ESTUDO XIII - NABUCODONOSOR FEZ UMA ESTÁTUA. Dn 3: 1-7 - Manoel Coelho Jr.


O capítulo 3, que vamos começar a estudar agora, fala-nos da resistência de três jovens em adorar outro deus, que não o Senhor, o Verdadeiro Deus, mesmo diante da ameaça de morte. É impressionante que tal ameaça venha de Nabucodonosor, homem que recentemente recebera por sonho uma revelação do Verdadeiro Deus. No entanto, os jovens terão que enfrentar este terrível desafio, que fazemos muito bem em estudar, pois hoje somos chamados para semelhante ação em Cristo. Mas os primeiros sete versos do capítulo nos introduzem à ocorrência, mostrando-nos que o rei Nabucodonosor, aquele homem que tinha recebido uma revelação de Deus, e que havia confessado que o Senhor é o Deus dos deuses e Senhor dos reis, agora inventa um deus e ordena a sua adoração. Trata-se de um governante determinando a adoração, e procurando fazer isso tanto pela sedução do ouro e da música, como pela ameaça, sendo imediatamente obedecido por praticamente todos. Em nossos dias podemos sofrer a mesma tentação dos poderes estabelecidos. Por isso vamos meditar no que ocorre aqui, o que nos trará luz sobre como a mesma coisa se manifesta hoje, e também sobre como devemos agir diante disso. Venha comigo:
I - A pompa (1-5).
Nabucodonosor mostra uma dupla estratégia para conseguir estabelecer um culto religioso sobre seus dominados. Primeiro, ele deseja seduzi-los pela pompa, que vem tanto pela beleza da estátua de ouro que deve ser adorada, como pela música gloriosa, cheia de instrumentos. Segundo, ele ameaça de morte a todos que resistem à adoração. Quanto à primeira parte da estratégia, Nabucodonosor quer despertar a multidão para a beleza captada pelos sentidos. A estátua é para a visão. A música é para os ouvidos. Vamos observá-la, em poucas palavras, nos seus dois aspectos:
1 - O tamanho e material da estátua.
A estátua era algo impressionante, tanto pelo tamanho, possuindo 27 metros de altura e 2,7 metros de largura, como pelo material, de ouro. Imaginemos a multidão diante daquele monumento gigantesco e brilhante, que representava a glória da Babilônia. Ela estava sendo seduzida e tentada por toda aquela glória a que se prostrasse e adorasse.
2 - A música com muitos instrumentos.
Outra forma de sedução era a música. Observemos a quantidade de instrumentos musicais, conforme os versos 5 e 7. Devia ser algo musicalmente glorioso, que causou tremendo impacto nas pessoas, em harmonia com a visão da gloriosa estátua e a presença da grande multidão.
Esta é a glória do culto prometido por Nabucodonosor. De fato é sempre assim que o mundo seduz a humanidade para que se proste diante de seus ídolos, isto é, por sua glória, que pode ser captada pelos sentidos. É a glória do que se vê. Mas trata-se de uma glória falsa, por ser efêmera, passageira. Já vimos no capítulo dois que quando o Senhor deu o sonho a Nabucodonosor de uma gloriosa estátua que virava pó, estava demonstrando a completa falsidade da glória dos reinos deste mundo. Por isso Paulo diz: “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” II Co 4: 18.
II - A ameaça (6).
A segunda forma pela qual Nabucodonosor quer estabelecer o seu culto idólatra é pela ameaça de morte. Qualquer ameaça de morte já seria gravíssima, mas esta possuía algo ainda mais terrível, pois as pessoas seriam queimadas numa fornalha ardente, caso não se prostrassem. As fornalhas eram usadas para a produção de tijolos, mas agora se tornaria terrificante ameaça pelo decreto do rei. Se na primeira parte da estratégia Nabucodonosor apelava para a sedução da beleza visual e audível, agora ela apela para o terror, forçando os homens a adorarem seu ídolo. No entanto, não é incomum os poderes do mundo usarem ameaças para forçar as pessoas a se prostrar diante de ídolos. Possivelmente na maioria dos casos a ameaça não é tão grave como no caso da Babilônia. Talvez seja velada. Outras vezes mais grave. Mas, seja num caso ou noutro, sempre há ameaça dos poderes do mundo, forçando as pessoas a servirem seus ídolos.
III - A auto-adoração do rei (1-7).
Mas não podemos entender toda a situação de idolatria apresentada neste capítulo, sem observar que não se tratava de adorar meramente a estátua. Por trás de tudo está o homem que determinava a adoração, ou seja, Nabucodonosor. Observemos que em todo o relato está a sua decisão e ação expressa nos verbos “fazer”, “levantar”, “mandar”, “ordenar". No final era ele quem controlava tudo. Nabucodonosor queria ser o determinador da adoração das pessoas. Diante dos já tantos deuses existentes, ele decide levantar mais um, portanto fruto de sua mente, e determinar a sua adoração por parte de todas as pessoas. Trata-se de um governante determinando a adoração. Portanto, quer ser um soberano dos corações, um deus. A conclusão é que a adoração é na realidade ao próprio Nabucodonosor. Ele que no sonho dado por Deus foi representado pela cabeça de ouro, não percebe que a cabeça, no mesmo sonho, virou pó com todas as outras partes. Nabucodonosor loucamente sente-se deus e quer ser adorado. Assim, não chama a todos para adorarem meramente à estátua, mas à adoração ao rei Nabucodonosor. Esta é a abominação que os governantes praticam. O poder lhes domina e sobe ao trono do coração, fazendo com que queiram ser servidos por todos como se fossem deuses. E para isso tentam seus governados pela sedução, e os forçam pela ameaça.
IV - A submissão quase total (7).
Todos se prostram. A multidão obedece. Ninguém resiste. Bem, quase ninguém. Sabemos que os três jovens resistiram. Mas a multidão cede. Agora vamos nos imaginar naquele lugar, cercados por uma grande multidão. A estátua é enorme e brilhante, a música será gloriosa. Então vem o arauto e anuncia o decreto ordenando que todos devem se prostrar e adorar ao ouvir os instrumentos daquela gloriosa música, se não quiserem morrer na fornalha ardente. Quem resistirá? Ninguém! Todos se prostram. Temos aqui um alerta para que não se siga a multidão, mas que isso será uma grande tentação, e de comum aceitação. “Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito” Ex 23: 2. “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” I Jo 2: 15-17.
V - Conselhos:
1 - Tomemos cuidado com as três tentações, isto é, com a sedução, com a ameaça, e a multidão. O que lhe seduz para a idolatria? Você teme as ameaças do mundo? Você é tentado a seguir a multidão? Cuidado! A cura dessas tentações é você contemplar o Seu Redentor, Jesus Cristo, pela fé, conforme as Escrituras. Aproxime-se de Cristo a cada dia. Medite no amor de Deus nEle, lendo e refletindo na revelação dEle nas Escrituras. Assim, veja Deus em Cristo, iluminado pelo Espírito, e conheça mais e mais a Sua Glória Divina, e dessa forma estas tentações se “derreterão” diante de você. A glória do mundo não lhe seduzirá, pois você verá a glória real de Deus em Cristo. As ameaças não lhe amedrontarão, pois você estará disposto a dar a vida por Seu Amado Senhor. E a multidão não lhe influenciará, pois seu coração é de Cristo.
2 - Não idolatremos governos e governantes, e nada deste mundo. Cuidado com aqueles que buscam nossa adoração e confiança (Políticos nas igrejas, por exemplo, fazendo-se de defensores dos cristãos, mas no final das contas desejando manipulá-los para interesse próprio). As autoridades devemos respeitar e orar por elas, mas nunca confiar como salvadora, idolatrando-as. Nossa adoração deve ser somente ao Senhor. Nossa confiança deve estar somente em Cristo, O Rei dos reis.
3 - Cristo nos salvou para adorarmos somente a Deus nEle. Cristo disse: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” João 4: 23, 24. A hora chegou em Cristo. O Pai o enviou para adorarmos a Ele que é Espírito, e não à estátuas e a Nabucodonosores. Assim, que você creia em Cristo, nEle conheça ao Pai, e viva para Sua Glória e adoração. Amém!
*Esboço do sermão do Culto Público de 05 de novembro de 2023.
Venha ouvir estas exposições em nossos cultos de domingo às 19h.
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