Somos como Maria ou como Judas?* – João 12:1-11 - Texto áudio e vídeo - Manoel Coelho Jr. .
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I – INTRODUÇÃO:
O Senhor chega a Betânia após um período de isolamento. Isso
causa alegria entre as pessoas, que o recebem e lhe oferecem uma ceia na casa
de Simão, o leproso (Mc 14:3-9). Lázaro é um dos que estão à mesa com Cristo e
Marta os serve. Mas é o que Maria faz que resplandece como o evento mais
importante do episódio, pois mostra sua atitude em relação a Cristo como também
atitude oposta por parte de Judas. Acrescente-se o fato da nova determinação
dos inimigos de Cristo de também matarem a Lázaro por ser este uma prova viva
de um grande milagre por parte de Nosso Senhor. Tudo isso nos mostra
essencialmente uma verdade: As reações diante de Cristo são basicamente duas,
isto é, ou o amamos ou o odiamos amando as coisas desta vida. Cada um de meus
leitores está em uma destas posições. Não há neutralidade. Olhemos agora para o
texto com mais cuidado aplicando a nossas vidas esta verdade básica.
II – A GRATIDÃO AMOROSA DE MARIA (Jo 12:1-3; Mt26: 6-13, Mc
14:3-9).
Maria traz um vaso, o quebra, e despeja seu conteúdo, um
bálsamo preciosíssimo, sobre a cabeça e os pés de Cristo, enxugando-os com seus
cabelos. Maria faz isso movida por profunda gratidão por seu Senhor que para
ela era a Ressurreição e a Vida, aquele que tirara da morte a seu irmão Lázaro.
Judas avaliou o valor do bálsamo em trezentos denários. Lembrando que cada
denário equivalia ao pagamento de um dia de trabalho (Mt 19:2), podemos dizer
que ali foram gastos praticamente o salário de um ano inteiro, visto que não se
trabalhava nos sábados e em outra ocasiões. Isso expressava que Maria
considerava o Senhor mais importante que toda e qualquer coisa desta vida, e
que para ela o mais importante era manifestar este amor custasse isso o quanto
custasse. Ela podia dizer com Paulo: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o
morrer é lucro.” Fp 1:21.
Maria chegara a esta situação devido ao seu conhecimento a
respeito da pessoa bendita de Cristo. Ela já compreendia muito sobre quem era
Jesus. Ela o via como a Ressurreição e a Vida e como extremamente amoroso. Esse
era seu conhecimento repleto de fé. Isso causava nela um amor cheio de gratidão
que se expressava em atos concretos como neste do episódio que estamos
estudando. Não pode existir verdadeiro amor a Cristo sem conhecimento de quem
Ele é. E não há de fato amor sem atos concretos de gratidão a Ele. Se o amamos é
porque o temos conhecido por sua revelação nas Sagradas Escrituras. É porque
temos compreendido sua pessoa por meio de seus sinais narrados nos evangelhos
(Jo 20:30,31). Temos descoberto que Ele nos deu a Vida Eterna morrendo por nós
na Cruz. Temos visto sua Pessoa como repleta de amor por nós ao ponto de se dispor
a morrer para nos salvar. Esse conhecimento quando acompanhado de fé há de
gerar amor profundo inundado de gratidão que se manifesta em atos concretos. Neste
caso nada para nós é mais importante que Cristo, nem mesmo o salário de um ano
inteiro de trabalho. Nada nos será por demais custoso, se for feito para sua
Glória e Honra. Estaremos até mesmo dispostos a dar a nossa própria vida por
Ele. Eis que precisamos avaliar se amamos assim o Nosso Senhor, pois este é o
Cristianismo verdadeiro.
II – A AVALIAÇÃO EGOÍSTA DE JUDAS (Jo 12:4-6).
Este trecho apresenta-nos um contraste tão grande entre
Maria e Judas que devemos nos perguntar se concordamos com um ou com outro.
Judas vê aquele ato de Maria como um completo desperdício, e dá uma razão
aparentemente muito lógica para isso. Ora, derramar aquele bálsamo tão precioso
em Cristo de uma vez só era estragá-lo. Poderia ter-se dado a ele um destino
mais “útil”. Por exemplo, poderia ter-se vendido para distribuir o valor ao
pobres. Não teria sido este um ato mais amoroso e santo? Há algo melhor que
demostre nosso coração amoroso do que ajudar o próximo necessitado? Parecem tão
convincentes os argumentos de Judas...Não é verdade? No entanto o Evangelista
João denuncia que no coração de Judas não havia assim tão boas intenções. Na
verdade ele queria roubar aquele dinheiro, pois era ladrão e sempre retirava
valores da bolsa. Para Judas ver o derramamento daquele bálsamo foi
extremamente doloroso... Oh, pelo menos
parte desse dinheiro poderia ser meu...Dizia ele consigo mesmo. Judas amava
o dinheiro ganho desonestamente mais que a Cristo. Na verdade ele não amava a
Cristo, mas aos bens desta vida. Por isso em breve ele diria aos inimigos de
Cristo: “Quanto vocês me pagam para eu lhes entregar Jesus? E eles lhe pagaram
trinta moedas de prata.” Mt 26:15.
Que terrível é pensarmos que Judas estava nesta situação
depois de ter as mesmas oportunidades que teve Maria de conhecer a Cristo.
Aliás, teve mais oportunidades que ela, pois conviveu mais com Cristo, visto
ser um dos doze. Ele estava sempre com Cristo. Ele também viu a Ressurreição de
Lázaro. Judas não teve um conhecimento salvífico de Cristo apesar de toda a
revelação diante de si. Faltou-lhe graça que produziria a fé. Judas não creu.
Por isso para ele Cristo era menos que os trezentos denários. Oh pobre Judas, e
pobre daqueles que pensam como ele. Será que estou sendo exagerado ao dizer que
há muito deste “evangelho de Judas” em nosso meio? Não é este o tal “evangelho
da prosperidade” que impera no meio dito evangélico? O que muitos cristãos professos seguem é a um
“cristo” que de fato só lhes tem valor se lhes concede os trezentos denários,
se lhes dá a cura de doenças, se lhes abençoa a família. Mas nunca, nunca,
nunca, estão dispostos a perder tudo isso pelo Cristo Verdadeiro da Bíblia.
Isso não. Oh maldita religião de Judas. E mais, esta religião parece-lhes muito
verdadeira e razoável como era o argumento de Judas a respeito dos pobres. Mas
tudo não passa de terrível falácia facilmente destruída pela Palavra de Cristo,
como o veremos mais adiante. Assim lhe digo: Cuidado meu leitor com o
“evangelho de Judas”.
III - A REVELADORA PALAVRA DE CRISTO (Jo 12:7,8; Mt26: 6-13;
Mc 14:3-9 ).
Cristo mostra a falácia do argumento de Judas e aprova o ato
de Maria com as seguintes proposições:
1 – Maria antecipadamente o preparou para o sepultamento.
Maria cheia de amor,
como que antecipadamente, preparou o corpo de Cristo para o sepultamento. Ela
percebia a eminente morte de seu Senhor, devido as investidas crescentes de
seus inimigos. Então cheia de amoroso cuidado resolveu assim preparar o seu
Senhor. Por isso disse Cristo: “Ela
praticou boa ação para comigo... pois, derramando este perfume sobre o meu
corpo, ela o fez para o meu sepultamento.” Mt 26: 11,13.
2 – Sempre haverá pobres, mas o caso de Cristo era urgente.
Sim, devemos ajudar os
pobres. Mas estes sempre estariam próximos aos discípulos. No entanto Cristo já
estava para partir. Chegaria o tempo em que não mais se poderia fazer o que
Maria fez, mas ainda haveria pobres para ajudar. Dessa forma era mais urgente
ungir a Cristo. E finalmente podemos dizer: Cristo é mais importante que tudo e
todos, até mais que os pobres.
Assim podemos perceber que Cristo estava colocando as coisas
na perspectiva correta, olhando o todo da situação, mostrando assim a falha do
argumento de Judas que não via a o caso de forma ampla e justa. A conclusão é
que Judas não via as coisas de forma correta porque não amava a Jesus. Já Maria
via a realidade porque o amava. Movida por seu amor ela percebia que precisava
fazer aquilo por Cristo imediatamente, mesmo ao preço de trezentos denários. Já
Judas não se apercebia de nada com respeito a Cristo, pois para ele o mais
importante eram os trezentos denários. Assim é que se não amamos a Cristo nossa
razões são falaciosas, pois carecem do elemento mais importante de todos para
gerar uma avaliação correta, isto é, o amor por nosso Senhor. Dessa forma tudo
fica como mais importante que Cristo. Mas se o amamos vemos tudo na ordem
correta, ou seja, Cristo o Primeiro e as demais pessoas e coisas depois. Qual
nosso caso? Vemos a vida como Maria ou como Judas?
IV – A CEGA AVALIAÇÃO DOS INIMIGOS DE CRISTO (Jo 12: 10,11).
Quando olhamos para a avaliação que os inimigos de Cristo
fazem da situação, e comparamos com as palavras do Senhor, vemos o absurdo das
conclusões as quais chegam. Cristo
mostra que Maria agiu corretamente, pois colocou o seu amado Senhor acima dos
pobres e dos trezentos denários. Maria
agiu assim devido a revelação de Cristo em suas palavras e sinais, em especial
no sinal realizado na ressurreição de seu irmão Lázaro. Mas os principais
sacerdotes, e entre eles o já nosso conhecido Caifás, decidiram matar a Lázaro.
E isso porque Lázaro, como prova viva do milagre de Cristo, levava muitos a
crerem em Jesus.
Então comparemos:
1 – Maria vê na ressurreição
de seu irmão a revelação de que Cristo é a Ressurreição e a Vida. Assim ela crê
e ama ao Senhor.
2 – Os principais
sacerdotes odeiam e invejam a Cristo, e vendo-o como uma ameaça, desejam
matá-lo. Ora, sendo que Lázaro desperta a fé de muitos em Cristo eles decidem
matar também a Lázaro.
Olhe para as duas posições e responda: Qual das duas é a
logicamente correta? Imaginem que Cristo ressuscitou um morto e que isto é uma
evidência inquestionável de ser Ele quem diz ser, isto é, o enviado de Deus, o
Cristo. Os seus inimigos já o haviam questionado assim: “Até quando nos deixarás a mente
em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o francamente.” Jo 10:24. E ele já
lhes havia respondido: “Já vo-lo disse, e não credes. As obras que
eu faço em nome de meu Pai testificam a meu respeito.” Jo 10:25. Isto
é, o problema não era a falta de evidência de ser Ele o Cristo, mas era a incredulidade
daqueles homens. Eles não queriam se dobrar diante das obras que fazia em nome
do Pai, obras estas que provavam cabalmente ser Ele o Cristo. Mas eles não
queriam crer e pronto. Assim fecharam os olhos para a Palavra de Deus, e o que
ficou para eles foi apenas a absoluta cegueira espiritual que os levou e querer
apagar todas as evidências de Cristo ser quem dizia ser. Dessa forma decidiram
matar a Lázaro. Estes homens não queriam crer em Cristo. Eles preferiram
desprezá-lo por causa de seus privilégios desta vida e por isso estavam
determinados a matarem toda testemunha a seu favor. É como se um Juiz em vez de
ouvir a testemunha que pode esclarecê-lo sobre a realidade dos fatos decidisse
em vez disso matá-la. Estes homens também decidem negar a realidade e abraçar a
mentira, e para que a realidade não apareça eles farão qualquer coisa. Que
terrível é isso! Eis aí a loucura do pecado. Que diferença da atitude de Maria.
Amigos leitores pensem: Quão maravilhoso é crer em Cristo,
pois quem assim faz aceita a Verdade. E quão terrível e não crer Nele, pois que
assim faz está a fechar os olhos para a realidade evidente, entregando-se a
fantasia que logo, logo lhe decepcionará. O que você está fazendo em relação a
isso. Você é um crente ou um incrédulo?
Você está seguindo a Verdade ou a fantasia? Pense nisso!
V- CONCLUSÃO:
Marta, Lázaro, e neste texto especialmente Maria, são
exemplos de fé e amor a Cristo. Para eles Cristo é o mais importante. Mais
importante que os trezentos denários. Agem assim porque se dobraram a verdade evidente
a respeito da Pessoa Bendita do Salvador. Já Judas e os principais sacerdotes
são exemplos de louca incredulidade que não se dobra as evidências por amarem o
pecado e odiarem a Cristo. Qual o nosso caso?
Somos como Maria ou como Judas?
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*Pregação da noite de domingo, 27 de julho de 2014, na Congregação Batista Reformada em Belém.
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