A ALEGRIA FUTURA – Manoel Coelho Jr. João 16: 16-22.


Neste trecho o Senhor fala da alegria futura que viria com seu retorno aos discípulos Com isso Ele continua as palavras que visam o consolo e regozijo dos mesmos. Já temos visto, neste último discurso de Nosso Senhor, que quando Ele se refere ao Seu retorno, pode ser uma relação à ressurreição, ou a vinda do Espírito, ou, aínda, a sua volta no fim do mundo, para o juízo final e resgate dos Seus. Pelo contexto podemos afirmar que aqui a ênfase está na vinda do Espírito, pois acabara de dar várias instruções a respeito da obra do Consolador no mundo e na vida dos discípulos. No entanto, os outros sentidos não estão totalmente excluídos, visto que o retorno de Cristo sempre significará, em qualquer deles, a alegria dos discípulos. Entendamos melhor nos pontos seguintes:

I - A dúvida dos discípulos (João 16: 16-18).
Devido a fraqueza e imaturidade em seus pensamentos, os discípulos não compreenderam o que o Senhor Jesus diz, apesar de todas as palavras esclarecedoras que já tinha falado. No entanto, não perguntam ao próprio Senhor, mas começam a conversar em tom baixo entre si. Talvez tivessem receio de serem repreendidos pelo Senhor, o que tinha acontecido anteriormente (Jo 14: 8, 9), ou pensassem ainda não ser a hora adequada de compreenderem melhor, conforme o Senhor tinha dito há pouco tempo (Jo 16: 12). No entanto, podemos crer que deveriam ter perguntado, visto que o Senhor em seguida procura responder a dúvida, e já tinha chamado a atenção para falta de uma pergunta essencial (Jo 16: 5). A vida cristã é uma vida de crescimento, em que se vai das dúvidas aos esclarecimentos dados pelo Senhor. Por isso é sempre bom buscar o Senhor em meio às dúvidas, e não se calar.
II - A relação amorosa de Cristo (João 16: 19).
O Senhor conhece que seus discípulos estão em dúvida, e não se torna indiferente a eles. Imediatamente os socorre. Ele vê o problema e os ajuda. Ele observa a dúvida e esclarece. Ele percebe a necessidade deles, e os supre. Ele está atento aos seus amados e os instrui em suas dúvidas. O Senhor cuida dos seus. No entanto, observemos que responde dentro da capacidade deles no momento. Sua resposta esclarece, mas não descortina totalmente as verdades profundas, que ainda não poderiam entender, conforme já lhes tinha dito (Jo 16: 12). Isso também nos leva a pensar na necessidade da paciência dos discípulos no processo de aprendizagem.
III - A alegria do mundo e a tristeza dos discípulos (João 16: 20-22).
O Senhor esclarece que o mundo, que é a humanidade alienada de Deus em Adão, se alegrará com a sua morte, pois O odeia porque veio de Deus. Mas tal alegria do mundo é carnal, louca, passageira e decepcionante. No entanto, os discípulos ficarão tristes, mas tal tristeza se converterá brevemente em alegria, assim como uma mãe se alegra depois da angústia do parto, ao ter o seu filhinho no colo. Assim como bebê primeiro causa angústia na hora do parto e depois alegria no colo da mãe, a Cruz de Jesus será motivo de angústia momentânea, mas posterior alegria que ninguém poderá tirar. Isso acontecerá em todos os sentidos do retorno de Nosso Senhor. Mas aqui, como já temos dito, a ênfase está no Espírito Santo, que ao vir, esclareceria o significado pleno da Cruz de Cristo. Isso seria motivo de grande regozijo dos discípulos por todas as eras da história da Igreja (Gl 6: 14).
IV - Conselhos:
1 - o crescimento cristão vai da dúvida ao esclarecimento por parte do Senhor. Prossigamos, pois, indo a Cristo em todas as nossas necessidades, dúvidas, e angústias. Ele nos auxiliará. No entanto isso deve ser feito em paciência, conforme o gradativo ensinamento do Mestre.
2 - Que percorramos este mundo, cheio de tristeza e dores, nos alegrando no Senhor, na brevidade e benefício das tristezas, conforme o seu sábio decreto, e na alegria da sua presença conosco agora no Espírito, e em breve visivelmente no seu Reino Eterno. Nos alegremos especialmente na Cruz, pela qual nos concedeu a Salvação e a comunhão plena com o Pai nEle mesmo, tendo nos concedido Seu Espírito.
3 - Agora devemos nos atentar para uma alerta do texto: Qual o motivo de nossa alegria? É Cristo ou o pecado encoberto em sua maldade? Nossa alegria é a do mundo ou dos discípulos?
*Esboço do Sermão do dia do Senhor, 26 de dezembro de 2021.

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