro, trazendo apenas dolorosa decepção. Isso Daniel procura apresentar ao rei. Não há como saber os planos de Deus por estes meios falsos e enganadores.
Outra coisa mais geral, que está nestas palavras de Daniel, é que nenhuma empreitada meramente humana, não somente a religiosa, pode trazer a revelação do que há de mais importante quanto ao futuro. Os homens podem por suas capacidades naturais alcançar muitos conhecimentos importantes. Podem descobrir, por exemplo, curas e prevenção à doenças, como remédios e vacinas, e encontrar muitas outras respostas importantes sobre a natureza, e outros assuntos relevantes. Mas o conhecimento de Deus e de seus planos não é possível por tal capacidade natural. Ou tal conhecimento vem de Deus, ou homem algum pode dar uma resposta satisfatória. Esta verdade deve levar ao entendimento de que a capacidade natural dos homens não deve ser vista como fonte de um conhecimento real e transformador sobre a pessoa do Bendito Deus. Ela é muito útil em vários setores importantes, com certeza, mas não neste, que é o mais importante de todos. Para se conhecer a Deus e seus planos, é necessário uma fonte além dos homens e de seus poderes naturais.
II - O Deus do Céu revela (28, 29).
Mas o Senhor revela o futuro sumamente importante, que tem a ver com sua Pessoa e seus planos gloriosos sobre seu Reino Eterno em Cristo. Deus é o que revela o futuro. Esta é a nova afirmação de Daniel, após ter tirado do rei toda a esperança nos magos e nos demais homens. Portanto, este conhecimento é sempre revelado. Como já afirmamos, a capacidade natural dos homens não pode chegar a este conhecimento. Ele precisa vir diretamente de Deus. É, dessa forma, um conhecimento revelado. No caso específico que estamos estudando, Deus revelou seus planos por meio do sonho que deu ao rei, e pela interpretação do mesmo sonho através de Daniel, o seu profeta. Assim, temos aqui a importante verdade que o conhecimento de Deus e de seus planos gloriosos precisam ser achados no que Ele mesmo revelou a seus profetas, que, é importante que se diga, encontra-se hoje à nossa disposição neste livro de Daniel, como também em todas as Sagradas Escrituras, que são os registros destas revelações.
Outro detalhe importante que nos traz ensino essencial, foi a ocasião em que se deu tal revelação ao rei. Segundo Daniel, certa noite passou pela mente de Nabucodonosor o pensamentos sobre o que viria no futuro. É provável que o quadro tenha sido este: Estava Nabucodonosor deitado em sua cama, quando repentinamente começou a pensar sobre o futuro de seu reino, cheio de orgulho e presunção, imaginando como chegara até aqui com grande sucesso, planejando sua novas ações cheio de autoconfiança, sem levar em consideração a Deus, desejando a consolidação e fortalecimento de seu império grandioso. Além disso, talvez lhe tenham vindo à mente, algumas apreensões sobre se isso seria possível, ou o que ocorreria com o seu Império após a sua morte. Mas tudo isso Nabucodonosor planejava e imaginava sem levar em conta o Deus Verdadeiro. Então, ele dormiu e teve um sonho que tanto o assustou. O rei acabou por esquecê-lo, mas a impressão foi tão forte que mesmo assim não desapareceu. Mas, como veremos, o sonho é humilhante para o rei, tão cheio de planos sem Deus, ou cheio de medos sem confiança no Senhor. Deus se revela no sonho como o Senhor de toda a história e de todos os rei, inclusive do orgulhoso Nabucodonosor. Para todos os planejadores orgulhosos como Nabucodonosor, Tiago diz: “Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo” Tiago 4: 13-15. O rei queria saber o que viria no futuro de seu reino, cheio de orgulho. Deus revelou e o humilhou.
III - Daniel como mero instrumento de revelação (30).
Agora vamos observar a única vez em que Daniel fala de si mesmo. Aqui se destacam duas características suas, isto é, a humildade e a utilidade como profeta. Daniel é um humilde anunciador.
1 - O humilde Daniel: Havia o risco de Daniel ser posto como o único que desvendou o segredo. Afinal de contas, de fato somente ele trouxe a solução ao rei, enquanto todos os demais sábios nada puderam fazer para interpretar o sonho. No entanto Daniel não deseja este holofote. Ele é bem diferente de Arioque. Lembra dele? Arioque chamou a atenção do rei para si mesmo, dizendo que tinha achado um cativo que iria revelar o sonho (Verso 25), quando na verdade fora Daniel quem buscou a solução no Senhor. Não, Daniel não quer aparecer como Arioque. Ele desvencilha-se de toda a importância própria, dizendo que não havia nele mais sabedoria que nos outros. Daniel quer mostrar que a sabedoria vem do Senhor que a concedeu a ele (Verso 20). Daniel não é a fonte da sabedoria, mas um mero receptor dela. Daniel não tem nada de si mesmo, mas tudo é recebido de Deus. E se tudo o que tem é recebido, não há porque se gloriar. Não há nada em Daniel e ponto final. “Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?” I Co 4: 7.
2 - Daniel, o anunciador: Daniel não era a fonte da sabedoria, mas a recebera, e foi assim para que pudesse fazer conhecido ao rei o que o Senhor revelou sobre o futuro. Dessa forma, Daniel é apenas um anunciador, um profeta, um mero canal para que a revelação chegasse até Nabucodonosor. Daniel não deveria buscar para si os holofotes, mas anunciar a mensagem dAquele que verdadeiramente é a fonte da Sabedoria.
IV - Daniel é um tipo de Cristo.
Finalmente precisamos destacar que aqui Daniel é um tipo de Cristo. Isso podemos ver em duas atuações de Daniel neste caso. Vejamos:
1 - Daniel é um tipo de Cristo como aquele único que traz a revelação de Deus. Ninguém consegue revelar o sonho e dar a sua interpretação, somente Daniel. Assim, Nosso Senhor Jesus Cristo é o Único Verbo de Deus, por meio de Quem podemos ver e conhecer a Deus (Jo 1: 1, 14, 18).
2 - Daniel é um tipo de Cristo como aquele único que salva a todos os sábios. Todos aqueles homens tinham sido condenados à morte (Versos 6 e 12). Todavia, Daniel os representa e salva, procurando o rei, pondo risco a própria vida nisso, orando ao Senhor, pedindo que não os matassem, e finalmente apresentando ao rei o sonho e sua interpretação. Assim Nosso Senhor nos representa diante do Pai, intercedendo por nós, morrendo por nossos pecados na cruz, nos salvando da condenação e morte eternas.
3 - Daniel é apenas um tipo frágil e imperfeito.
É verdade: Só Daniel revelou. Só Cristo revela. É verdade: Somente Daniel salvou os magos. Somente Cristo nos salva. Mas Daniel é apenas um tipo. Ele é fraco, não tem sabedoria, nem mérito algum em si próprio. Ele mesmo diz: “E a mim me foi revelado esse mistério, não porque haja em mim mais sabedoria que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração” Daniel 2: 30. Daniel não tem sabedoria em si, e não possui nenhuma qualidade, nenhum mérito, que o ponha como alguém realmente capaz de revelar e salvar aqueles homens. Mas Cristo, Nosso Amado Salvador e Redentor, é a Palavra, a Sabedoria, e possui total mérito, vivendo uma vida perfeita diante do Pai em nosso lugar, e morrendo na cruz por nossos pecados, tendo pago completamente nossa infinita dívida em seu sangue derramado, por ser completamente Santo. Daniel é só um tipo. Cristo é O Tipificado, é o Verdadeiro Salvador e Redentor. Louvado seja Nosso Senhor!
V - Conselhos:
1 - O que virá do nosso futuro? O que de realmente importante precisamos conhecer quanto ao futuro? Para saber, ouçamos Aquele Único que revela o que há de importante no futuro, e o faz em Cristo, Seu Filho, por iluminação de Seu Espírito. Não confiemos no que é meramente humano. Não sejamos orgulhosos com Nabucodonosor, acreditando em nossos próprios sábios e magos, que nada sabem de Deus. A religião humana, não revelada, é de cegos guiando cegos. Não sigamos os cegos. Sigamos a Cristo, ouçamos a Cristo, nas Sagradas Escrituras, orando para que Deus nos faça entender Sua Palavra por Seu Espírito da Verdade.
2 - Sigamos a humildade de Daniel, reconhecendo que tudo é recebido de Deus em Cristo, o Filho. Não sejamos como Arioque, buscando holofotes, mas como Daniel, estejamos em humildade, conscientes que tudo o que temos é recebido em Cristo, e por isso não devemos nos gloriar, mas glorificar a Deus, que tudo nos dá, reconhecendo isso em palavras e ações.
3 - Anunciemos aos outros o que temos recebido de Deus em Cristo. Daniel entendeu que Deus revelou o sonho para que o fizesse conhecido ao rei, junto com o seu significado. Assim também nós, pois temos recebido a revelação de Deus em Cristo, para que a façamos conhecida ao nosso próximo. Daniel tinha que revelar o futuro do rei e de seu reino, o que se relacionava com a vinda do Reino de Cristo. Nós também temos que revelar o futuro às pessoas, mas não é qualquer futuro, mas o que de fato importa à elas conhecer sobre o futuro, ou seja, a vinda do Reino de Cristo.
4 - Confiemos apenas em Cristo, nosso Daniel, que é a sabedoria de Deus, e nos concede seu mérito na obediência e morte de Cruz. Você já creu nEle como seu Único Salvador e Senhor, tendo se arrependido de seus pecados? Somente Cristo salva! Em breve Ele voltará para estabelecer o Seu Reino Eterno. Creia no Rei Jesus! Amém!
*Esboço do sermão do Culto Público de primeiro de outubro de 2023.
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