ESTUDO XII - LIÇÕES DE DANIEL 2. - Manoel Coelho Jr.


Para concluirmos nossos estudos deste precioso capítulo de Daniel, convém extrairmos dele algumas verdades fundamentais e lições consequentes, para solidificarmos estes ensinos em nosso coração. Observaremos que estas verdades dizem respeito à revelação de Deus a Daniel, como destacado no evento, e por último, às ações de Daniel no trato com as pessoas próximas, como crentes e incrédulas. Dizem respeito, portanto, a Deus, e nossa vida diante dEle, como também diante dos homens cristãos ou não. Vamos entender melhor estes aspectos, extraindo lições, nas seguintes verdades:

I - Deus é o revelador de mistérios (2: 10, 11, 17-19; 21, 22, 27, 28, 29, 45, 47).
A primeira verdade que transparece no capítulo, é que somente Deus pode revelar o sonho do rei e seu significado. Notamos que até a entrada de Daniel na história, tudo o que temos é ausência de solução, com pura perplexidade. Até os magos confessam que não podiam fazer nada. Eles dizem que apenas os deuses, que não moram com a carne, poderiam declarar o sonho. Ainda que estivessem errados em falar “deuses”, estavam certos em reconhecer que apenas um poder sobre-humano poderia realizar aquele feito. Os homens não podem revelar o sonho do rei. Apenas Deus o pode.
Mas isso fica claro também quando o Daniel entra na história. Observemos que ele imediatamente vai aos seus amigos e pede que orem junto com ele, para que o Senhor os salve, revelando aquele sonho. Somente Deus poderia revelar os sonhos, segundo Daniel. Quando isso ocorre, ele agradece ao Senhor como O que revela o profundo e escondido. E finalmente, Daniel confessa diante do rei que o segredo que ele requeria, nem sábios, nem astrólogos, nem adivinhos o poderiam declarar, mas que havia um Deus no céu o qual revela os mistérios. Somente o Senhor poderia revelar aquele mistério. Então o sonho e seu significado foi revelado, fazendo com que o próprio rei confessasse que o Deus de Daniel e seus companheiros, é o revelador de mistérios, pois puderam revelar o sonho.
A lição que temos em todos estes fatos e declarações, é que nunca poderemos esperar que os homens em sua filosofia e conhecimentos meramente humanos, e nem mesmo em toda sua religiosidade natural, podem revelar e conhecer a Deus e seus planos. Se Deus mesmo não revelar a si e a sua vontade, jamais a conheceremos. Portanto, que fique claro para nós que devemos desistir de conhecer a Deus pela potência humana. Procuremos ouvir a sua revelação. E sabemos que a sua revelação está nas Escrituras, no ensino especialmente sobre o seu próprio Filho Jesus, o Verbo de Deus, que está em toda a Bíblia, e é o nosso Redentor e Salvador. Olhemos para Cristo a fim de conhecermos a Deus e a sua vontade para nós. Somente Deus pode revelar o mistério, e Ele o faz em seu Filho Jesus nas Sagradas Escrituras.
II - Deus soberano na História (2: 21, 34, 44, 47).
Outra verdade importante que aparece por todo este capítulo, é que o Senhor é absolutamente soberano sobre os reis da terra, sobre a história da humanidade, sobre todas as pessoas e eventos. O próprio fato do rei e dos magos ficarem perplexos, sem saber o sonho e seu significado, até que Daniel, o profeta do Senhor, o revelasse da parte de Deus, deixa evidente que o Senhor tem o controle, e que os homens são totalmente frágeis e dependentes dEle.
Mas é o sonho do rei e sua interpretação, que deixa essa verdade muito clara. A estátua e sua destruição, representando os reinos e seu fim, e a rocha que se transformou num grande monte que encheu toda terra, significando Reino de Deus em seu Filho, mostram claramente que o Senhor é o Rei dos reis, o Soberano sobre os reinos deste mundo, e Aquele que os destruirá, estabelecendo finalmente seu Reino Eterno, que jamais poderá ser destruído. Daniel confessa isso quando recebe a revelação do sonho da parte de Deus, e o próprio rei Nabucodonosor confessa a mesma verdade quando ouve a revelação da parte do profeta.
A lição que extraímos é que nunca devemos pôr a nossa confiança nos reinos deste mundo, conscientes de que eles na verdade são controlados por Deus, e certos de que o Senhor está trazendo o seu Reino. Devemos confiar no Senhor e em seu Rei Ungido, o seu Filho Jesus Cristo, e viver como súditos de seu Reino, cheio de fé e esperança nEle somente, atuando neste mundo, atuando nos reinos deste mundo, como embaixadores do reino dos céus
III - Daniel temente a Deus (2: 17-19, 23, 27, 28, 47).
O próximo fato claríssimo que o capítulo nos apresenta, é que Daniel é um jovem temente a Deus, cheio de fé. A primeira coisa que Daniel faz, ao saber daquela situação crítica, é orar ao Senhor juntamente com seus companheiros. Em seguida, ao receber a revelação, ele agradece ao Senhor e se coloca como ministrante de Deus diante de Nabucodonosor. Em tudo Daniel teme a Deus. É assim porque Daniel sabe de todas aquelas verdades que abordamos nos pontos anteriores. Ele conhece o Senhor, sabe dos seus planos, e crê que Deus é soberano. Portanto, Daniel teme a Deus, obedece, e vive pela fé. Tem confiança, serenidade e paz, mesmo nos momentos mais difíceis, quando sua vida está ameaçada.
Nós cristãos do século XXI precisamos meditar seriamente no exemplo de Daniel. Temos confiado Senhor como Deus Único, Rei dos reis, Soberano sobre a história? Temos confiado nEle dessa forma nas lutas da vida, nas tristezas e dores? Temos confiado assim, diante de um mundo oposto a Deus, cheio de magos, idolatrias e enganos espirituais? Temos vivido pela fé, de forma serena, tranquila, seja qual for os nossos governos e autoridades, como Daniel fazia diante de Nabucodonosor? Como tem sido a nossa relação com esta verdade de que o Senhor controla a história, e está trazendo seu Reino Eterno indestrutível em Seu Filho Jesus Cristo?
IV - Comunga e ora com seus irmãos (2: 17, 18).
Observemos agora a relação de Daniel com seus próximos. Precisamos entender que esta relação está pautada na sua relação mais importante, isto é, na relação que ele tem com o Senhor Deus. É por essa relação que Daniel vai reagir diante dos homens, sejam incrédulos ou crentes. É importante notarmos que esta reação será diferente. Ela vai diferir no sentido de que Daniel vai perguntar sempre quando estiver diante de alguém: Esta pessoa crê em Deus ou não? Esta pessoa teme ao Deus que eu temo? De acordo com esta resposta ele reagirá. Quando lida com crente, como seus companheiros, ele age de uma maneira. Quando lida com incrédulos, ele age de outra.
Quanto aos crentes, ele tem comunhão e oração. Quando está passando aquele momento de aflição, que evidentemente envolvia os seus companheiros, ele os busca, comunga com eles, participa-lhes esta dor. Tem comunhão com eles nesta dor. Em seguida Daniel pede que orem junto com ele. Observemos que só é possível Daniel pedir aos seus companheiros de fé, aqueles que crêem no mesmo Deus, que orem com ele. É comunhão em oração. O incrédulo não pode orar. O incrédulo não conhece a Deus, e não ora, portanto. Por isso ele não faz esse pedido a Arioque, por exemplo, mas a Sadraque, Mesaque e Abednego, seus irmãos na fé.
Outro aspecto importante é que a comunhão não é somente nas dores e nos sofrimentos. Observemos que quando Daniel é exaltado por Nabucodonosor, ele pede por seus companheiros crentes, para que eles também sejam postos em cargos na Babilônia. Assim, a comunhão é na dor, mas também é na benção. Portanto, temos que Daniel quanto aos crentes age em comunhão e oração. Ou talvez poderíamos ainda expressar esses fatos da seguinte forma: Daniel age em comunhão com os crentes na dor e na bênção, e sempre em oração.
A lição para nós é que devemos ter esta discriminação sobre os homens e mulheres que estão em nosso redor. Devemos perguntar sempre: Esta pessoa é uma crente em Cristo Jesus? Esta pessoa teme a Deus? Se isso é verdadeiro, devemos ter comunhão com ela, comunhão na dor, na benção, e na oração. Que estejamos em comunhão com os nossos irmãos em Cristo. Entendamos que não podemos ter a mesma relação que temos com os crentes, com aqueles que não crêem no Senhor Jesus. Quanto à nossa relação com os incrédulos, vamos tratar no ponto seguinte. Devemos evidentemente amá-los. Mas não podemos agir com eles da mesma forma que agimos com os crentes. Com estes temos comunhão no Senhor, nas dores, nas bênçãos, sempre em oração.
VI - Testemunha aos incrédulos com palavras e obras (2: 15, 24, 30, 46-49).
E como poderemos resumir a relação que Daniel teve aqui com os incrédulos? Creio que podemos definir em termos de testemunho. Daniel os ama, testemunhando-lhes com palavras e obras. É notável que quando Daniel passa a saber que seria morto pelo decreto do rei, primeiro se informa, pedindo em seguida um prazo ao rei, para que pudesse trazer a interpretação. Quando tem a revelação, ele vai a Arioque, solicitando que não matasse os sábios da Babilônia, pois tinha a interpretação. Então fala o rei, se expressando com muita humildade, tributando toda a glória a Deus, e respeitando a autoridade do rei. Mostra-se como mensageiro do Senhor. Mostra uma tranquilidade, uma serenidade de quem crê em Deus. Trata-se de um testemunho por meio de ações, diante de homens incrédulos.
Todavia, o mais importante é o testemunho de Daniel em palavras. Daniel traz a revelação do sonho e seu significado. Ele apresenta Deus, e os seus planos para Nabucodonosor e todos reis. Daniel testemunha e faz isso falando a Palavra de Deus, e não a sua própria palavra.
A lição para nós é que devemos também amar os incrédulos em nossos dias, testemunhando-lhes em palavras e obras sobre Cristo. O Novo Testamento inteiro mostra que devemos ser sal e luz diante dum mundo cheio de imundície e trevas. Estamos aqui para brilhar por nossas vidas em atos de amor, serviço, serenidade e humildade. Mas como Daniel também precisamos falar, testemunhar por nossos lábios. E nosso testemunho deve ser tão somente a Palavra de Deus, a Revelação que Deus concedeu nas Escrituras sobre Seu Filho Jesus Cristo como Rei dos reis. Devemos falar de Cristo aos homens e mulheres que nada sabem dele.
Assim, quanto aos crentes amor, comunhão e oração. Quanto aos incrédulos, amor e testemunho, na vida e nas palavras.
VII - Daniel é um tipo de Cristo. (2: 18, 24, 30).
Antes de Daniel entrar na história existe somente perplexidade, trevas, e condenação à morte. Mas quando o Daniel entra, há luz, revelação e salvação. A Bíblia, portanto, mostra Daniel aqui como um tipo de Cristo, Aquele de quem também podemos dizer, que antes de entrar em nossas vidas, temos apenas profundas trevas espirituais, e morte em nossos pecados. Mas quando Ele vem a nós na iluminação do Espírito Santo, pela pregação do Evangelho, quando entendemos que Ele, tendo morrido por nossos pecados na cruz, nos salva da maldição, então ele nos traz a revelação de Deus, de seu amor, de sua graça. Ele nos traz a sua luz, e nos salva da morte eterna tão somente em seu sangue, porque levou os nossos pecados na cruz, e viveu uma vida Santa em nosso lugar. Cristo é o nosso Daniel Daniel é um tipo de Cristo. Daniel revela. Cristo revela. Daniel salva os sábios da condenação. Cristo nos salva da condenação por nossos pecados. Cristo é nosso Daniel que traz luz e salvação.
Você, cristão, regozije-se por estar na luz de Cristo. Regozije-se porque Cristo é sua salvação e vida. Alegre-se em Deus por Cristo, por ter recebido tanta graça, e como Daniel, louve a Deus por sua revelação e salvação, e também como Daniel, leve o testemunho desta verdade aos seus próximos, por sua vida e palavras.
E você que não é um crente em Cristo, preciso lhe dizer que ainda está em profundas trevas espirituais, como estavam os magos e Nabucodonosor. Você está tateando, sem conhecer a Deus e seu plano sobre a vinda de Seu Eterno Reino. Também lhe digo que neste estado você está perdido, indo em direção a condenação eterna. Mas lhe aconselho: Ouça a Cristo e você terá luz. Venha a Cristo, creia em Cristo, arrependa-se de Seus pecados e creia nEle como Único Salvador. Então terá Vida Eterna, pois ele morreu por pecadores como você. Que todos creiam em Jesus, a Luz do mundo, o Salvador dos pecadores. Amém!
*Esboço do sermão do Culto Público de 22 de outubro de 2023.
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