ESTUDO II: O SENHOR O ENTREGOU. Dn 1: 1, 2 - Manoel Coelho Jr.

 



O Senhor é Soberano sobre a História. O Senhor é o Rei dos reis. Vimos no estudo introdutório que esta é a mensagem por todo o livro de Daniel. Ora, já os primeiros versos do livro nos mostram exatamente a soberania do Senhor sobre os reis. Ele, segundo o texto, entrega o rei de Judá a Nabucodonosor. Mas é importante observarmos que o propósito de todo este trecho, podemos dizer, de todo o capítulo primeiro, é contextualizar historicamente o que ocorre com Daniel, mostrando os fatos do Exílio e sua consequência sobre o profeta, que é um dos exilados. Já os dois versos que vamos estudar agora, mostram a soberania do Senhor no exílio Babilônico como juízo sobre Judá, e como os agentes humanos, especialmente Nabucodonosor, procederam cumprido este propósito, e o motivo implícito de o Senhor exercer tal juízo, que evidentemente é o pecado, especialmente o pecado da idolatria. Estes versos nos trazem importante ensino sobre a gravidade do pecado, sua natureza, e como Deus Soberanamente trata o pecado e os pecadores. Faremos bem em ouvir sua mensagem com muita atenção. Entendamos estes ensinos nos seguintes pontos:


I - O Sítio de Jerusalém.

O ataque narrado por Daniel é na verdade a primeira das três invasões perpetradas por Nabucodonosor contra Jerusalém. Chegamos a essa conclusão quando olhamos para o texto de II Rs 24, 25 (Datas das invasões: 605, 597, 587 a.C). Nestes capítulos de II Reis fica evidente que Deus estava operando em cada ataque (II Rs 24: 2, 3). Mas qual o motivo? Resposta: O pecado (II Rs 24: 3, 4). Em Jeremias 25: 1-14 temos uma palavra impressionante sobre o que estava ocorrendo. O profeta afirma que por vinte e três anos vinha anunciando, madrugando e falando, mas o povo não ouviu (Jr 25: 3). E isso ocorreu não somente por Jeremias mas também por outros profetas. Deus vinha falando mas o povo não ouviu (Jr 25: 4).

E qual o pecado que é destacado em Jeremias? A idolatria (Jr 25: 6). De fato, a questão sempre é a adoração. Qual o deus que servimos? A idolatria está na essência de todo o pecado. Todavia a idolatria também leva a opressão do próximo em alguma medida, o que aconteceu nesse caso (II Rs 24: 3, 4). Assim, quando não se ama a Deus, também não se ama ao próximo. Esses eram os pecados de Judá, e sobre eles o Senhor já os havia prevenido há muito tempo, antes que viesse a calamidade por Nabucodonosor.

Mas o povo não ouviu. Eles se entreteram no gozo do momento, nas alegrias que experimentavam, como se nada estivesse errado. Então veio a calamidade (Jr 25: 10, 11). Esse tem sido o contínuo alerta das Escrituras: Aos homens e mulheres que vivem como se não existisse o pecado, repentinamente virá o juízo. Assim foi no dilúvio. Assim foi no exílio babilônico. Assim será no retorno de Cristo. "Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem" Mateus 24:38,39.

Todos esses fatos nos deixam claro que não se pode estar bem onde o pecado não é tratado. Pode-se ter todas as coisas, mas se o pecado estiver presente o que se possui na verdade nada mais é que a maior das misérias. O pecado é o mal dos males. E é assim porque se constitui numa oposição ao Sumo Bem, o Senhor Deus, Santo, Justo e Bom. Por isso o pecado traz inevitavelmente o juízo. Nunca devemos minimizar a gravidade do pecado. Dessa forma podemos compreender o motivo de precisarmos tanto do Salvador, do Redentor, Jesus Cristo, Aquele que liberta do pecado.

II - A Soberania do Senhor na invasão.

O Senhor é Soberano sobre seu povo e sobre todas as nações, e faz sempre o que é justo no exercício de Sua Soberania. Isso fica evidente neste caso que estudamos em Daniel, conforme o testemunho de II Rs 24, 25 e Jr 25: 1-14. O Senhor chega a chamar Nabucodonosor de seu servo (Jr 25: 9). Não era o caso de Nabucodonosor ser um rei que conhecesse a Deus e o temesse, mas que o Senhor soberanamente estava usando este rei pagão como uma espada para justa punição de seu povo, por causa de seus pecados. A Soberania de Deus não é a de um déspota, mas do Justo Rei. Deus não é um tirano, mas o SENHOR, Justo e Bom em todos os seus atos. Como Daniel vai dizer mais adiante em seu livro: "A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê… porque pecamos contra ti" Daniel 9: 7, 8. Podemos estar certos, ainda que não nos seja possível entender tudo em detalhes, que cada ocorrência está no propósito sempre justo do Rei dos reis.

III - Do Templo a casa do deus.

Já vimos que essencialmente o pecado destacado pelo Senhor é a idolatria. No entanto no versículo dois temos informações que nos esclarecem que tipo de idolatria praticada por Judá estava trazendo o juízo, como também a idolatria de Nabucodonosor, sobre a qual o Senhor também diz que traria o juízo no futuro (Jr 25: 12). Vejamos:

1 - O pecado de Israel sobre o Templo - Jr 7: 4-11: O Templo sem Deus.

Notemos que Deus permite que os utensílios do Templo sejam levados por Nabucodonosor. Por que Deus permitiu isso, visto que o Templo era do Senhor e símbolo de Sua Presença? É que o povo estava confiando no Templo. As pessoas tinham o Templo e pensavam que por causa disso estavam bem. Tratava-se de uma religião meramente externa, ritualística. Eles diziam "Templo do Senhor, Templo do Senhor, Templo do Senhor", quando ao mesmo tempo seguiam ídolos e oprimiam o próximo.

2 - O pecado de Nabucodonosor quanto aos utensílios do Templo - Dn 5 - O Templo de Deus para deuses.

O pecado de Nabucodonosor foi trazer os utensílios do Templo para a casa de seu deus. Ele usa o que é do Senhor para seu ídolo. Trata-de de honrar ídolos com o que é para a glória do Senhor. Trata-se de honrar os ídolos e não o Senhor (Dn 5:23).

3 - O pecado de Sinar - Babel, Babilônia - Independência de Deus. Gn 10: 10; 11: 2.

Babel é símbolo de autonomia pecaminosa, do povo que quis fazer para si um grande nome, em vez de glorificar ao Senhor. Nabucodonosor seguiu esse padrão, glorificando a si mesmo e não ao Senhor, sendo severamente punido por isso (Dn 4: 29-33).

Vamos destacar os pecados para observarmos a idolatria:

O pecado de Israel: O Templo sem Deus.
O pecado de Nabucodonosor: Os utensílios do Templo de Deus para o seu deus.
O pecado de Sinar: Independência de Deus

Observemos que o comum em cada pecado é deixar de adorar a Deus, honrando, ou o Templo, ou os deuses, ou a si mesmo. Eis os tipos de idolatria. E podemos dizer que o honrar a si mesmo está sempre por trás dos outros tipos de idolatria, pois fez parte da primeira tentação: "Sereis como Deus" (Gn 3: 5). Esse é o espírito do mundo sem Deus: Ou há uma religião de aparências, ou há o oferecimento do que é de Deus para o ídolo, ou há uma negação prática da existência de Deus, dando-se lugar à autonomia humana.

IV - Conselhos:

1 - O pecado traz mal e destruição, pois é o mal dos males. É assim porque sempre envolve idolatria, sendo contrário a Deus, o Bem Maior. Corramos dele para Cristo, o Redentor. Se você ainda não creu em Cristo como seu único e suficiente Salvador, arrependa-se do pecado e creia nEle. Repito: Não se pode estar bem onde o pecado não é tratado. Pode-se ter todas as coisas, mas se o pecado estiver presente o que se possui na verdade nada mais é que a maior das misérias. O pecado é o mal dos males. E é assim porque se constitui numa oposição ao Sumo Bem, o Senhor Deus, Santo, Justo e Bom. Por isso o pecado traz inevitavelmente o juízo. Nunca devemos minimizar a gravidade do pecado. Dessa forma podemos compreender o motivo de precisarmos tanto do Salvador, do Redentor, Jesus Cristo, Aquele que liberta do pecado. Creia nEle. Agora, se você já creu, prossiga mortificando o pecado em Cristo, pela fé. Levante-se e obedeça. Em Cristo tanto há justificação, como santificação.

2 - Deus é Soberano na condenação e salvação. Deus é soberano sobre as nações, e tudo faz com justiça. Descansemos em Sua Soberania nos males. Nunca desconfiemos de sua justiça e bondade. Ela traz justas condenações e salva graciosamente também de forma justa. Em cada ocorrência podemos estar certos que o Senhor é Bom e Justo, ainda que não possamos entender tudo claramente.

3 - Que nossa religião seja a verdadeira, n
o temor e amor a Deus, em Cristo. Não confiemos no Templo, como Judá. Que nossa religião não seja meramente externa, ritualística, mas do coração, amando a Deus e ao próximo. Não desonremos o que é do Senhor como Nabucodonosor. Que tudo usemos para sua Glória, e não para os ídolos. Também não sejamos independentes de Deus como Babel - Sinar ( E Nabucodonosor), mas nos humilhemos diante dEle, reconhecendo nossa total dependência de sua Bondade e Graça, reconhecendo-o em tudo, obedecendo-o, dando glória ao Seu Santíssimo Nome, em Cristo, Seu Filho, Nosso Senhor e Salvador. Glória somente ao SENHOR. Amém!

*Esboço do sermão do Culto Público de 13 de agosto de 2023.
Venha ouvir estas exposições em nossos cultos de domingo às 19h.
IGREJA BATISTA REFORMADA DO TAPANÃ. Conjunto Tapajós, Rua Búzios, Número 35, Bairro do Tapanã em Belém do Pará. 

*Você pode distribuir este material livremente. Pedimos apenas que indique esta pagina para mais pessoas serem edificadas na Verdade em Jesus.


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