O Evangelho é a Resposta - O Homem não pode se salvar (Texto,áudio e vídeo)* - Manoel Coelho Jr.
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“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;” Ef 2: 8.
Tendo meditado brevemente na
verdade da Ira de Deus, logicamente chegamos a seguintes questões: Há alguma
esperança? Podemos de alguma forma nos reconciliar com Deus? Temos visto que a
plena Ira de Deus virá na Volta de Cristo. Há algum meio de estarmos
preparados? Podemos nos livrar da ira vindoura? Louvado seja Deus, pois a
Bíblia nos apresenta a verdadeira esperança. Mas antes de falarmos dela
precisamos nos desiludir das falsas esperanças que nos são apresentadas. Todas
essas falsas esperanças têm por base a confiança que o homem por seus próprios
recursos pode alcançar o favor de Deus. Muitos creem que por suas boas obras,
religião, ou moralidade podem agradar a Deus ao ponto de apaziguá-lo,
tornando-o seu amigo. Tudo isso é achar que o homem pode alcançar a salvação
por suas forças. É confiar no homem. Desejo demostrar brevemente que esta
confiança determina a falácia, o engano de toda esta posição, pois o ser humano
não possui tais recursos.
Na verdade a confiança das pessoas
no homem vem do próprio pecado nelas, pecado que é essencialmente orgulho. Satisfaz
as pessoas crerem que têm capacidades para agradar a Deus. Isso as enche de
orgulho. Mas o fato é que se realmente chegarmos a ser salvos teremos também que
entender que nada podemos fazer para isso. Como diz J. C Ryle ao falar do
conteúdo da pregação dos líderes evangélicos ingleses do século XVIII: “Por mais estranho e paradoxal que possa
parecer a alguns, o primeiro passo deles (Dos líderes) no propósito de tornar bom o homem, era mostrar-lhes que eles eram
completamente maus; e o seu argumento primordial, no sentido de persuadir as
pessoas a fazerem alguma coisa por suas almas, era convencê-los de que não
podiam fazer nada por elas.” (J. C. Ryle – Líderes evangélicos do Século
XVIII, página 20). Esse também é meu argumento, prezado leitor. Quero
demonstrar-lhe que você não pode se salvar. Quero levar-lhe a desistir de toda
falsa e destruidora esperança que o pecado lhe oferece. Ao longo dos anos tenho
observado que o pecado trabalha de duas formas no coração dos homens, isto é,
ou os leva a esquecer totalmente a dívida que eles têm com Deus fazendo-os
entregar-se a libertinagem, ou, se por algum motivo eles começam a considerar
tal dívida, os leva a falsa esperança da justiça e religiosidade humana.
Infelizmente há muitos religiosos perdidos, pois acreditam em si mesmos e não
em Cristo. Meu propósito neste simples estudo é pelas Escrituras demolir sem
piedade tal falsa e danosa esperança. Destruamos
então a falsa solução para só depois de forma apropriada apresentar a verdadeira.
1 – O homem não pode se salvar devido a Santidade de Deus.
“No ano da morte do rei Uzias, eu
vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes
enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com
duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam
uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda
a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que
clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim! Estou
perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de
impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!”
Is 6:1-5.
O exemplo acima é apenas um dos
tantos na Bíblia que mostram a reação dos homens diante de Deus. Quando um
homem conhece a Deus logo ele percebe a pureza e santidade absoluta do
Altíssimo. Por consequência ele também vê que não pode estar diante dEle, por
ser um miserável pecador. Vê-se como totalmente inadequado na presença de Deus.
Isso ocorre porque a luz do conhecimento de Deus também lhe concede
conhecimento de si próprio. É como uma lavadeira que pensa que não há nada mais
alvo que suas roupas, mas que percebe o engano quando as compara com a neve. Ao
conhecer a Deus um homem também conhece a si próprio. Ele vê como é diferente de Deus. Ele vê a
pureza em Deus entendendo que tal qualidade não existe em si, mas ao contrário,
o que há é uma terrível sujidade. A conclusão que chega é que não há nada em si
que possa agradar a Deus. Como o imundo pode agradar o Santíssimo? Para
entendermos melhor a natureza de nossa miséria aos olhos de Deus, vejamos os
próximos pontos.
2 – O Homem é culpado diante de Deus.
“por uma só ofensa, veio o juízo
sobre todos os homens para condenação” Rm 5:18.
Esta culpa vem de Adão. Ora, Adão
é o representante da raça humana. Ele foi provado como representante de todos
nós. Infelizmente caiu miseravelmente trazendo culpa a todos. Dessa forma cada
criança já nasce culpada aos olhos de Deus. Diz Davi: “Eu nasci na iniqüidade, e em
pecado me concebeu minha mãe.” Sl 51:5. O que um homem pode fazer para
resolver isto? Será que boas obras podem resolver o problema desta culpa? Não,
não pode, pois obediência atual não poderia retirar a culpa da desobediência
passada. A culpa permanece e tem que ser tratada. Mas o fato é que, como
veremos, não existe nem mesmo esta suposta obediência atual. Veja o próximo
ponto.
3 – O Homem é por natureza pecador.
“Porque o pendor da carne dá para
a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é
inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode
estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rm
8:6-8.
O pecado de Adão não nos trouxe
apenas a culpa. Por consequência também, nos trouxe uma natureza que odeia a
Deus e a sua Lei e ama fervorosamente ao pecado. Somos pecadores e por isso
pecamos. Por natureza somos uma árvore má que produz frutos maus. Por isso
Paulo diz que é impossível os que estão na carne agradar a Deus. Carne é nossa
natureza pecaminosa, é o que somos em Adão. Já nascemos assim, e por isso
pecamos. Você não percebe que é mais fácil mentir que dizer a verdade? Não
percebe que é mais fácil magoar-se que perdoar? Não percebe que quando fala tem
grande possibilidade de ofender? Não lhe é mais fácil gritar que ter calma?
Nunca você se assusta quando a consciência denuncia pensamentos ou desejos
condenáveis que você se envergonharia se fossem publicados? Não há em você
coisas semelhantes a essas o tornando mais susceptível ao erro que ao acerto?
Todas estas coisas são frutos de uma natureza má. O homem por natureza odeia a Deus. O homem
por natureza odeia a Lei de Deus. O homem por natureza odeia os Dez
Mandamentos. Assim toda a suposta obediência na verdade não é obediência, pois
quando alguém aparentemente obedece sempre há no mais íntimo alguma rebelião
contra Deus. Assim é que “o pendor da carne dá para a morte, mas o do
Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra
Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os
que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rm 8:6-8.
4 – A justiça do homem aos olhos de Deus é injustiça.
“Mas todos nós somos como o
imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós
murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam.”
Is 64:6.
A consequência dos pontos anteriores
é que qualquer obra de justiça humana aos olhos de Deus é injustiça. Como diz
Isaías, é um trapo da imundícia. É assim por quatro motivos:
A – Deus é Santo. Deus não pode aceitar o pecado em nenhum grau. Pelo o
que já vimos, as justiças do homem já vem com muito pecado devido ao que o
homem é. Assim esta justiça na verdade é injustiça, pois é justiça misturada
com pecado. Como pode isso ser aceitável ao Santíssimo que exige pureza
absoluta?
B – O Homem é culpado. Vimos que todos já trazem a culpa de Adão.
Nossas justiças não podem desfazer aquela culpa. Assim continuamos culpados e
só por isso nossas justiças são aos olhos de Deus consideradas injustiças. Mas
também já nos fazemos culpados por nossos pecados atuais. Tal culpa também não é
desfeita por nossas obras de justiça. Assim, nossas justiças diante do Santo
Deus são injustiça, devido a toda esta carga de culpa.
C – Temos uma natureza pecaminosa. Essa natureza odeia a Deus e sua
Lei. Assim qualquer suposto ato de Justiça de nossa parte vem de um ser
rebelado. Tal fato por si só já anula a nossa “justiça” tornando-a injustiça.
D – Nossas justiças são injustiças em essência. Na verdade quando por
nossos recursos pensamos que estamos fazendo uma “boa obra” na verdade não
estamos. Todas nossas obras vêm de um coração mau. Isso produz motivações
erradas, pecaminosas. Uma pessoa pode aparentemente fazer o que é certo, mas sempre
seu coração mau gera motivações pecaminosas. É o caso de alguém que dá comida a
um pobre só para ser elogiado ou para se orgulhar consigo mesmo. Percebe? Isso
já é pecado. Assim nossas melhores justiças e boas obras já são pecado
tornando-se aos olhos de Deus injustiça.
Gostaria de encerrar colocando
diante de você os Dez Mandamentos. Creio que se Deus lhe der graça você
perceberá que não têm cumprido nenhum deles com exatidão. Os mandamentos exigem
um coração e desejos perfeitos que gerem práticas perfeitas. Assim Jesus
ensinou (Mateus 5 e 6). Pelo o que já vimos ninguém tem tal coração, desejos ou
práticas. Dessa forma todos somos pecadores. Deixo-lhes abaixo uma análise e
aplicação dos Dez Mandamentos de quando fiz um estudo no Salmo 2. Leia e
medite...
Os reis e os povos se revoltam contra Deus e seu Cristo. A revolta é
contra o reinado de Deus e de Cristo. Eles consideram o Reinado Divino uma
escravidão e desejam romper os laços e sacudir as algemas. Eles querem
liberdade. Querem ser livres de Deus. Não aceitam seu reinado sobre eles por
considerarem muito limitador de suas vontades. Querem liberdade, querem que
suas vontades possam ser expressas com toda a potência. Acham os caminhos de
Deus muito estreitos e desejam o caminho largo (Mt 7:13,14). A grande ênfase
deles é: Liberdade.
Esta é a essência do caminho dos
homens não convertidos, dos homens ímpios. Eles odeiam, a Deus e a Cristo.
Odeiam o Reinado de Deus, odeiam sua Lei. Ao examinarmos os Dez Mandamentos em
Êxodo 20, que são a Expressão da Vontade de Deus para os homens, percebemos a
forma em que esta busca de romper os laços se manifesta.
1 - Deus diz que é o Único Deus
e que deve ser o Único dos homens. Mas estes adoram a muitos ídolos e desprezam
a Deus. Querem a liberdade para ser idólatras.
2 - Deus diz que não admite
imagens de escultura no culto, mas os homens criam todo o tipo de cultos abomináveis
cheios de imagens, idolatrias, e aberrações. Querem cultos agradáveis a si
mesmos e não cultuar realmente a Deus. Desejam a liberdade de cultuar segundo
suas aspirações rebeldes. Querem liberdade!
3 - Deus diz que não devem usar
seu Santo Nome em vão. Mas eles desprezam o Nome de Deus, usando-o em piadas,
jurando sem nenhuma verdade, e dizendo-se fieis a Deus quando o desobedecem em
suas obras. Querem a liberdade para desonrar o Santo Nome de Deus.
4 - Deus diz que devem guardar
para Ele um dia dentre sete, o domingo segundo o Novo Testamento, o Dia do
Senhor. Mas eles acham que isso é muito radical, que é perda de tempo, que
precisam usar este dia para seus negócios e diversões. Querem liberdade para
profanar o Dia do Senhor.
5 - Deus diz que devem honrar
seus pais e as demais autoridades, mas eles querem liberdade para desrespeitar
os superiores.
6 - Deus diz que eles não devem
matar, mas eles querem ter liberdade para destruir a vida de seus próximos
mesmo que sem uso de armas, visto que até com palavras se quebra este
mandamento (Mt 5:21-26). Querem liberdade para fazer mal ao próximo.
7 - Deus diz que não devem
adulterar, mas possuir pureza sexual, mas eles acham isso absurdo e restritivo,
desejando a liberdade de praticar todo o tipo de aberrações sexuais.
8 - Deus diz que não devem
furtar, mas eles desejam liberdade para tomar o que é do outro.
9 - Deus diz que eles não devem
dar falso testemunho, mas eles querem ter liberdade para difamar seus próximos.
10 - Deus diz que não devem
cobiçar o que é do próximo, mas eles querem ser livres para cobiçar, invejar e
possuir o que é do outro.
Liberdade, liberdade, liberdade,
liberdade é o que os ímpios querem. Eles acham os mandamentos de Deus muito
opressores, escravizadores, restritivos. São algemas, são laços que devem ser
quebrados, segundo eles. Querem afinal, liberdade para pecar. Você é este tipo
de gente meu leitor? Se sim, então você está contra Deus. (Do livro “O
Juízo Final está vindo. Você está preparado”, páginas 5 a 7)...
A conclusão é que qualquer ato de
justiça dos homens ímpios, e todos fora de Cristo são ímpios, é pecado e nada
merece de Deus. O homem sem a graça de Deus não pode se salvar! Desista deste
caminho de ilusão. No próximo estudo veremos a verdadeira solução. É a solução
que vem de Deus em Cristo.
Pode ser copiado, distribuído, e traduzido livremente para outro idioma, desde que indicada a fonte, a autoria, e o conteúdo não seja modificado.
*Estudo da noite de quarta-feira, dia 05 de Março de 2015, na Congregação Batista Reformada em Belém.
Acesse estes estudos em forma de livro virtual clicando aqui.
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Caros amigos, como o propósito do blog é mostrar o que a Bíblia ensina para a nossa edificação espiritual, e não fomentar polêmicas, que tendem a ofensas e discussões infrutíferas, não publicarei comentários deste teor, tão pouco comentários com linguagem desrespeitosa. Grato pela compreensão.