O ESPÍRITO GLORIFICA AO FILHO – Manoel Coelho Jr. João 16: 14, 15.


Nestes versos Nosso Senhor continua instruindo aos discípulos sobre o Espírito Santo com o propósito de alegrá-los, após observar a tristeza deles. Ele já havia ensinado sobre o Espírito, primeiro que iria acusar o mundo, e, em segundo lugar, que também ensinaria toda a Verdade aos discípulos. Agora o Senhor mostra o resultado destas duas obras, ou seja, o Espírito iria glorificar a Cristo. Evidentemente isso se relaciona com as tristezas dos discípulos. Lembremos que eles estavam tristes porque Jesus iria partir. Mas o Senhor já havia falado que tal partida era conveniente, pois resultaria na vinda do Espírito. Agora eles entenderiam que tudo concorreria para a glorificação do Senhor que tanto amavam. Como poderiam ficar tristes? Vamos entender melhor estas coisas nos pontos seguintes:

I - A harmonia entre as pessoas da Trindade (João 16: 13b, 14, 15).
A obra do Espírito, que resulta na glorificação de Cristo, está intimamente relacionada com o fato de que cada pessoa da Trindade está em essência plenamente harmonizada com as demais pessoas, mas também no sentido da obra divina para a salvação dos eleitos. Isso se vê nas seguintes proposições:
1 - O Pai enviou ao Filho com a missão de salvar os eleitos (João 16: 5, 28; 17: 2).
2 - O Filhos traz as Palavras e obras do Pai, revelando-O (João 14: 9-11).
3 - O Espírito traz as Palavras de Cristo, que são as Palavras do Pai (João 16: 13).
Vê-se que para nossa salvação as Três Pessoas concorreram.
II - O anúncio do Espírito (João 16: 13).
Por três vezes, quando trata da Obra do Espírito, o Senhor Jesus diz que seu trabalho seria anunciar. Vejamos:
Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.
Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.
Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
João 16: 13-15.
Portanto, o trabalho do Espírito é de anúncio, proclamação, relato. O Espírito veio ao mundo e aos discípulos para testificar. Há uma mensagem a proclamar. Mas que mensagem é essa? A resposta a tal pergunta mostra porque, no final das contas, o Espírito glorificaria a Jesus. Vejamos no próximo ponto.
III - O anúncio sobre Cristo, para Sua glória (João 16: 14, 15).
O anúncio do Espírito nada mais é do que a Verdade sobre Jesus como Mediador, como Nosso Senhor e Salvador, o Enviado do Pai. Esta é a Verdade que o mundo rejeita, pois considera Jesus uma fraude (João 15: 24; 16: 8, 9). Mas enquanto o mundo rejeita a Cristo, o Espírito O glorifica, anunciando por meio dos discípulos que Ele é o Salvador. A mensagem gerada pelo Espírito foca-se em Jesus. É cristocêntrica, portanto. Onde o Espírito está, Cristo é proclamado, e o Cristo das Escrituras, que é o livro inspirado pelo Espírito . Mas onde o mundo exerce sua influência, Cristo é, ou desprezado, ou distorcido. Destaquemos, ainda, que esta proclamação do Espírito sobre Cristo, é o que o Senhor destaca aqui como o que é dEle e do Pai. Assim, o Espírito traria a Palavra do Filho, que também é a Palavra do Pai.
IV - Conselhos:
1 - A mensagem sobre Cristo, trazida pelo Espírito nas Escrituras, vem de Deus e não do homem. Provêm da plena harmonia das Pessoas da Santíssima Trindade. É divina, portanto, e não humana. Devemos ouvi-la e nela pôr nossa confiança, e não no que é meramente especulação humana.
2 - Como crentes temos uma mensagem para anunciar da parte Espírito a respeito de Cristo. Para isso estamos aqui. Que a anunciemos, portanto.
3 - Devemos ouvir a mensagem do Espírito nas Escrituras que é centralizada em Cristo, e não aquelas que desprezam a Cristo ou o distorcem. Lembremos: Onde o Espírito está atuando, o Cristo das Escrituras é proclamado, a mensagem é cristocêntrica, portanto. Mas onde Ele é desprezado ou distorcido, ali está a influência do mundo.
4 - Devemos nos alegrar com a exaltação de Cristo pelo Espírito como Único Redentor, e não nos entristecermos, como no caso dos discípulos que se entristeceram com sua partida, abalando-nos com as dores e sofrimentos desta vida. Soframos o que tivermos que sofrer, mas o que importa é que Nosso Senhor está na glória, e Nele estamos. E se estamos nEle podemos dizer: “para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Filipenses 1: 21). Amém!
*Esboço do Sermão do dia do Senhor, 19 de dezembro de 2021.
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