Carta de Campina Grande.
Há 500 anos, em 31 de outubro de 1517, o monge alemão,
Martinho Lutero afixou às portas do castelo de Wittenberg as suas 95 teses
denunciando as indulgências e os excessos da Igreja, iniciando com tal ato a
Reforma Protestante.
Hoje, quinhentos anos depois, a igreja evangélica brasileira
tem enfrentado crises, lutas e desafios, como também o surgimento de heresias e
graves desvios teológicos. Como se não bastasse, por fatores diversos,
constatamos que uma parcela significativa do evangelicalismo brasileiro tem
abandonado o compromisso com o evangelho ensinado por Cristo, proporcionando
com isso um claro e real afastamento das doutrinas defendidas pelos
reformadores.
Para piorar a situação, os últimos anos têm sido marcados
pela ação de lobos ferozes, que mediante ensinos espúrios têm induzido o povo
de Deus a erros crassos, comercializando a fé, vendendo o evangelho e negando a
Cristo.
Diante disto, nós, membros da igreja de Jesus Cristo,
participantes do 19º Encontro para a Consciência Cristã, além de repudiarmos
aqueles que tem feito da igreja um negócio, celebramos a comunhão que
desfrutamos como povo de Deus, unidos ao redor do evangelho de Cristo, e
afirmamos:
1. Que a Escritura é a inerrante Palavra de Deus, além de
única fonte de revelação divina, como também única para constranger a
consciência. Afirmamos também que a Bíblia sozinha ensina tudo o que é
necessário para nossa salvação do pecado, e que ela é o padrão pelo qual todo
comportamento cristão deve ser avaliado. Negamos também que qualquer concílio
ou líder religioso possa constranger a consciência de um crente, e que o
Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o que está exposto
na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa ser veículo de revelação doutrinária.
2. Que a salvação do pecador se dá única e exclusivamente
pela obra mediatória de Cristo Jesus na cruz. Afirmamos também que Cristo não
cometeu pecado e que sua morte, expiação e ressurreição por si só são
suficientes para nossa justificação, redenção e reconciliação com Deus. Além
disso, negamos que o evangelho possa ser pregado sem a proclamação da obra
substitutiva de Cristo, bem como seja possível alguém ser salvo fora de nosso
Salvador.
3. Que ao sermos salvos por Cristo somos resgatados da ira
de Deus unicamente por sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que
nos leva a Cristo, concedendo-nos fé e arrependimento, libertando-nos de nossa
servidão do pecado e erguendo-nos da morte espiritual para a vida espiritual.
Negamos também que a salvação seja possível mediante ações ou obras humanas,
como também afirmamos que acreditamos que métodos ou estratégias humanas por si
só não podem realizar a transformação do pecador.
4. Que a justificação é somente pela graça, somente por
intermédio da fé, somente por causa de Cristo. Afirmamos também que a
justificação, a retidão de Cristo, nos é imputada como o único meio possível de
satisfazer a perfeita justiça de Deus.
5. Que como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela
ocorre para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Afirmamos também
que como cristãos devemos viver perante a face de Deus, sob a autoridade de
Deus, e para sua glória somente. Negamos que possamos apropriadamente
glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se
negligenciarmos ou confundirmos a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se
permitirmos que o afeiçoamento próprio, a autoestima e a auto-realização se
tornem opções alternativas ao evangelho.
Assim, confiantes na graça de Deus, assumimos este
compromisso diante de Deus e de seu povo de perseverar nessa fé, colocá-la em
prática e ensiná-la com todo empenho, para vermos em nossa nação brasileira um
poderoso progresso do evangelho de Cristo.
Comentários
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Caros amigos, como o propósito do blog é mostrar o que a Bíblia ensina para a nossa edificação espiritual, e não fomentar polêmicas, que tendem a ofensas e discussões infrutíferas, não publicarei comentários deste teor, tão pouco comentários com linguagem desrespeitosa. Grato pela compreensão.