Para a glória do Pai e por amor aos seus* (Texto, áudio e vídeo) - Jo 11:1-16 - Manoel Coelho Jr.
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“Estava enfermo Lázaro, de Betânia, da aldeia de Maria e de sua irmã Marta. Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era a mesma que ungiu com bálsamo o Senhor e lhe enxugou os pés com os seus cabelos. Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor, está enfermo aquele a quem amas. Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado. Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava. Depois, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia. Disseram-lhe os discípulos: Mestre, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e voltas para lá? Respondeu Jesus: Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz. Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu; e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse, para que possais crer; mas vamos ter com ele. Então, Tomé, chamado Dídimo, disse aos condiscípulos: Vamos também nós para morrermos com ele.” Jo 11:1-16.
I – INTRODUÇÃO:
Este é o mais estupendo milagre de Cristo narrado por João. E
como os demais não tem um fim em si mesmo, mas pretende mostrar quem é Jesus
Cristo para que os homens creiam Nele e tenha a Vida Eterna (Jo 20: 30,31). Esta
Revelação de Cristo traria a glorificação ao Pai e seria para o benefício dos
eleitos de Deus. Consequentemente devemos notar que há na narrativa do milagre
uma demonstração clara da Sábia Soberania Divina que conduz tudo, até mesmo o
mais terrível sofrimento na vida, para a glória de Deus e o bem dos discípulos
de Cristo, aqueles que ele ama e que também o amam. Assim temos aqui uma
revelação de Cristo que devemos conhecer e nos apropriar pela fé, e, ao mesmo
tempo, um exemplo muito consolador sobre a necessidade de confiarmos em Deus
mesmo nos momentos mais difíceis de nossas vidas neste mundo mal. Tudo isso
devemos meditar para a gloria de Deus e nosso grande benefício. É com esta
atitude que pretendo estudar com você este texto.
II – OS AMADOS DE CRISTO (Jo 11: 1-5).
A reciprocidade do amor entre Cristo e esta família é
impressionante. Podemos dizer que é uma família de fato abençoada. Tomara que
nossas famílias sejam assim. A grande questão é: Cristo nos ama? Sei que a
resposta popular seria dizer imediatamente que sim, pois em geral se crê que
Cristo ama a todos da mesma forma. Mas temos crido assim porque perdemos a
perspectiva bíblica do amor especial de Deus por seu povo eleito. Apesar de que
em certo sentido Deus ama a todos os homens, há o amor de Deus por seu povo
eleito, por que quem Ele deu o seu amado Filho Jesus Cristo. Este povo ele
cuida de forma especial, tudo concorre para o seu bem, e nele, no povo eleito,
Deus é glorificado em Cristo. Este era o caso de Lázaro, Maria e Marta. Que
família bendita do Senhor! Cristo os amava e eles amavam a Cristo. Ora, a
evidência de que Ele nos amou é que também nós o amamos. Assim temos que Maria
o amava e por isso o ungiu, e este era o caso de seus irmãos. Portanto, que
fique bem claro que há o amor de Cristo por estas pessoas, o que nos ajudará a
entender as ações de Cristo a seguir.
III – PARA A GLÓRIA DO PAI NO FILHO (Jo 11:4).
Cristo em tudo glorificava ao Pai e era em revelar-se que
isso acontecia, pois Cristo é o Verbo de Deus. Quem o vê, vê o Pai (Jo 14: 9).
Temos assim que a doença mortal de Lázaro, e a consequente ressurreição, era
para que Cristo fosse revelado, e consequentemente Deus o pai fosse glorificado,
e não a cura de Lázaro, como provavelmente entenderam os discípulos, e nós
poderíamos entender por uma primeira leitura. O que Cristo queria dizer é que o
objetivo Deus em tudo aquilo não era a morte, mas a vitória sobre esta na
ressurreição de Lázaro, o que naturalmente mostraria que Cristo é a Vida Eterna
que Revela o Pai. Neste ponto é muito útil destacarmos que o milagre é
importante no sentido desta revelação, e não um fim em si mesmo. Dessa forma no
próximo estudo, quando olharemos o trecho seguinte, trataremos do conteúdo
desta revelação com mais cuidado.
IV – A REAÇÃO DE CRISTO (Jo 11: 5-15).
Era de se esperar que Cristo partisse para ajudar seu amigo
tão amado. Era de se esperar até mesmo que Ele o curasse a distância como já
fizera em outra oportunidade. Mas Cristo não faz nada disso, Ele permanece
naquele lugar ainda mais dois dias. Por quê? Ora o texto diz que Ele amava a
Lázaro. A impressão que nos fica é que exatamente porque Ele o amava que se
demorou ainda mais dois dias. Mas como isso é possível? Como é possível demorar
mais dois dias quando então Lázaro já estaria morto? É que Cristo não pensa como nós. Nós
enxergamos uma fração e Cristo enxerga a Totalidade do Decreto de Deus. Era em
cumprir tal decreto que Ele se Revelaria, Glorificaria o Pai e faria bem aos
seus discípulos. Note que após dois dias ele resolve voltar a Judéia o que
causa espanto nos discípulos devido ao perigo de morte causada pelos inimigos
de Cristo naquela região. Mas o Senhor fala de seu Dia e de sua Noite.
Evidentemente que Dia refere-se a sua vida e noite a sua morte. Ele tinha que
cumprir o Decreto do Pai para a sua Vida neste mundo, e Ele o cumpriu
cabalmente. Neste Dia estava incluída a ressurreição de Lázaro, portanto, a sua
doença e morte. Estas coisas tinham que ser assim, tinha que acontecer daquela
forma. Estavam no Decreto do Pai para a sua glória na revelação do Filho como a
Ressurreição e a Vida, o que traria grande benefício para os o seu povo amado,
o que incluía os discípulos, Maria, Marta e o próprio Lázaro. Por isso Ele diz:
“Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas
vou para despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme,
estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles
supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse
claramente: Lázaro morreu; e por vossa causa me alegro de que lá não
estivesse, para que possais crer; mas vamos ter com ele.” Jo 11:
11-15.
Os discípulos pensavam em sono, mas Cristo falava de morte, e
agora explica que esta morte era necessária para o benefício dos discípulos
através do milagre da ressurreição de Lázaro. Por isso que era melhor que não
estivesse lá, o que provavelmente o levaria a curar Lázaro. Mas a ressurreição era um milagre maior que a
cura. Por isso era melhor não estar lá. Por isso se demorou ainda dois dias. Percebe?
Por isso, isto é, para que Lázaro fosse ressuscitado, Cristo se revelasse, o
Pai fosse glorificado, e a fé dos discípulos fosse fortalecida. De fato Cristo
vê o tudo, enquanto vemos apenas uma fração.
V – SEGUINDO A CRISTO (Jo 11:16).
Tomé seguiu o Senhor para a morte. Isto é uma atitude de amor
e fé, ainda que posteriormente os discípulos tenham falhado no momento mais
terrível de Cristo. Mas o ensino é que ao entendermos melhor o Decreto de Deus,
compreendemos que não podemos evitar as dificuldades e até mesmo a morte.
Compreendemos que se sofremos não é porque Deus não nos ama, mas exatamente o
contrário, que Ele nos ama e neste amor executa seu Decreto, que inclui doenças
e morte, para o nosso próprio bem. Mas lembremos de que o propósito maior de
Deus é a sua Glória em Cristo seu Amado Filho.
VI – CONCLUSÃO:
Na morte e ressurreição de Lázaro Cristo se revelaria como a
Ressurreição e a Vida. Isto glorificaria ao Pai e traria grade benefício ais
discípulos. Que possamos apreender esta revelação de Cristo, e que confiemos
Nele que tudo conduz para o nosso benefício e a glória de Deus.
*Estudo da noite de domingo, dia 6 de julho de 2014, na Congregação Batista Reformada em Belém.
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Leitura recomendada:
O Evangelho Segundo os Apóstolos - John MacArthur.
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