A Ressurreição e a Vida* – João 11: 17- 46 - Manoel Coelho Jr.
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I – INTRODUÇÃO:
O salário do pecado é a morte, mas Cristo é a Ressurreição e
a Vida. Não há Verdade mais fundamental que esta. Dela depende nossa salvação
ou perdição eterna. Não saber disso é completa desesperança, é viver iludido.
Saber e não crer é perfeita loucura. Desde que Adão pecou imediatamente morreu
espiritualmente, pois o pecado o tornou inimigo separado de Deus atraindo a ira
Justa do Santo. No homem isso não pode ser mudado, mas Deus Soberanamente salva
em Cristo, que veio morrer por seu Povo, tornando-se assim a Vida dele, o que
não lhe será tirado. Fora de Cristo só há morte, mas em Cristo há Ressurreição
e a Vida. A mensagem central deste texto e do anterior é esta, e nisto Deus em
Cristo seria glorificado e os seus seriam abençoados. Mas a questão primordial
que o texto nos apresenta é se de fato cremos nesta Verdade ou não. Você crê?
II – CRISTO E MARTA – A VERDADE E O CRER (Jo 11:17-28).
Finalmente o Senhor chega a Betânia e já encontra Lázaro
morto. Mas tudo isso estava no Decreto do Deus Soberano. A outra prova que
temos deste fato é até mesmo a distância entre Betânia e Jerusalém que era por
volta de três quilômetros. Isso proporcionou a ida de judeus para consolar as
irmãs enlutadas. Tais pessoas seriam testemunhas do mais extraordinário milagre
narrado por João.
Dito isto, olhemos com mais cuidado para o encontro entre
Cristo e Marta. Para nosso melhor entendimento dividamos a ocasião e o diálogo
nos seguintes pontos:
A – É provável que Cristo tenha chamado primeiro a Marta
para que pudesse reservadamente conversar com ela com o intuito de revelar o
que iria fazer e reforçar sua fé. Também é provável que assim tenha agido
devido a personalidade de Marta, mulher mais ativa, enquanto que Maria era mais
contemplativa (Lc 10: 39, 40). Há na providência divina a mais excelente
sabedoria. E é nesta providência que se manifesta o cuidado com seus amados, na
forma e ocasião em que Ele lhes revela sua Verdade e lhes fortalece a fé.
Lembre-se disso, meu irmão, e espere em Deus quando estiver em angústias.
B – Marta manifesta sua fé ao falar que se ali Cristo
estivesse Lázaro não teria morrido. Também a manifesta, ao insinuar, pelo que
parece, a possibilidade da ressurreição de Lázaro. Se assim não fosse porque
diria “mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá”? É
possível que a palavra de Cristo ao mensageiro (Jo 11: 4), apesar de não ter
sido entendida plenamente, acabou por fazer Marta pensar na possibilidade a
medita que refletia. Cristo não deixou as irmãs sem nenhum consolo e também não
deixa assim a nenhum de seu povo. Mas é em meditar em sua Palavra que este
consolo se torna mais firme pelo gradual entendimento da mesma.
C – Cristo declara claramente o que iria acontecer: “Teu
irmão há de ressurgir” (11:23). Ora o Senhor a chamara para revelar-lhe
sua Verdade. Deus nos concede sua Palavra gradualmente.
D – Marta oscila entre a esperança da fé e o desespero da
situação de morte. Ela fala da esperança futura de ressurreição, mas Cristo
havia falado do que iria fazer já. Essa oscilação é normal em nós, pois nos
vemos entre a Palavra de Deus e o que enxergamos. No entanto devemos nos
fortalecer na Palavra.
E – Cristo se revela aqui como a Ressurreição e a Vida. Se é
assim, então ainda que o crente morra a morte não destruirá sua vida... Quem
crê em mim, ainda que morra, viverá..., e na verdade nunca o crente
morrerá, no sentido de que a Vida que tem é a Vida Eterna... todo
o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente...Este é o ensino
supremo de todo o trecho: Cristo é a Ressurreição e a Vida. Ora, a morte de Lázaro representa o que o pecado
traz, isto é, a morte. Mas Cristo morrendo por seu Povo lhes traz a Ressurreição
Espiritual e a Vida Eterna. Assim, Cristo é a Ressurreição e a Vida.
F – Diante do que disse é preciso perguntar: Crês isto? Oh
amigo, Cristo perguntou a Marta e o texto nos traz a mesma pergunta, sim, o
texto pergunta a você: Crês isto? Cristo
é a Ressurreição e a Vida, mas você tem crido Nele? Marta disse: “Sim,
Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que
devia vir ao mundo.”. Você pode dizer o mesmo? Esta é a grande questão.
O pecado já te matou, mas Cristo já te deu Vida Eterna? Você é um crente? Creu em
Cristo como Filho de Deus, o Messias, o que morreu na Cruz para salvar?
G – Em tudo isso Cristo estava fortalecendo a fé de Marta.
Que assim seja conosco.
III – CRISTO, MARIA, E OS JUDEUS – INDIGNAÇÃO E SIMPATIA (Jo
11: 29- 37).
Sigamos dividindo em pontos:
A – Cristo chama a Maria que depressa sai a seu encontro.
Isso faz com que os Judeus a sigam. Tudo esta no controle de Deus que quer
todas aquelas testemunhas e, além disso, cuida especificamente de Maria
dando-lhe mais tempo que a Marta, o que provavelmente lhe era necessário por
ser mais contemplativa. Nunca esqueçamos que Deus em seu Decreto controla cada
fato para sua glória e o bem dos seus.
B – Maria também expressa fé como Marta usando até as mesmas
palavras... Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido...Mas
acrescentemos que como em Marta também havia possivelmente uma oscilação em
Maria entre a esperança e o desespero. Mas Cristo dela se compadece, como fica
claro no ponto a seguir. Temos um Redentor que se compadece de nós (Hb 4:15).
C – Cristo chora diante do lamento de Maria e dos judeus.
Duas coisas vemos aqui:
1 – A indignação de
Cristo diante do pecado que causa a morte.
2 – A simpatia de
Cristo pelos humanos sofredores, em especial diante dos sofrimentos de seus
amados. Lembremo-nos disso o que muito nos pode consolar. Mas também
perguntemos que se Cristo se indignou contra o pecado será certo nos o
tratarmos com indiferença? Será certo ver o pecado como algo normal levando-se
em conta a reação de Cristo? Que meditemos nestes fatos.
D – Os judeus percebem algo do amor de Cristo por Lázaro,
mas há os que questionam. O amor de Deus não se pode esconder, mas nossa
limitação não consegue compreende-lo de forma satisfatória. É somente pela
revelação proposicional que podemos entender o amor de Cristo.
IV – CRISTO E LÁZARO – A RESSURREIÇÃO E A VIDA (Jo 11:
38-44).
A – Cristo ainda em indignação se dirige ao sepulcro. O
libertador de pecadores se indigna contra o pecado, e nesta mesma indignação se
volta contra a morte, sua consequência. Que consolador!
B – Cristo ordena a retirada da pedra. Será que aquele que
ressuscitaria um morto de quatro dias não poderia fazer a pedra ser retirada
sem a ajuda humana? É evidente que sim.
Mas lembremos que um milagre de Cristo não era um espetáculo, mas tinha um
propósito maior que ele próprio. Nunca devemos olhar para os milagres de Nosso
Senhor como um fim em si mesmo, pois em cada ato Cristo estava se revelando e
glorificando o Pai.
C – Marta objeta cedendo a desesperança, mas Cristo
fortalece sua fé. Sempre o Senhor anima os seus eleitos quando se encontram em
desespero. Todos os eleitos verão a glória de Deus em Cristo, sem dúvida. Creia
nisso!
D – A oração de Cristo mostra a sua relação com o Pai. O Pai
sempre o ouve, pois é seu Filho, o enviado Dele para salvar seu povo. Quem o
recebe, recebe o Pai. Quem o despreza, despreza o Pai. Qual o nosso caso?
E – Cristo ressuscita Lázaro com uma ordem: “Lázaro,
vem para fora!”. E Lázaro obedece. Somente Ele pode vencer a morte.
Somente ele vence o pecado. Somente Ele é a Ressurreição e a Vida, pois morreu
por seu povo podendo agora ressuscitar-lhe dando-lhe a Vida Eterna. Você crê
nisso?
F – Cristo ordena que Lázaro seja desatado. Não há
oportunidade para perguntas curiosas... deixai-o ir. Nunca Cristo operou um
milagre para satisfazer curiosidade de ninguém, o que seria muito mesquinho. O
propósito de cada milagre é revelar a glória do Pai em Cristo, o que é
supremamente exaltado. Você já viu a glória de Deus em Cristo neste milagre?
V – CRENTES E INCRÉDULOS (Jo 11:45, 46).
Entre as testemunhas houve duas reações:
A – Muitos creram. Apesar de que não seja possível afirmar
que todos tenham tido uma fé salvífica, mas com certeza alguns destes a
tiveram. Tais pessoas viram Cristo como a Ressurreição e a Vida que os
libertava de seus pecados mortais. Louvado seja Deus!
B – Outros se rebelaram contra Cristo indo até os fariseus
para denunciá-lo e reclamar providências. A incredulidade é a mãe da cegueira
espiritual. No entanto esta cegueira é voluntária, pois se trata da recusa
deliberada em crer-se na revelação inquestionável que o Pai dá a respeito de
seu Filho.
E quanto a você? Em que grupo está? Você é um crente
iluminado pela Palavra ou um incrédulo rebelado e cego? Qual o seu caso?
VI – CONCLUSÃO:
Na ressurreição de Lázaro Cristo se revelou a todos nós como
aquele que vence o pecado e a morte. De fato Cristo é a Ressurreição e a Vida.
A pergunta que Ele fez a Marta Ele também nos faz: Crês isto?
*Estudo da noite de domingo, dia 13 de julho de 2014, na Congregação Batista Reformada em Belém.
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Leitura recomendada:
O Evangelho Segundo os Apóstolos - John MacArthur.
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