O que acontece quando a Tradição Religiosa é posta acima da Bíblia?* – Mateus 15: 1-20 - Manoel Coelho Jr.
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Ser um cristão protestante não é
negar todos os antigos ensinos como se fossemos uma isolada ilha ou os “inventores da
roda”, mas é testar tudo pela Bíblia, inclusive antiguíssimas ou mais recentes
tradições. Nestes dias em que lembramos da Reforma Protestante gostaria de
olhar este trecho do Evangelho de Mateus extraindo dele algumas lições sobre a
relação entre as Escrituras e a Tradição Religiosa. Neste primeiro texto
falarei sobre o que ocorre quando a tradição é colocada acima da Bíblia. Isso é
o que podemos chamar de tradicionalismo. Tal erro era encontrado entre os
fariseus, mas também está presente na Igreja Romana em muito do “evangelicalismo
moderno”. Num segundo texto tratarei do que ocorre quando a Bíblia é posta verdadeiramente
como autoridade que determina a fé e prática cristã, julgando assim toda a
Tradição. Veremos que deixar a Bíblia pela Tradição é desastroso. Meu desejo é
chamar a todos para uma Reforma Hoje. Eu lhe pergunto: Você tem coragem de
testar o que tem crido pelas Escrituras Sagradas ou não consegue abandonar
antigas tradições religiosas? Esta é a grande questão, que pela resposta que
lhe dermos, determinará se estamos ou não dispostos a Reforma, e se realmente
somos herdeiros dos antigos reformadores como Lutero, Calvino, e os puritanos.
1 – A Tradição se torna
altamente ilusória.
“Então, vieram de Jerusalém a
Jesus alguns fariseus e escribas e perguntaram: Por que transgridem os teus
discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem.”
Mt 15:1,2.
Estes homens eram
tradicionalistas, ou seja, colocavam a tradição acima da Lei escrita de Deus.
Isto os levou a um afastamento tão grande da mensagem do Antigo Testamento que
o Cristo nele prometido se tornou para eles um desconhecido. Quando o Senhor se
manifestou eles não o reconheceram com o Messias e chegaram ao ponto de
questioná-lo atrevidamente como fizeram neste episódio narrado. Esta e a
primeira consequência do tradicionalismo que quero destacar. Um tradicionalista
não conhece a Verdade espiritual e a substitui por ilusões. Isso acontece
porque em seguindo suas tradições ele abandona a Bíblia que é a fonte da Verdade.
A partir daí ele vive em ilusões cada vez maiores.
2 – A Tradição assume a
autoridade que é da Bíblia.
“Ele, porém, lhes respondeu: Por
que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição?
Porque Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai
ou a sua mãe seja punido de morte. Mas vós dizeis: Se alguém disser a seu pai
ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo que poderias aproveitar de mim; esse
jamais honrará a seu pai ou a sua mãe. E, assim, invalidastes a palavra de
Deus, por causa da vossa tradição.” M 15:3-6.
Aqueles homens com certeza diriam
que respeitavam a Lei de Moisés. Mas Jesus prova que isso não era verdade. O
fato é que eles haviam colocado a tradição acima da Lei de Deus. Jesus mostra
esta realidade com o quinto mandamento. Ora, essa é a consequência óbvia do
tradicionalismo. Quando o tradicionalista põem a tradição acima da Bíblia ele
lhe rouba a autoridade e ela não é mais ouvida. Em teoria ela pode ser tida
como Palavra de Deus, mas na prática não é mais. Um fariseu nunca diria que a
Lei de Moisés não é a Palavra de Deus, um católico romano tradicionalista
também não. Da mesma forma um “evangélico moderno”. Mas todos estes tem na
prática deixado a Bíblia como autoridade pondo no seu lugar as suas tradições
religiosas.
3 – A Tradição se torna
rebeldia do coração.
“Hipócritas! Bem profetizou Isaías
a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu
coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas
que são preceitos de homens.” Mt 15:7-9.
Este texto deixa claro que um
tradicionalista segue o ensino de homens porque não suporta Deus e sua Palavra
nas Escrituras. Seu coração está rebelado contra Deus e por isso age como age.
4 – A Tradição produz
hipocrisia.
“Hipócritas! Bem profetizou Isaías
a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração
está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de
homens.” Mt 15:7-9.
O Senhor chama estes homens de
hipócritas. Eles usam “máscaras”, “capas” religiosas que encobrem o que
realmente são, isto é, amantes do pecado e aborrecidos com Deus. O
tradicionalismo produz estes hipócritas, pois como vimos no ponto anterior,
tais homens são rebeldes contra Deus no coração, mas querem dizer a si mesmos e
aos outros que isso não é verdade. São exatamente suas tradições que lhes
providenciam estas “capas” religiosas. Ora, aqueles fariseus se sentiam muito
puros por lavarem a as mãos ritualmente.
Mas Jesus mostra que o coração deles continuava imundo. Da mesma forma
os tradicionalistas de hoje se sentem muito puros, mas não passam de hipócritas
que encobrem suas imundícies por suas tradições religiosas.
5 – A Tradição produz
trevas.
“E, tendo convocado a multidão,
lhes disse: Ouvi e entendei: não é o que entra pela boca o que contamina o
homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem. Então,
aproximando-se dele os discípulos, disseram: Sabes que os fariseus, ouvindo a
tua palavra, se escandalizaram? Ele, porém, respondeu: Toda planta que meu Pai
celestial não plantou será arrancada. Deixai-os; são cegos, guias de cegos.
Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco.” Mt 15:
10-14.
Observe que aqueles fariseus não
conseguiam ver que continuavam impuros mesmo que lavassem as mãos em seus
rituais religiosos, pois era o coração deles que os contaminavam. Jesus diz que
eles eram guias cegos que cairiam no barranco com seus seguidores. Isto também
é o que acontece no tradicionalismo, ou seja, as trevas. Neste caso as meras
opiniões humanas assumem o controle e os homens não são iluminados pela Palavra
de Deus. Qual o resultado? Resposta: Nada veem.
São cegos!
6 – A Tradição não
purifica.
“Então, lhe disse Pedro:
Explica-nos a parábola. Jesus, porém, disse: Também vós não entendeis ainda?
Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre e, depois,
é lançado em lugar escuso? Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que
contamina o homem. Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios,
adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. São estas as
coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos não o contamina.”
Mt 15:15-20.
Sendo trevas e produzindo
hipocrisia o tradicionalismo não opera purificação e santidade, mas
falsificação. Neste caso o coração continua mau e o pecado não é combatido. O
tradicionalista pensa que está muito puro por seguir seus rituais religiosos,
mas nem mesmo consegue ver sua própria maldade que brota de seu coração
perverso. E assim ele continua se sentindo bem até que finalmente cai no
inferno. Dessa forma o tradicionalismo jamais purifica alguém, pois apenas
engana fazendo com que a pessoa não conheça a si própria.
7 – A graça salvadora
de Deus em Cristo não está operando.
“Ele, porém, respondeu: Toda
planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.” Mt 15:13.
Finalmente com este texto Jesus
deixa claro que aqueles homens não foram objetos da graça salvadora de Deus,
não eram plantas que Deus plantou. É a graça salvadora que nos leva a amar a
Deus e a sua Palavra nas Escrituras. Quando Deus entrega os homens a seus
próprios corações eles odiarão a Bíblia e criarão uma porção de tradições
religiosas espúrias. É isso que está acontecendo quando impera o tradicionalismo.
Que oremos como o salmista: “da soberba guarda o teu servo, que ela não me
domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão. As
palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua
presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!” Sl 19:13,14.
Penso que pelo o que vimos evidenciaram-se
as terríveis consequências do tradicionalismo. Diante destes fatos eu lhe
pergunto: Estas coisas não estão acontecendo em sua vida e na Igreja de que você
faz parte? Se sim, então está imperando o terrível tradicionalismo. Então, ore
a Deus sobre isso, clame por graça e busque a Reforma.
Pode ser copiado e distribuído livremente, desde que indicada a fonte, a autoria, e o conteúdo não seja modificado!
*Pregação do Culto da manhã, 3 de novembro de 2013, na Congregação Batista Reformada em Belém.
*Pregação do Culto da manhã, 3 de novembro de 2013, na Congregação Batista Reformada em Belém.
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Caros amigos, como o propósito do blog é mostrar o que a Bíblia ensina para a nossa edificação espiritual, e não fomentar polêmicas, que tendem a ofensas e discussões infrutíferas, não publicarei comentários deste teor, tão pouco comentários com linguagem desrespeitosa. Grato pela compreensão.