A Revelação de Deus em Cristo (Texto, áudio e vídeo)* – João 14: 7- 11 - Manoel Coelho Jr.



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I – INTRODUÇÃO:

O maior de todos os benefícios que um homem pode ter é o de conhecer a Deus verdadeiramente, pois isto é a Vida Eterna (Jo 17:3), e nisto temos real segurança, como vimos no estudo passado. Mas este texto deixa-nos claro que só é possível termos este conhecimento salvífico em Cristo, o Filho de Deus. Portanto é em saber quem é Cristo, e em se crer Nele que temos real conhecimento de Deus. No texto seguinte (Jo 14: 12-15) o assunto evolui mostrando-nos que este conhecimento não se estanca em nós, mas chega também aos nossos próximos por meio da obra divina em e por nós. Ora na verdade estaremos sempre influenciando nossos próximos, mas só o faremos de forma benéfica se hoje estivermos conhecendo a Deus em Cristo. Assim eu pergunto a cada leitor: Você conhece a Deus em Cristo? Este conhecimento está sendo transmitido aos outros trazendo-lhes o Maior Bem?


II – A FALHA HUMANA.

Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto.” Jo 14: 7.

Este texto pode nos parecer estranho, pois afinal os discípulos já conheciam a Cristo. Como então Ele lhes diz: “Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai”. Na verdade há aqui um sério alerta a todos nós seres humanos. Isto se torna mais claro nas palavras de Filipe ao dizer: “Senhor, mostra-nos o Pai”, e na resposta de Cristo, com a pergunta: “Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?”. Fica evidente que o verso 7 mostra a censura de Cristo contra a dificuldade de compreensão de sua Revelação por parte dos discípulos. Mas os discípulos não são piores que nós. Nós também, como cada ser humano, somos vagarosos em receber o que Deus nos tem mostrado em seu Filho. Muitos pensam que Deus está calado, mas isto não é verdade. O fato não é que Deus não tem falado, mas sim que os homens tem tapado seus ouvidos. Deus fala na Criação (Rm 1; Sl 19), na consciência (Rm 2) e ainda mais claramente e de forma salvífica nas Escrituras que apresentam a Cristo, o Verbo Encarnado. Mas os homens sistematicamente têm negado a cada Revelação de Deus, o que não foi diferente com relação mesmo a Cristo. Vemos que o seu próprio povo não o recebeu (Jo 1:11), e até seus discípulos eram custosos em compreendê-lo (Mt 16: 21-23).

Tudo isso nos mostra o seguinte: Deus tem se revelado, mas os homens preferem seguir seus próprios raciocínios desassistidos da graça divina, e nisso se perdem em ideias equivocadas sobre quem seja Deus (Rm 1: 21-25). De fato criam “deuses” segundo seu conceitos tolos e cegos. Amigo leitor, muito cuidado com isso. Por favor, diante de Deus e em oração questione-se ante esta palavra de Cristo: “Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai.” Jo 14: 7a. O que Cristo está dizendo é que apesar de os discípulos o conhecerem estavam muito aquém da compreensão que poderiam ter de Deus Nele, e isso devido a dificuldade de seus corações de receberem a Revelação que lhes estava concedendo. A questão é: Temos recebido a Revelação de Deus em Cristo ou temos sido vagarosos nesta recepção ouvindo nossas próprias opiniões humanas? Temos dependido de Deus em Cristo para conhecê-lo ou confiamos em nossa razão e sentimentos? Enfim, temos conhecido a Deus em Cristo ou temos criado um ídolo segundo nossos pensamentos chamando-o de “Deus”? Medite nestas questões seríssimas.

III – APENAS EM CRISTO SE CONHECE O PAI.

Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras.” Jo 14: 8-11.

Filipe, como já vimos, mostra a dificuldade humana em compreender a clara Revelação de Deus em Cristo. Mas há uma coisa de verdadeira em sua pergunta que aparece quando Filipe fala que isto nos basta. De fato conhecer a Deus é o que nos basta. Mas possivelmente Filipe queria uma Revelação de Deus à semelhança das que aconteceram no Antigo Testamento, como por exemplo, no caso de Moisés diante da sarça ardente (Ex 3). O que Filipe não entendia era que diante dele estava Revelação muito maior que aquelas, isto é, Cristo, o próprio Deus encarnado. Por isso o Senhor chama a atenção do absurdo de seu pedido com estas palavras: “Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?”. Ilustrando com um exemplo fraquinho, mas útil: É como se alguém recebesse um pedaço de pão e ainda assim dissesse ao seu doador: “Dê-me pão, por favor”. Ora Cristo é a Revelação absoluta do Pai, por isso não havia sentido para o pedido de Filipe. Assim Cristo diz que quem o vê, vê o Pai, pois “eu estou no Pai .... o Pai está em mim”, o que nos fala da união dentro da Santíssima Trindade entre o Pai e o Filho.

Mas quero destacar esta frase de Cristo: “Quem me vê a mim vê o Pai. Em que sentido é este “ver”? Bem, os discípulos o viram assim como as pessoas que com Ele tiveram contato enquanto esteve na Terra. Será então que este ver refere-se ao ver em sentido físico meramente? Naturalmente que não, pois muitos o viram neste sentido e ainda assim não conheceram o Pai, como foi o caso dos seus inimigos, em especial os Fariseus. Dessa forma este “ver” deve ser entendido no sentido espiritual da fé. Só o viu desta forma quem Nele creu. Percebe? Quem não creu o viu, por exemplo, como um odiado por Deus na Cruz, um criminoso de fato conforme outros crucificados (Is 53: 4). Mas quem creu viu na Cruz a demonstração do amor de Deus em Cristo por este ter voluntariamente decidido morrer por seus escolhidos, além da terrível manifestação da sua ira contra o pecado. Mas a própria vida de Cristo mostrava ao Pai. Porém só viu quem creu. Assim temos aqui a visão da fé.

No entanto a fé pressupõem a Palavra de Deus ou a Promessa. Por isso Cristo nos diz: “As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras”. As palavras que Cristo falava eram as palavras do Pai. Estas mostravam quem Ele é, e em conhecendo a sua Pessoa era possível conhecer ao Pai. Cristo também fala das obras, o que inclui seus estupendos milagres que comprovavam que Ele era quem dizia ser. Estes milagres eram evidências inegáveis de ser Ele o Deus encarnado, pois nunca ninguém fizera e nunca ninguém fará sinais tão portentosos como os Dele (Leia Jo 9: 30-33 e 15: 24). Daí a exortação final de Cristo é nestes termos: “Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras”. No final das contas a ordem de Cristo é que creiamos na revelação que nos tem dado do Pai em sua vida, morte, ressurreição e ascensão. Este é o ponto. E onde encontramos esta Revelação, esta Palavra? Resposta: Nas Escrituras. Assim, qualquer homem que quiser conhecer a Deus terá que conhecer a Cristo, Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, sem o qual ninguém chega ao Pai (Jo 14: 6). E qualquer que quiser conhecer a Cristo terá que diligentemente buscar tal conhecimento nas Escrituras e na Pregação Fiel, que é segundo as mesmas Escrituras (Rm 10 e Atos 17: 11). Por isso João nos diz que “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” Jo 20: 30,31. Dessa forma precisamos procurar a Cristo nas Escrituras e na pregação baseada nas Escrituras com um profundo clamor a Deus para que nos ilumine por seu Espírito Santo nos concedendo fé, fazendo com que de fato o Conheçamos Nele, isto é, tenhamos verdadeiro conhecimento de Deus em Cristo, o Único Caminho ao Pai. Mas se negligenciarmos este dever seremos facilmente tragados por nosso coração enganoso, produzindo então opiniões sobre Deus que não passarão de distorções que resultarão em ídolos, e não no conhecimento real da Deidade. Assim aconteceu com cada inimigo de Cristo. Eles o conheciam, ouviram suas palavras, viram seus milagres, mas por falta de fé e por incompreensão das Escrituras acabaram enganados por seus corações maus negando o Verbo de Deus, criando finalmente um “messias” e um “deus” segundo seus enganos. Oh leitor, muito cuidado com isso. Que você se exponha as Escrituras clamando por graça. Que Deus se revela a você em Cristo, o Verbo Encarnado. Que você creia Nele. Cristo diz a todos nós: “Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras.”.

IV – CONCLUSÃO:

Conhecer à Deus é a Vida Eterna. Mas só podemos conhecê-lo em Cristo, o Verbo Encarnado. Este conhecimento chega aos homens quando creem em suas palavras e sinais registrados nas Escrituras Sagradas. Que busquemos em oração este conhecimento nas Escrituras e na pregação fiel. Que Deus se revela a cada leitor em seu amado Filho, Jesus Cristo. Amém!

Pode ser livremente copiado, distribuído, e traduzido para outro idioma, desde que indicada a fonte, a autoria, e o conteúdo não seja modificado.

*Pregação da noite de domingo, dia 19 de outubro de 2014, na Congregação Batista Reformada em Belém.


Leitura recomendada:

A Excelência de Cristo - Jonathan Edwards.
















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